A TEORIA DA MENTIRA
Crónica 3344 – 14.01.2023 em AlGharb do M´Puto
Por T´Chingange (Otchingandji)
Pesquisando vários pensadores acerca do tema da mentira, facilmente cheguei ao cerne da pesquisa: Mentir é dizer algo que não é certo, ou algo que é parcialmente certo de acordo com uma parcela muito pequena da realidade que a pessoa escolhe para discutir. Quando a estratégia de comunicação deliberada é baseada neste tipo de argumento para construir relacionamentos, constitui-se uma mentira através de manipulação, o que constitui uma grave violação à ética no trabalho (Pedace, 2011, p.109).
O mentiroso, antes de tudo, omite a verdade e, em seguida, elabora uma declaração alternativa plausível para o ouvinte, ao mesmo tempo em que oculta os sinais do nervosismo. Tal processo implica em um maior uso dos recursos cognitivos do que quando se diz a verdade (Williams, Bott, Patrick, & Lewis, 2013). Para filtrar as inverdades os novos candidatos a fazer parte do governo português, estes, ficarão sujeitos a um escrutínio por formulário composto de 37 perguntas ao qual responderão com um sim ou não. Isto não vai aquecer nem arrefecer e será simplesmente um mecanismo interno para poder ilibar o Primeiro-ministro nas responsabilidades de escolha co-responsabilizando de certa forma o Presidente Marcelo.
A proposta do tal formulário foi discutida na reunião semanal do Governo, em Conselho de Ministros, aprovada pelo Partido da Maioria Absoluta sem avançar detalhes sobre este mecanismo de escrutínio, dos nomes escolhidos para o elenco governativo com muitos edecéteras e por forma a “tapear” a opinião pública já tão saturada de inverdades, arranjos e práticas incestuosas no uso da palavra. O PM Costa socorreu-se da interpretação do "constitucionalista" Marcelo Rebelo de Sousa para clarificar os poderes dos órgãos de soberania.
"Devemos ser muito rigorosos nas competências próprias de cada órgão de soberania, a Constituição é muito clara", lembrando que os "membros do Governo são nomeados pelo Presidente da República sob proposta do Primeiro-ministro". E recorreu à interpretação de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o facto de o Presidente da República ter nisto "um poder substancial". Tudo indica que as futuras comissões parlamentares deverão, anunciar quais os géneros de mentiras que aceitam por parte dos convocados e quais os géneros de mentiras que, por parte dos convocados, não aceitam.
Tudo indica que aqui, vai funcionar um ardil para que o PM se iliba das escolhas sob o risco de serem elas, as comissões parlamentares, responsáveis por falta de adequada sinalização, e de o serem por elas convocados vítimas de um logro. Mas, lendo a teoria da mentira segundo Marcelo Rebelo de Sousa: As mentiras são substanciais e insubstanciais. Dividindo-se, porventura, as mentiras substanciais em mentiras muito substanciais, mentiras medianamente substanciais e mentiras pouco substanciais. E, porventura, dividindo-se as mentiras insubstanciais em mentiras muitíssimo insubstanciais, mentiras medianamente insubstanciais e mentiras quase substanciais. Pelo que as comissões parlamentares não deverão exorbitar. Será justo colocar todas as mentiras ao mesmo nível? Por exemplo, dizer que as mentiras muito substanciais valem o mesmo que as mentiras medianamente substanciais e as mentiras pouco substâncias?
Relendo o artigo de Artur Portela, escritor e jornalista chega-se à dúvida: “Não é justo. E será justo, por exemplo, dizer que as mentiras insubstanciais valem o mesmo que as mentiras muitíssimo insubstanciais e que as mentiras quase, mas só quase, substanciais? Que Eu (Artur Portela) permito antecipar-me ao meu querido e velho amigo desde os anos 70 e poucos, arriscando que, para ele, são aceitáveis, em sede de comissão parlamentar, quase todas as mentiras insubstanciais. Vamos, todas. E arriscando que são inaceitáveis, para ele, boa parte das mentiras excessivamente substanciais. Embora, porventura, não todas. Deixando passar as mentiras medianamente substanciais. E as mentiras pouco substanciais. Há que ser generoso. O Povo é sereno. E importa que a verdade não exagere”.
Metido neste molho de brócolos mais me certifico que a Mentira reina sobre o Mundo, digamos que é a frase que paira neste espectáculo encenado por António Costa, o dono do pedaço chamado de PMM - Partido da Maioria Absoluta. Hoje a mentira tem vários nomes, utiliza o utilitarismo, ordem social, senso prático. Ela, a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; é preciso estar alerta… Onde estão então os limites entre a verdade e a mentira? Não são só factos que as caracterizam, mas a maneira como são vistos ou apreendidos, neste espectáculo que vivenciamos.
RESUMO: No contexto da interacção interpessoal, no qual são utilizados recursos comportamentais como gestos, expressões faciais, postura corporal e modulação de voz, destaca-se o fenómeno da mentira, que é caracterizada pela dissimulação de ideias, sentimentos e emoções. Mentir é um processo psicológico pelo qual um indivíduo deliberadamente tenta convencer outra pessoa a aceitar aquilo que o próprio indivíduo sabe que é falso, em benefício próprio ou de outros, para maximizar um ganho ou evitar uma perda (…). A mentira é um acto instintivo e funciona como uma arma de preservação social, no entanto, do ponto de vista jurídico, ela é avaliada por seu dolo, ou seja, pela intenção e pelo prejuízo moral ou material que causa (Castilho, 2011). Um indivíduo pode mentir por ocultação, quando omite informações verdadeiras, mas não apresenta informações falsas, e também por dissimulação, quando apresenta falsas informações como se fossem verdadeiras, retendo aquilo que sabe que é verdade… Fui!
O Soba T´Chingange
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