MOÇAMEDES – Tempos do tira-linhas maluco…
Por
Em 1961, tendo sido extinta a Brigada do C. F. Moçamedes, fui transferido pra o colonato da Cela, após ter estado hospedado na pensão do Monte; fui viver com o amigo Francisco Ferrer, que só conheci na secção de desenho aonde éramos colegas de profissão. Criamos uma amizade que nos levou a morar juntos. Até conseguir a rescisão de contrato, vivemos em Freixo por cerca de seis meses. São amizades que nascem, para permanecerem pela vida fora, independentemente de podermos estar perto, ou longe. Há favores que nunca se pagam, mas a razão de permanecermos gratos pela vida fora, é um dever de consciência. Trabalhávamos ambos, na fiscalização da hydrotecnic, fornecendo os elementos necessários, a partir dos registos de topografia sob a chefia do engenheiro Castanheira.
Isto foi numa época em que se desenhavam curvas de nível com o tira linhas maluco, em que era preciso ter mão firme, para ser de facto desenhador. Não havia computadores nem programas para facilitar como o é agora. Era nesse então ter a precisão necessário para afinar os tira linhas a fim de manter o traço com a mesma espessura. Mais tarde apareceu a caneta Graphos, com os seus aparos numerados, permitindo manter a espessura de acordo com o número de aparo utilizado.
Era forçoso desenhar sobre a tela, limpar-lhe a gordura com talco, e começar a riscar, sabendo que não eram possíveis emendas, porque a dita tela não permitia raspagens com lâminas. Isso sim, …. É que era desenhar!... Que saudades do tempo em que o talento se impunha, porque era preciso técnica pessoal, de tal modo, que os trabalhos se tornavam personalizados. Em tudo há virtudes e defeitos! Claro que sou a favor de novas tecnologias, utilizo iPad para escrever e contactar os meus filhos fora do pais e, aceito a evolução verificada e que tem efeitos positivos pela rapidez em uma qualquer profissão, mas não posso esquecer os difíceis tempos das múltiplas dificuldades para se efectuar um trabalho de desenho, um projecto em geral com as cópias ozalid, primeiro usando painéis de vidro que se expunham ao sol para revelar por um tempo cronometrado e mais tarde as rotativas de tirar quilómetros de perfis e, sabem que mais, até sinto saudades…
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