O Mundo actual tornou-se um espaço muito complicado. A justiça, é uma treta…
Crónica 3354 - a 10.03.2023.
Por T'Chingange (Otchingandji) no AlGharb do M´Puto
Os cidadãos hodiernos são fartos de valores; o difícil é a aplicação desses valores num mundo globalizado complexo. Mesmo que fique quietinho no meu canto sempre haverá um socialista muito perfumado em valores a perturbar a minha quietude, retirando cotação à minha tranquila vida, sem ter nada a ver com essa tal de exploração infantil, ou actos violentos cometidos por soldados do tempo colonial.
Os defensores dos direitos dos animais lembrar-me-ão que dar ossos ao cão pode ser perigoso, bem como dar espinhas de sardinha ou sargo ao tareco, porque podem causar ulceras; os naturalistas irão insistir com persistência que devo lavar os dentes com seiva filtrada de aloé vera feita baba-de-camelo e por aí vaí, sem mencionar as lambisgóias oferecidas que surgem do nada na minha página escancaradas a oferecerem alvissaras – Cruzes credo!
Os activistas de esquerda lembrar-me-ão que minha reforma foi criada a custo de exploração de alguém e sem mais nem menos, lembrarão a exploração de gente desmilinguida com crimes hediondos da História incluindo-me no rol de engravidados de fortuna arregimentada no exercício de cargos, cargos dum tal de sistema que nunca exerci. E, afinal que culpa terei eu? Não é fácil desfazer o conceito pois que minha existência depende de uma grande rede de ligações económicas e politicas nas ideias causais com ideais que outros formataram por mim, mesmo sem delegação firmada .
E, uma vez que essas ideias causais do mundo se misturam tanto, é-me difícil responder às perguntas simples, tais como de onde veio o meu jantar ou de quem fez as minhas botas que tenho calçadas. Também se metem com a minha minguada aposentação querendo saber qual o fundo financeiro e a cor dele, do meu pecúlio. Já velho, pois quase sou do tempo em que as pessoas só tinham um fundo de pensões chamado de “filhos”, dá voltas ao cerebelo. Hoje que há escritórios repletos de advogados conciliando os cofres do estado estudam parâmetros, redescobrem furos da lei e modos de fanar, de como fazer no esmiuçar matemático das taxas para suprirem suas necessidades governamentais, uns finórios…
Esmiuçando um tal e um qual, até querem saber qual o destino das galinhas de cujos ovos comi ontem ao jantar. Estruturam o esquema da economia estatal do modo de quem não faz esforço de investigar o quanto gastei na chocadeira sem averiguar as reais dificuldades. Depois de tudo só poderei ter alguma ganho se criar aos fiscais as certas dificuldades em descobrirem a verdade. Penetram na minha casa ajustando-a e dando fins ao modo de como posso explorá-la a contento dos “lóbis hoteleiros” como se o fossem, donos dela! Estalinistas!
E, então como é possível evitar o roubo ou lucro quando o sistema nacional tabelado com a economia mundial, estar constantemente a roubar em meu nome e sem o meu conhecimento. Como é!? O mandamento que nos dita que não devo roubar, dizem que vindo de Deus, acredito piamente, foi formatado num tempo em que roubar significava apoderarmo-nos fisicamente de algo que não nos pertencia. Hoje, porem, as discussões importantes sobre os roubos dizem respeito a cenários bem diferentes pois que com chancela do governo retiram de nosso pecúlio somando milhões para dar vida a uma CP – Comboio de Portugal ou de uma TAP – Transportes Aéreos de Portugal, mantendo legiões de advogados ajustados com políticos dados à corruptela para protegerem os deslizes.
Posso então ser eu o responsável pelo roubo, pelo desvio, pelo despifarrar, corruptela ou compadrio!? E, como podemos agir moralmente, com sucesso e sem custos, se não temos forma de conhecer todos os factos de traquinices?
A amarga verdade é a de que o mundo se tornou demasiado complicado para o nosso cérebro de cidadão, gente de pé-de-chinelo. E, afinal todos seremos cúmplices por acreditarmos nos valores daqueles tais senhores, daquele grupo político, do presidente rolha, da chusma de gente com rabos-de-palha que nunca deve nada ao fisco, gente de falsa “Ficha Limpa”. Não vale a pena! A elite que nos comanda, que domina o discurso, torna-se quase impossível ignorar suas perspectivas. Eles, os grupos políticos, têm subgrupos, labirintas barreiras, critérios e ambiguidades e até insultos a nozes (plural de nós); insultos mesmo, codificados com discriminação institucional. Eles, sempre irão fazer de nozes: Totós.
O Soba T´Chingange
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