NAS TERRAS DO FIM-DO-MUNDO - T´CHINGANGE NO OKAVANGO
Kinga só patrão! Kwangiades são as musas do Kwanza…
Por
T´Chingange
Nos muitos dias insólitos, encontro factos mágicos na revisão de amigos que me fazem medir o tempo com quartilhos e rasas como se feijões o fossem! A maior parte das vezes são traduzidos com cheiros de África catingados, que não sendo exóticos de todo, são dos mais genuínos perfumes como o cheiro das primeiras chuvas que salpicam a terra da savana no kalahári.
Sucede que um dia e a convite de João Miranda, assisti bem na margem do rio Okavango (Cubango) a uma reunião de empresários presidida por San Nujoma, o primeiro presidente da Namíbia. Um helicóptero chegou bem perto da escola local do Shitemo no Ndonga Linena River Lodge, dele desceu um velho senhor de barba branca, alpercatas e um chabéu de palha já com falripas soltas. Também trazia um bastão, que julgo ser de distinto pau…
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Com seus pés e olhos grandes, caminhou em direcção às autoridades locais, depois veio cumprimentar os convivas e suas visitas aonde me encontrava. Foi muito agradável em suas palavras, sua característica de humilde, postura e atitude. Naquela reunião, referiu a guerra que grassava do outro lado do rio – Angola. Pediu que não dessem guarida aos militares da Unita, tendo mesmo dito aos militares que os ripostassem com fogo de morte.
Ele era o líder do povo do Sudoeste Africano, (Ovamboland People's Organization) e eu, um cidadão disfarçado de turista caçador de elefantes. Soubesse ele que eu era um responsável coordenador da Unita no exterior e, teria apontado o dedo em minha direcção. Assim não sucedeu embora as estruturas de informação e inteligência pudessem saber de algo; minha missão era ver os pontos de reabastecimento à Jamba a partir da Namíbia.
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O tempo fez diluir estas contrariedades de estar sob escuta; José Pedro Cachiungo fez-me a advertência de poder ter alguma contrariedade e mesmo sem salvo-conduto meu comportamento foi de singela observação. Para todos os efeitos, era um carcamano branco a rever os cheiros e sabores de áfrica na região Ovambo; usar os olhos, os ouvidos e fotos, seria minha tarefa de xirikwata tal como aquele pássaro comedor de jindungo.
Para além de ter visto coisas do meu agrado, guardei em mim as falas que ouvi de patrícios e carcamanos embebidas em um tempo que se pretendeu esquecer e, que se colaram a cuspo no subconsciente para não ferir susceptibilidades. O que ficou preso ao meu cerebelo gustativo foi aquele café cheiroso servido a escassos metros da corrente do rio Cunene. Nunca mais esqueci esses momentos de alegria, conversa solta, alegre com estórias, anedotas e bizarrices passados com Dona Elizabete que falava com o gentio com estalidos e João Miranda, o patrão do kimbo.
Mas a mentira mais descarada que ali ouvi foi a de Oliveira, um amigo que conheci e que ia e vinha até o Mucusso, aonde estava umbigado. Pois um belo dia pensou ter morto uma zebra e, estando a abrir a mesma, depois de separarem seu couro com um rasgão ao longo da barriga, qual é o espanto de num entretanto de distracção ela, a zebra, levantar-se e fugir com as peles a dar a dar batendo-as, como se asas fossem. Esta peta, ouvida com atenção ficou-me entalada na mente ate hoje…
O Soba T´Chingange
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