FRINCHAS DO TEMPO . Muitas das coisas que acontecem neste nosso mundo, deveriam saber-se antes de acontecer! …
MALAMBA: É a palavra.
Por
O destino faz-nos muitas armadilhas e de suas intenções nunca podemos adivinhar o que nos vai ser mais ou menos desejado! Assim e sem tropeçar nos barulhos dos outros, fazemos presságios por antecipação, esperando calados na esquina da curiosidade. Desta vez e no ónibus da Real Alagoas e, bem no meio do percurso atribulado pelos desvios, surge um homem com duas caixas de esferovite ou isopor como também se chama aqui, vendendo coxinhas de galinha mais vários tipos de refresco e água indaiá; escolhi suco de caju e, foi num truz que degluti essa tal saborosa perna recheada.
Na paisagem, aqui e ali surgem conjuntos de casas encavalitadas pelas encostas dos morros, assim como cortiços despintados mostrando o vermelho dos tijolos, mais chapas de telhas de canudo desorganizadamente organizadas, arborizadas com robustos pés de manga espada, fruta-pão, cajueiros ou tamarindos. Num desarrumado urbano salpicados de chassis de fuscas e chevrolletes saltam perus, patos e galináceos ao redor de cercas feitas a eito, entre e para lá de escavações barrentas e restos de lixo com sacos multicolores multirasgados. Mais adiante, nos lameiros com bois a pastar nas chapadas de capim, surgem também um ou outro burro com mais alguns cavalos.
Logo no início deste percurso surgiu um homem vestido de azul, vendendo fora e dentro do autocarro, laranjas, maças de uvas penduradas em saquinhos de rede de um e outro lado dum pau acilhando no ombro bem a meio da sua gravidade. Na europa estas peculiaridades não existem há muito tempo, porque as normas apertadas não permitem e aqui, qualquer ganho mesmo que pequeno, faz correr a vida de quem sempre viveu com pouco. Foi a este homem que comprei uma réstia de laranjas dispostas como se fossem cebolas escanchadas. E, assim, saboreando-as dou-me conta que o destino desta viagem está próximo pelas obras de santa Engrácia com mais de cinco anos esperando o tapete de betume.
No terminal, a surpresa surge com o nome de Jucedi de Lucena e Tó, casal amigo que resolveram abraçar-nos com as quenturas tropicais de Maceió. E ali estava Eliseu, homem dos quatro custados do Sertão e do agreste, das fazendas e usinas de cana doce e cachaça de palmeira dos Índios. Terras de antigos engenhos movidos à força da água dos rios e escravos de Angola. Com falas enroladas encavalitamos os meses de ausência como se fossem colares de muxima feitos de búzios e contas de ave-maria, feitas de feijão maluco.
Margarida, a Maria Bonita de Eliseu esperava-nos em casa de riso aberto reservando o domingo para irmos lá ao sítio de Maria e António da Calábria a festejarmos o aniversário de Gina. Pois assim foi; aconteceu nas margens da Lagoa Manguaba com selhas de cerveja tapadas de gelo e um especial vinagrete feito de pimentão seco com segredos anexados ao tira-gosto. A feijoada feita bem à maneira da Tia Jacira e ao jeito do Sertão estava de estalar gulodices exóticas.
Das portas e portões com assombros camuflados, falamos como entendidos da política do mundo, sem beliscar os porquês de cada qual. Naquele domingo passado Deus estava vago para as nossas intendências e, até quase dancei quando Frank Sinatra, feito bruxo cantou “Strangers in the night”…
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA