REVIVENDO ALJUBARROTA - NA BATALHA- Mosteiro do Leitão - 24.11.2019
Por
T´Chingange – LEIRIA, junto ao rio LIZ
A Kianda Januário Pieter de Assunção Roxo
O tempo não passa pela amizade e sendo assim, depois de mais de cinquenta anos o mistério da amizade volta a acontecer entre amigos kaluandas. Amigos de escola que em tempos idos desenharam corações num tronco grosso de abraçar, um imbondeiro que agora lá na Luua não existe mais. Era um lugar de estação, aonde os comboios saiam até à antiga Matamba; numa terra que sendo nossa nos foi retirada sem modos de civilidade num lugar chamado de Vila Alice, em um pátio de escola ainda por murar.
Os tempos rugiram e nós saímos voando para outros sítios e, revivemo-los agora como se ali estivéssemos; na EIL- Escola Industrial de Luanda. Em verdade, nos tempos que correm, os amigos cada vez mais se vêem menos mas, com a ajuda e beneplácito de uma Kianda chamada Roxo aconteceu encontrarmo-nos de novo a recordar coisas, umas já velhas, outras simplesmente, apodrecidas. Nas fotos que me chegaram fiz logo uma pequena síntese do que aqui iria descrever ao jeito de missosso:
A Kianda Pieter com T´Chingange
- Gostei e irei comentar este nosso 24 de Novembro, vésperas do 25 Libertador de 75 e num sítio nobre - Perto de aonde se deu a Batalha de Aljubarrota no Concelho de Alcobaça. Nossa luta foi contra uns danados leitões que se vieram esparramar em fatias diante de nós. Nosso Nuno Alvares, foi o António Gonçalves que relembrou suas façanhas de quando era um sapador nos gorilas do Maiombe e eu, um atirador do Tando-Zinze no Chiloango...
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Nossa formação de guerra aqui no Mosteiro do Leitão foi em rectângulo, garfos de 4 pontas e facas serrilhadas a terminar em bico de lança. Januário Pieter, a kianda lendária da Terras do Nunca, não estava mas a substitui-lo e vivinho da silva estava o herói do Caio-Guembo de Cabinda que teve de lutar aqui com uma costela dum tal mirandês feito bifalhão... A Kianda ofertou-me a sombra do fantasma de Januário Pieter em um pequeno quadro. Ofereceu também rosas vermelhas e outras com abelhas zurzindo feromonas amarelas de empatia. A batalha estava a decorrer
Sentindo assim nas lonjuras da batalha Aljubarrota o pormenor do tilintar das armas e os barões com varões pontiagudos, fincado no querer, bebemos o sangue da veia, uva borbulhante derramado conforme manda a lei da gravidade com um Jinga-Malaia a relembrar tempos de catembe e galo-cantou da taberna dos matraquilhos. Um sangue morganheira com cheiros de ventos e vapores.
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Parece que era só quando éramos novos, trabalhávamos e bebíamos juntos que nos víamos as vezes que queríamos, sempre diariamente. Esta batalha, também era uma batalha real pois nos vimos nobres na vontade de assim querer, da nossa estória inovadora na táctica militar, permitindo que de armas apeadas fossemos capazes de vencer uma poderosa aliança – a amizade!
Calhou agora e no maior luxo de todos, aparentemente sem termos mais nada a fazer almoçarmos com amigos que há muitos anos não se viam. E, assim falando como se não tivéssemos passado um único dia sem nos vermos, nada falhou! Na excitação de contar coisas e partilhar ninharias, disparamos novas versões como se nos estivera, e está, na massa do sangue; as risotas por piadas enfiadas em missangas, as promessas ou esperanças por realizar na cotação do Dólar com o Kwanza…
Achando que a saudade faz pouco do tempo e que o coração é mais sensível à lembrança do que à repetição, posso concluir que o melhor que os amigos têm a fazer é verem-se cada vez mais, assim se possam ver, porque o tempo ruge. É verdade que, mesmo tendo passados mais de cinquenta anos, sente-se o prazer de reencontrar a quem já se pensava nunca mais ver… O tempo não passa pela amizade mas, a amizade passa pelo tempo. É preciso segurá-la enquanto existe!
O Soba T´Chingange
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