NAS FRINCHAS DO TEMPO . Muitas das coisas que acontecem neste nosso mundo, vêem de opiniões que se dizem acertadas! … Mas, nem sempre assim, o é!...
MALAMBA: É a palavra.
Por
T´Chingange - O Niassalês
Com o gosto de me esfregar na vida percorro o calçadão da Pajuçara, ando por aí com minhas botas papa-léguas, recentemente recauchutadas num sapateiro com boteco montado em plena rua das árvores do centro de Maceió. Logo após o entrudo, quinta-feira das cinzas fui ao camelô sapateiro de rua, conforme o combinado mas, o cara não estava; aliás, estava quase tudo fechado pela ressaca do carnaval. Pois assim, tive de entregar ao Jeferson as ditas cujas, mesmo ficando mais caro em quinze reais.
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O cameló de rua pediu-me 35 reais enquanto este, abriu a boca com sessenta e, na reclamação ganhei dez ficando por cinquenta. Aqui todo mundo tem de ficar a ganhar, ficar por cima, mesmo que isso seja assim uma ilusão de palavreado como se todos entendessem desse negócio de bolsa, de flutuação do mercado, de cotação e gráficos com tendência de subir ou descer. Todos querem ficar por cima num qualquer negócio, mesmo sendo banal; assim todo o mundo sai ganhando embora alguns, em verdade, ganhem juízo!
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No correr do tempo todos ficam mais ou menos assim, passando a ser tudo conotado como uma questão cultural de passar a perna por cima; para pior antes assim! Até que acaba por ser giro assistir a isto e ouvir o povo de rua que se desenrasca vendendo água gelada e montando banca em cima duma porta a caminho do lixo; Qual ASAE do m´Puto qual quê!? ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Orgão de Polícia Criminal) - Organização fiscalizadora de regras ditadas pelos políticos) é um negócio de chatear a malta que se quer safar na vida; é assim como um corpo policial que vê se os regulamentos estão sendo compridos.
Isso dos decretos que só proíbem exigindo termos num negócio, um conjunto de seis facas com cabos de cores diferentes: vermelha para a carne, verde para a hortaliça, amarela para o queijo, azul para o peixe, castanha para os enchidos e mais o escambau. Mas ainda se fosse só isso; temos lá no cantinho da Europa chamado de Portugal outras muitas organizações de roubar o povo multando, aplicando taxas, criando situações de abafar iniciativas. O Brasil faz cópia disso com Xerox. É um sem fim de Órgãos estatais a roubar para fazer andar a máquina dizem eles, os empoleirados do Governo que só fazem isto como se fossem os Patrícios da antiga Roma.
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Enfim uma cambada de gente improdutiva que saca de quem trabalha à tripa-forra. Depois surgem os da higiene e saúde mais segurança no trabalho a imporem suas prepotências, segurando as pontas em empregos para uns quantos afilhados da nomenclatura do partido, os amigalhaços. Mas que merda de sociedade! Prefiro o mato! De novo no Brasil, aqui ninguém pode ser bobão e, ficar logologo no primeiro preço! Quem fica com a língua agarrada aos dentes, sofre estes desaires reclamando da vida, de tudo e até do calor brabo que não tem nada com isto; um desaforo de dar o fora…
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Aqui no Nordeste brasileiro todo o mundo é meio turco, meio libanês, meio Índio, meio branco, meio preto, meio japonês, meio português e mais o escambau vindo da cochinchina de baixo, do Vietname ou do Miamar, antiga Indonésia. Mas, como eu sou exótico digo sempre que sou Niassalês e ninguém me pergunta que raio de país é esse!? Um ou outro, curioso e sabedor, tem uma vaga ideia desse nome, não pode indiciar burrice viu, dum distante pais ao lado do Lago Niassa mas por via de supostas interpretações e paradigmas complicados, fica assim por isso mesmo. O Tuga Niassalês da N´gola que sou eu.
Sou Niassalês e pronto! Isto de nos baptizarem de uma terra e passarmos a ser propriedade duns quanto eleitos, feitos patrícios de Roma está mal! Qualquer coisa deve ter demudar com o tempo. Angola é pioneira nesta matéria porque o cidadão branco que lá nasceu antes de 1975 é colono, mas, só os brancos! A nossa terra é aquela aonde nos sentimos bem, nos tratam com familiaridade, são participativos em nossas ambições, roubam-nos quando podem ou deixamos, sempre seguindo as pistas, ditames dos governantes ladrões até debaixo de água ou com dinheiro na peúga ou cueca. Aqui, Brasil ou em Portugal, é tudo quasequase igual, só muda mesmo é a temperatura dos factos sem o “c” Hodierno.
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Outros há, que sabem ter havido um paquete, navio ou vapor com esse nome e sempre ficam com a ligeira impressão de que virou ferrugem e, não estão errados embora não passe de ser uma simples suposição no particípio acabado (passado)! Foi por isso que os entendidos na definição de raças, os etnólogos e essa catrefada de gente que estuda as sociedades, tais como os sociólogos e edecéteras tiveram dificuldade em definir as raças brasileiras, aprendi em meu muito antigo estudo primário que havia quatro raças puras e básicas, a saber: branca, amarela, vermelha e preta.
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Mas aqui o negócio foi, é e sempre será outro. Tudo se misturou dando a Raça Humana e aqui entram pardos, mamelucos, matutos, mazombos e um sem fim de polimentos na forma de pigmentos; sem regatear as horas que Deus me deu, faço-o bem à maneira do escritor e poeta alagoano Aldo Rubens Flores ou tantos outros incógnitos por quem passo na rua; eles ali sentadinhos feitos estátua. O mundo por vezes é pequeno e assim sem predestinar horários, vou bordejando o mar cor de esmeralda á sombra de muitos coqueiros!
Para um pé carente há sempre um chinelo velho! O meu sapato biqueira de aço (normas de Segurança e higiene do trabalho dos outros) descascou da sola; enganam-nos de toda a forma - de todo o jeito também nos vamos descascando… Sob o ponto de vista na vida futura, a Humanidade, como as estrelas do firmamento, perde-se na imensidão.
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Nós nos apercebemos então que grandes e pequenos estão confundidos como as formigas sobre um torrão de terra; que proletários e potentados são do mesmo talhe, e lamenta esses homens efémeros que se dão a tanta inquietação para conquistarem um lugar que os eleve. É assim que a importância atribuída aos bens terrenos (tributo), está sempre na razão inversa da fé na vida futura. Adivinhar, é pecado!
O Soba T´Chingange
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