NAS FRINCHAS DO KALAHÁRI - KIMBELEY – 1ª de IV
- REST CAMP ALFA ONE - 27.08.2018 - Somos divididos socialmente, não somente pela cor, ou forma de vestir mas, pelas nossas posições no tempo…
Por
T´Chingange - No Nordeste brasileiro
Estamos a 08 de Março de 2018. Agora, e com tempo relembro que naquele dia de vinte e sete de Agosto de dois mil e dezassete, o que foi a Batalha de Blend River perto de Durban, contada por Samuel Lourenço. Isto deu-se na guerra Anglo-Bóher com a inclusão da tribo Zulu. Uma batalha em que 500 homens bóhers defrontaram 15.000 zulus, vencendo-os. Isto aconteceu na segunda Guerra dos Bóhers travada entre 1899 e 1902, levando à criação da União Sul-Africana através da anexação das repúblicas bóheres do Transvaal e do Estado Livre de Orange às colônias britânicas do Cabo e de Natal.
Íamos a caminho de Kimberley com o objectivo de se comprar géneros e cimento para as obras da Farm no Alfa One. Eu, ia de boleia para comprar os bilhetes do trem transafricano com o nome de Shosholoza e, a fim de seguirmos para a Cidade do Cabo. Álem de mim ia Ibib Emília, minha mulher e Lara Mendes, nossa neta.
:::::
Aquela batalha de Bland River foi a resposta à mortandade que os zulus fizeram numa armadilha em que morreram 300 bóhers; com orientação inglesa, os zulus fizeram crer aceitar tréguas fazendo uma festa a comemorar o início de boas relações entre estes e os Bóhers. Os zulus conseguiram que aqueles assistissem à festa rebita sem qualquer tipo de armas. Uma tremenda insensatez, diga-se…
Renitentes, os bóhers lá aceitaram com reservas tendo suas mulheres e crianças ficado num lugar bem distante e alojadas em caravanas bem à maneira dos filmes do Oeste americano. O fim daqueles homens, foi uma trágica chacina. A meio da festa os zulus desenterraram suas catanas matando os indefesos bóhers acabando por matar também suas mulheres e demais crianças.
Entre eles não estava o líder oficial superior pelo que perturbado com este incidente, reuniu 500 homens defrontando os já mencionados 15.000 zulus que rechaçaram por vingança e sem piedade nesse lugar de Blend River. Agora que já espero o comboio que nos levará a Cape Town, escrevo estes rascunhos para recordar que a vida é assim feita de recuos e avanços. O comboio que estava para sair às 21,20 horas só acabou por sair às 23,20 horas. Isto, é áfrica! - (This is áfrica!)
Instalamo-nos na assinalada carruagem do Blue Trem nº 9, cabine F. Era previsível chegarmos à Cidade do Cabo pelas 15,30 horas do outro dia mas, só lá pelas 18,30 horas chegaremos à plataforma nº 24. É aqui que nos espera Amadeu Seca, um velho amigo na casa de quase noventa anos proprietário de uma moradia rosada e guest house situada no sopé da Table Mountain. Seca, foi em tempos, o Presidente da academia do bacalhau…
Este Xoxolosa Trem conhecido por o Blue Trem para perfazer os 1.000 quilómetros entre Kimberley e Cape Town, levou dezoito horas o que se traduz na estonteante velocidade de 55 quilómetros por hora. Uma vivência única com emoção de se ser viajante do transkaroo, trem com poltronas, camas no mokifo e butacas para quatro pessoas por cabine; direito a roupas agasalhos, comer e beber, café da manhã, almoço e jantar como se em casa estivéssemos.
E, ao som de guinchos, chiadeiras de tIc-toc, raspagens e pancadas, dormi que nem um jacaré depois de uma boa pândega com churrasco de chouriço borrobós, salsicha a metro, ovos e café com leite, torradas e mais sumos de maça. A paisagem corre lenta com savana e mais savana como numa terra de nada com o vento movendo rolos de palha. Chegados a Beanfort West podemos admirar uma grande estação, talvez uma grande cidade no meio de morros, que definem o Karoo National Park.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA