ANGOLA . XISSA . MALANGE – Zé do telhado – 1ª de 2 partes
Chato Valente, foi um dos chefes do posto do xissa em Angola; daqui fala o Chato do Xissa! Era assim que atendia o telefone! Dos tempos antigos... O Governador Reboxo Vaz quando do primeiro contacto com ele, não gostou disso! Mas, ele não tinha culpa de ser chato de nome...
Por
T´Chingange - Produz cultura tão naturalmente como as abelhas produzem mel; reconhece que a cultura é uma inventação...Ou um artefacto estórico. Civilização é tão só, um refinamento de costumes
Num dia antigo, Paulo Caputo berrou disparates saídos do fundo se sua raiva; ele via coisas que mais ninguém via, que só ele via e, dizia que isto assim não pode ser! Naquele buraco surgiram uns ossos brancos; ninguém que podia saber mais se tais ossos eram de branco ou de preto. Só mesmo um antropólogo podia explicar se era homem ou mulher, se macaco ou gente mas ele, Caputo, via o branco mwata vestido naquele esqueleto de mwadié kimuezo, um degredado com o nome de Zé do Telhado do M´Puto. Caputo, ainda monandengue foi levado com seu pai para trabalhar nas distantes minas do Kongo, propriedade do rei Leopoldo. Seu pai foi contratado para trabalhar nas minas daquele grande território propriedade dum senhor mwana-pwó poderoso. Sua tia de nome Conceição Umbigou-se com kimuezo e teve dois filhos e uma filha, mas ele era o sobrinho mais velho, herdeiro de tudo de sua tia Conceição.
Zé do Telhado, alcunha de José Teixeira da Silva nasceu em Penafiel a 22 de Junho de 1818 e faleceu em Mucari, aldeia do Xissa em Malanje, Angola, no ano de 1875. Foi um militar e famoso salteador português que actuou no Marão. Conhecido por "roubar aos ricos para dar aos pobres", um pouco à semelhança de Lampião do nordeste Brasileiro. Para lá do Marão mandam os que lá estão! Esta frase deve-se a ele! Sua experiência militar começa no quartel de Cavalaria, Lanceiros da Rainha; toma parte contra o partido dos setembristas mas derrotado, em 1837 refugia-se em Espanha. Ao regressar, envolve-se na Revolução da Maria da Fonte colocando-se às ordens do General Sá da Bandeira. Com o posto de sargento, distingue-se com bravura recebendo a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal. O seu «partido» entra em desgraça e é expulso das forças armadas. Já como "Zé do Telhado", chefe bandoleiro, realiza um grande número de assaltos por todo o Norte de Portugal
Caputo, ao regressar já adulto, sua tia pediu-lhe que fosse naquele lugar no meio das duas n´hiwas e descobrisse as ossadas do kimuezo seu marido, que tinha morrido duma peste medonha; explicou-lhe que sendo ele o herdeiro absoluto de tudo teria de prestar-lhe honras merecidas. Aquela peste que o matou não deu para perder tempo e ali se enterrou de qualquer jeito; aquilo de bexigas era muito de terrível, doença que contagiava e, às pressas de medo, ali foi metido. Agora era tempo de o desenterrar e prestar-lhe honras. -Temos de dar a este branco sepultura de gente! Disse Paulo Caputo a todos os curiosos do Xissa. Mesmo tendo passado tanto tempo, nas falas de Caputo havia alguma nhufa, assim uma cagufa diferente, de respeito com peçonha! Afinal ele era seu tio e tinha sido ele o fazedor daquela riqueza. - Ele, kimuezo, andava fraco por causa das picadas de mosca tzé-tzé e isso da varíola, desse jeito penetrou nele num repentemente! Disse-lhe Conceição uns dois dias antes desta tarefa.
Kimuezo: -homem de barbas compridas; nhufa: -medo
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