TEMPOS CINZENTOS – Uma conversa pequena de uns pedaços de hoje e ontem … Sou mesmo forçado a criar tabus no meu espírito para me manter são na guerra!
Malamba é a palavra
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Bem cedo pela manhã subi à açoteia a destapar os figos Burjassota Branca, Pingo de Mel e Branco Regional a fim de o sol os torrar. Com o céu limpo em lonjuras destapadas, via a norte a Serra de Monchique na forma de baleia deitada com manchas em seu dorso, verdes ou pretas de queimadas ou barrentas com pintas a lembrar cracas ou lapas, soltas ou agrupadas; era o caserio desgarrado na sua vertente sul e sujeitas aos ventos do suão e barlavento. Desci em caracol para saborear a torrada de pão alentejano com azeite de Borba e uns salpicos de sal ao jeito duma tiborna. A acompanhar tinha a minha bolunga feita milongo a dissipar-me os triglicéridos, melhorar o colesterol adstringindo-me as gorduras, lipídios e ácido úrico.
Posso até dizer aqui este ligeiro segredo de dar longevidade ao meu epílogo já que vos tenho confiado tantas dúvidas, tantas certezas, frustrações, derrotas e vitórias. É assim: - duzentos gramas de abobora menina, um bom pedaço de gengibre, uma banana, uma maçã e tudo isto levado à misturadora com um chá previamente feito, preferencialmente morno; este chá contem rooibos do Calahári, brututo, barbas de milho, ipê-roxo e lúcia lima. Aqui está o segredo que me mantem as faculdades de uma humanidade animal sustentável.
Houve tempos em que trazia colgado ao pescoço, um dente de facochero para sugestionar a superstição de que o destino nos tece nas muitas armadilhas, entornando as nossas boas intenções e impedindo-as até de se realizar o mais desejado. Acabei no tempo por descobrir que os meus preconceitos eram imagens de armas traiçoeiras e assim se desiludiram de mim como caso perdido. Agora somos considerados incivilizados se formos até capazes de nos escondermos dos conhecimentos dos outros! Todos falam da mesma coisa e repetem-se em atropelo, repisam, machucam a gente com as ansiosas mudanças do mundo e, tudo como se não houvesse mais a fazer.
E, seguem-se outros, recalcando a dialéctica engenhosa falando do mesmo e, nós que somos duma humanidade seguidista surfamos a onda por cima ou em túnel alimentando-nos as razões de um ai Jesus de, um como vai ser de amedrontados. O que virá? E, temos de confiar nas dúvidas mais enganosas, e nas incertas certezas que já cantam vitórias. E, ai que aí vêm os muçulmanos, a intifada, a jihad; como se já não nos chegassem as bocas dos nossos políticos desconsiderando-nos aos olhos de familiares e amigos que pensam de outro modo, porque estão do outro lado da barricada.
E, sou mesmo forçado a criar tabus no meu espírito para me manter são na guerra! Ou fico em silêncio, ou falo dizendo impropérios à falta do fervor alheia. De todo o modo, assim ou assado, com este ou aquele, com o Costa, o Coelho, o Paulo, a Catarina ou o Jerónimo tenho de aceitar o meu posto de cidadão em guerra, pela obediência, mesmo faltando-me a confiança; mesmo que daqui advenham tempos sombrios e confundidos. Terei de ir mandando pontapés aos espíritos, às arrecuas e de costas.
O soba T´Chingange
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