MOÇAMEDES - No longínquo ano de 1917…
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Quando meu pai desembarcou, em Moçamedes, destacado para o sul de Angola, propriamente para o Lubango, não admito sequer como seria Angola nessa época. Sei que andou envolvido na pacificação do sul, no Cuanhama, tendo abandonado a vida militar, para se dedicar ao comércio, foi fundador da camionagem, tendo-se associado à firma Venâncio Guimarães, nessa área. Acabou por ser industrial de curtumes e sapataria. Meu pai foi um eterno apaixonado por Angola, a ponto de vender a parte da herança que lhe coube, salvo erro, para investir na terra que pensava ser sua; nunca se interessou em voltar a Portugal Continental, foi rico e morreu relativamente pobre, depois de uma vida de sacrifício e trabalho. Foi vereador da Câmara Municipal, construiu um prédio de dois pisos, considerado um dos mais modernos da cidade, isto nos anos quarenta. Era uma pessoa muito conceituada no meio, tinha influência entre os amigos e seus filhos.
Sinto grande orgulho nos pais que tive, da geração e da descendência a que pertenço. Descendo directamente dos colonos madeirenses, gente humilde, que não teve receio de abandonar a sua ilha, para fazer parte da história. Enfrentando toda a sorte de dificuldades, fundaram um lugar que se tornou a cidade onde tive o privilégio de nascer, e isso me basta para sentir o orgulho que sinto pelos meus antepassados. As próprias pedras serão páginas da gesta vivida por esse conjunto de gente heróica....
A confirmar tudo isto e a 15 de Julho de 2011 escrevia eu em meu blogue de kimbolagoa:
Bernardino Freire de Castro - Fundador de Mossâmedes (Namibe)
A partir da metade do século XIX, por via do término da escravatura, Angola passou a ser vista como saída para encaminhar gente desavinda de outras paragens juntando-se-lhes os degradados para ali enviados por castigo penal. Alguns dos novos colonos, idos do Brasil e Ilha da Madeira para Mossâmedes buscaram lugares mais frios e de terras férteis; enquanto decorriam batalhas para conter sublevação de alguns sobas mais a Sul, a colónia ia-se formando ao redor de barracões num lugar que se veio a chamar de Sá da Bandeira, o actual Lubango. Falar destas odisseias é recordar a missionação dum povo, duma gente que não deixou de peregrinar a vida. Recorde-se essa estirpe de gente reconhecidos como os Chicoronhos (Xi-colonos), que oriundos das ilhas da Madeira e Açores, após estarem alguns anos no Brasil e após a independência deste, optaram por tomar este novo destino levados no entusiasmo do marquês de Sá da Bandeira. Foi no areal da baia do soba Mussungu do Namibe que eles estabeleceram seu primeiro arraial.
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