CINZAS DO TEMPO – 12.12.2016 – Na natureza dos dias de hoje, não é o mais inteligente que vence na vida, mas sim aquele que melhor se adapta a ela…
MALAMBA: É a palavra.
Por
T´Chingange
A cada instante do tempo presente os nossos sentidos são inundados por um feixe de informações sobre o mundo real. As nossas mentes constituem-se na narração de estórias e da teoria contada pela ciência que diz que fomos criados pelo acaso entre milhões de outras espécies da biosfera da Terra. Nada demonstra que nos tenha sido atribuído um destino ou um propósito especial, ou que nos tenha sido outorgada uma segunda vida depois de terminada a que temos presentemente.
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Mas, qual é então o sentido da vida humana? Será uma epopeia da espécie, iniciada com a evolução biológica desde a pré-história, assim como um acidente da evolução, um produto de uma mutação aleatória e de selecção natural? Ou seremos apenas o resultado final de muitas curvas e contracurvas duma única linhagem de primatas do velho mundo.
Estou assim, balouçando a languidez na forma de jiboiar rede, coisa bastante parecida com a preguiça, desperdiçando-me num impertinente alheamento a esse mercenário mundo literário. Com o tempo, foram-me dizendo coisas, atribuindo tarefas e, ensinando-me o que fazer em todas as feiras com descanso ao Domingo.
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Falando com um velho herero de áfrica fiquei a saber que disto, ele nada sabia. Nunca os mais velhos lhe falaram de que por ali tivesse andado um apóstolo de Deus. Disto, também ele pouca importância deu fazendo-me confusão ao raciocínio. Ele, um mais-velho, só tinha conhecimento de uns missionários andarem por ali distribuindo falas e também costumes novos com patrocínio da coca-cola. Fiquei a saber ter sido uma entre muitas ONGS, gente com missangas e cruzes ensinando coisas aos khoisan (bosquímanos).
Cosendo disfarces, ensaio previsíveis alegorias sobre os vícios e infortúnios do passado construindo castelos com paus de fósforos. Amorfos que logo queimo por masoquismo, na fricção do ar. Dia após dia, escrevo argumentos de cozer pálpebras à paixão, continuando sempre igual, como sempre o fui, cada vez mais na mesma.
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Aqueles povos têm uma longa história, estimada em vários milhares (talvez dezenas de milhares), agora reduzidos a pequenas populações, localizadas principalmente no deserto do Kalahari, na Namíbia, mas também no Botsuana e em Angola, lugares que percorri. E, afinal o homo sapiens foi o único a desenvolver uma inteligência suficientemente elevada para criar uma civilização.
Passaram-se mais de duzentas mil gerações, tempo mais que suficiente para que a selecção natural forçasse uma série de mudanças genéticas fundamentais. Tornámo-nos os senhores do planeta e talvez do nosso canto da galáxia, também. Tagarelamos constantemente acerca da sua destruição, uma guerra nuclear devido a alterações climáticas ou a uma segunda vinda apocalíptica pressagiada pelas sagradas Escrituras.
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Os seres humanos não são maus por natureza. Possuímos quantidade suficiente de inteligência, boa vontade, generosidade e iniciativa para transformarmos a Terra em paraíso, tanto para nós mesmos quanto para a biosfera que nos viu nascer. A grande maioria das pessoas em todo o mundo permanece num estado de servidão face às religiões (tribos) organizadas, lideradas por homens que se arrogam poderes sobrenaturais para poderem competir pela obediência e os recursos dos fiéis.
A maior parte dos nossos líderes sejam eles religiosos, políticos ou empresariais, aceita explicações sobrenaturais da existência humana. Estes, nenhum interesse têm em opor-se aos líderes religiosos e provocar desnecessariamente a população da qual obtém o poder e os privilégios de que gozam.
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Bibliografia: Extractos do livro “O sentido da vida humana” de Edward O. Wilson – Prémio Pulitzer
O Soba T´Chingange

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