CINZAS DO TEMPO – 13.11.2016 – A SOBREVIVÊNCIA - Viajei à velocidade dum sonho com um ET pela 4ª vez… Tenho de falar assim para não me mentir!
MALAMBA: É a palavra.
Por
Apanhamos um táxi em Sete Rios de Lisboa, um desce e sobe, rodas que chiam prendendo na calçada imprópria para carrinhos de turistas e com buracos, pedras soltas, coisa descuidada. Vamos via aeroporto, saídas internacionais. Paga táxi, busca carro para maletas, malas e malinhas e eis que surge o homem, meia-idade bamboleando-se em uma perna chambeta. Eu ajudo! Diz ele e, na confusão nem entendi.
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De repente tinhamos dois carros, o do homem chambeta e o meu. Foi quando o homem tirou do bolso um cartão com dizeres mas, ele falando, entendi que andava fazendo um peditório para ajudar sua família. Trocado, só tinha um Euro e mais uns trocos insignificantes, dinheiro miúdo que dei ao homem. Ele esboçou um agradecimento e, desejou-me boa viagem.
Subo o elevador e procuro no ecrã de partidas a hora do check-in para o Recife. Faltavam mais de três horas para o voo, tempo mais que suficiente para comer uma tosta mista de pão saloio. Tomo assento e, é enquanto como a metade da tosta que chega uma moça bem-posta a pedir algo para comer. Ofereci-lhe a meia tosta com fiambre e manteiga, o que aceitou sem reticências. Mas, que país é este disse de mim para comigo! A moça, ainda jovem agradeceu, e foi-se entre a multidão.
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Por ali ficamos, eu e minha mulher repartindo conversa para dar tempo até a abertura do check-in; e, surgiram as notas de tristeza por este estado de coisas, um mundo perturbado sem se saber ao certo o que decidir no dia seguinte. Na televisão pendurada lá no alto mostrava o Trump a cumprimentar Obama e, ambos se congratulavam com o encontro. O que irá acontecer? Porquê foi assim e não de outro modo? Será que vai mesmo construir o muro na fronteira das angústias entre os USA e México!?
Uma terra que em tempos foi destes e que por maus gestores, a passaram por patacos ou as perderam em contendas com gente analfabeta como o Pancho Vila e seus hermanos cachaceiros. Os Estados Unidos anexaram o Texas em 1845 tornando-o no 28º Estado reconhecendo a sua perda e do Novo México no Tratado de Guadalupe Hidalgo em1848. Por US $ 10 milhões, venderam uma faixa de terra ao longo da fronteira no actual Novo México e Arizona para construção de uma ferrovia.
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Esse mundo deveria ser mais fiável, mais atento às necessidades das gentes que lutam para sobreviver. Não sendo eu um fanático cristão, procuro entender-me em minhas queixas mentais com meu novo amigo o ET STAR 3C325 saído da estação orbital nº YYY3C mas oriundo dum galáxia a mais de 260 anos-luz, uma distância demasiado longínqua ao nosso entendimento porque, raros são os humanos que vão para álem dos cem anos.
Mas, este ET não consegue discernir a minha preocupação! Ele não tem este tipo de sentimentos em seu ADN gelatinoso por várias especificidades e, porque simplesmente desconhece o que é a compaixão, a saudade e, nem mesmo o amor lhe surge na mesma emoção. Sendo assim, estou em dúvida quanto a candidatar-me a ir para o espaço a essa tal estação orbital YYY3C.
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Eles, os alienígenas, não usam adornos corporais, não usam fazer festas de família, não têm folclore nem ritos funerários; não contam piadas e, procriam um sem número de feromonas com simbiose electromagnéticas. Tudo indica serem sem aquela graça e, porque parecem ter perdido as géneses das emoções. Deixei o ET meio confortado a chupar um líquido viscoso, verde-escuro com um adeus temporário; talvez nos víssemos em terras brasileiras.
E, digo isto porque nos entretantos das falas vi-o muito intrigado, até fazendo perguntas de como era o candomblé, a macumba e os terreiros com essas ligações meio espiritas com orixás e oxalás nos lugares de iemanjá. A vida com este novo amigo 3C325 tem de ser saboreada aos goles, aos poucos. Isto porque os ancestrais dele já passaram há muito tempo por isto.
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Se não houvesse certos fungos não haveria antibióticos e, se não houvesse plantas, frutos e sementes comestíveis nós não existiríamos; sem lobos não haveria cães, sem aves selvagens, não haveria galinhas e, por aí. As nossas mentes consistem da narração de estórias e a aceitação por pare do crente de uma qualquer estória tem na criação relatos de milagres que esta outorga a que se dá o nome de fé! Se tiver fé, pode acreditar que para lá dos álens há fantasmas.
O Soba T`Chingange
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