Crónica 3225 A de 14.01.2022 No PortVille da Pajuçara em Alagoas
- NAS FRINCHAS DO TEMPO - VIII
- KIANDA COM ONGWEVA NO CONCILIO DAS KIANDAS
Reedição a 08.07.2022 em Kimbo Lagoa Blogue
Por T´Chingange , Otchingandji – No AlGharb do M´Puto
NO PAMBU N´JILA - Zé Peixe de Aracaju e as Sereias Roxo e Oxor surgiriam só no século XX e XXI algures num recife de Guaxuma de Alagoas mas, suas estórias vêm lá muito detrás; Assim, na saga de Salaam Januário Pieter e seu mustafá, adjunto Petróleo (O Alibabá aladino) … por aqui ficámos Aleikum em terras de “Castilla-La-Mancha” já na cidade de Toledo – Com a guia Kalunga um bom tempo.
O evento do Concílio das Kiandas era para durar… Meu Mano Corvo, o Mestre Araújo andava noutras lides com o tal grego de nome Doménikos Theotokópoulos, o El Greco… Pambu N´jila corresponde ao espaço físico de Toledo ligando este à mística das kiandas de Angola; uma ponte de inventação entre os seres humanos e o Minkisi, senhor dos caminhos que guardam os portões da nossa casa, do nosso espaço e, neste caso, os muitos portões de Toledo tais como “La Puerta del Sol” ou a ”del Cambron” ou ainda “La Puerta Nueva de Bisagra”.
Havia ali Kiandas, Ninfas Kwangiades vindas de todo o lado, de todos os continentes mas, havia uma em particular que me chamou logo a atenção; usava vestimentas africanas e tinha o nome estranho de Zachaf Pigafetta Roxo. Eu que vinha lá do futuro, do ano de 2016, de uma cidade esquecida com o nome de Marechal Deodoro, sabedor de coisas ainda não acontecidas, busquei em sua ficha qual a procedência e até nem foi surpresa, ela ser oriunda do lago Zachaf de Malawi em África.
Por terras de Monomotapa e na descoberta do caminho dum tal de Prestes João era esse o nome do grande lago que agora se chama de Malawi, Niassa; o mesmo que hoje se chama de Niassa; Ficou assim comprovado que nossas procedências vieram dali, pois que sempre fui e serei Niassalês. As estória de nossas vidas são por demais curiosas.
E, não é que muito mais tarde eu próprio já num outro evento renasci num paquete chamado desse jeito. Logologo, o lago Niassa bem no meio da África Central! Foi relativamente fácil deduzir que era esta a tal tetravó da agora Assunção Roxo, a sereia de Guaxuma. O Minkisi ocorre e corre com fluidez, tem o saber do ontem, do hoje e do amanhã. E, esta cidade mística de Toledo, guarda segredos que não estão escritos. Gozar a cidade e património, não é folhear só a história e ler um capítulo porque toda ela é história.
Nela, refresca-se a memória num rendilhado gerado de culturas diversas, encruzilhada de raças e encontro de feitiços e feiticeiros; t´chinganges que dominam silêncios desconhecidos. Kalungas longínquas de musas e gente de arte feitas pó, impregnadas de muito suko. No ar, pairava um feitiço de aço temperado e manobrado por um N´Kondi que espalha pregos feitos germes comedores de carne, pedra e pau.
N´Kondi de N´Gola, N´kosi de Imbinda e um cortejo de muitos Bandokis foram ao concílio de 1583 (há 439 anos…) à revelia de todos os outros espíritos convidados, embaixadores das kiandas das kalungas e seus mutakalombos. Os espíritos do mal N´Kondi e N´kosi ficaram desapontados por D. Filipe II não os ter convidado formalmente; os astrólogos do rei desaconselharam-no a fazer mistura entre mitológicas Ninfas e Nereidas conceituadas.
N´Kondi, o manobrador de pregos ficou encantado com as novas técnicas dum metal chamado de aço e do qual se faziam coisas pontiagudas; aço com técnica de Damasco de maior resistência à tração e à torção, espadas, facas cujas folhas nunca perdiam o fio de corte. Era esse o metal durável que tanto buscava para fazerem suas maldades aos homens e, até nos tempos mais vindouros.
Os pregos de cobre e alumínio espetados no boneco fetiche Kozo, tinham bons efeitos mas não eram totalmente eficazes; os de ferro rapidamente oxidavam e, quando sujeitos a rezas de Simbis perdiam o efeito desejado. N´Kondi e sua comitiva ajustaram-se no alto da montanha numa dependência de cave de Alcazar, e de fundição em fundição.
CA Com expertos na arte de têmpera e espias de Damasco tornaram aquelas armas brancas nas mais eficazes em toda a Terra. Estava longe de supor que N´Gola, nosso genérico país teria uma catana como símbolo e, tudo partiu daqui: Toledo. Neste dia de hoje, pouco falo da Kianda Roxo porque estava lá, ocupada, dando cores com arco-íris aos participantes nobres do papado e outros cinco estrelas, idos da Globália, esse tal Concilio com o papa Gregório XIII que nesse então homologou por bula papal, o calendário que usamos hoje, …
GLOSSÁRIO:
Kianda: - Espírito das águas na forma de sereia, ritos de Angola; Mutakalombo: - Espírito das águas com incidência nos animais que nela vivem, divindade das águas; N´Gola: - Palavra bantu que quer dizer Angola; Simbi: - Espíritos ancestrais saídos do Kikongo com dois firmamentos, céu o lugar de deuses e terra, domínio dos mortais, na hierarquia espiritual são os avôs dos vivos; Suko: - Pessoa prodigiosa ou alucinada; N´Haka: lameiro, sítio de plantio húmido, horta. Nereidas: na mitologia grega, são seres mitológicos, eram seres femininos (ninfas), que habitavam as águas do mar Egeu
Texto originário da n´Haka do sobado na Torre de N´Zombo do Kimbo com o nome de Cafufutila…
Nota à margem do texto: No dia de hoje faleceu em Barcelona o segundo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos que governou Angola por 39 anos, tempo suficiente para levar à pobreza 50% de seu povo…
(Continua…)
Soba T´Chingange
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