MAIANGA - KÚKIA AVATAR
Por
José Santos - Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona n´zimbos das areias dum chamado de Rio Seco.
Estou muito cansado de tanto correr por esse asfalto tantas vezes riscado por mim. Meus pés estão em brasa, choram lembranças que lá estão e, agora são recordadas…, mas eu agorinha, como disse antes, estou lá…nunca sai de lá… Agora escondo as minhas lágrimas na minha kubata. É tarde e o coração manda-me estender a esteira no chão, quero dormir, quero mais sonhar, mas agora, agarrado ao meu amor cheio de missangas, desejamos ter mais momentos de paixão que guardamos para sempre. São nossas e de mais ninguém. Ah! Falta abrir um pouquinho a janela virada para o calmo mar, do lado da chegada da ponte – do ANCORADOURO. Levanto-me e abro só uma frinchinha…, Daqui o vejo lá em baixo a acenar- me e a dizer: -“Anda Zeca, anda para o pé de mim.” - “Vem falar-me dos teus versos que trazes no coração da Maianga que rimam KAMBA com UKAMBA”.
Ele, aquele grande malandro e convertido namoradeiro de todas as beldades que passam pelo seu soalho, está feliz e está agarrado a uma bela barona que retirou dentro do kapossoka. Na mão tem um prato de garoupas, matonas bem assadinhas na brasa, que foram ali pescadas no mar daquela ilha conhecida por MUSSULU. Vejo O PÔR-DO-SOL trajado de belos panos, amarelo, azul, laranja… que se prepara para dançar o merengue no areal com belas estrelas cintilando paixão pela doce CAMENEMENE. Meus olhos cerram novamente maravilhados pela emoção. ANGOLA é assim, cheia de feitiço, que penetram no corpo para sempre, naqueles que a amam de verdade, dos que saboreiam com prazer de água do BENGO. Da fúria e do ódio que durante muitos anos alimentou o ventre da guerra.
Também para quem souber perdoar as vidas perdidas, daqueles que estão mergulhadas no choro dentro do seu corpo, que sentem o desejo de procurar conciliar os ódios em amor. Hoje, a vemos livre, decorridos que são quinhentos anos de presença dos Mwene-Puto, mas a senda contínua. Sempre muito desejada, sempre muito explorada no seu corpo fértil, nos seus mamilos cobertos com missangas que choram, porque afinal os homens são todos iguais; em qualquer parte, contemplam uns e outros não – os herdeiros e deserdados. N´gana N´zambi, muito te tirou, também muito te deu, porque o teu coração está lá... E, isso é luz que te ilumina na banga dum zum, zum, zum.
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