FRINCHAS DO TEMPO . Uma conversa pequena nos céus com Padre António Vieira na nave dele, contendo pedaços de hoje e ontem…
MALAMBA: É a palavra.
Por
Ontem risquei o céu seguindo pelo ar o mesmo caminho dos navegadores que por mar aportaram na Praia de Cabo Verde e, com um ligeiro desvio ao azimute e ventos de bolina seguimos o rumo de Recife, terra quente no sentir de convívios amigos. A quilómetros de altura pude descortinar as luzes daquela Praia e, depois, já de janela fechada rumei de luzes escuras ao sonho dormido a mais de setecentos quilómetros à hora. O senhor dos anéis algures num lugar esquecido e rodeado de mato, comigo, Alcides Sakala, bebia um chá de casca de mandioca e mais folhas trazidas por um guerrilheiro; ambos resistíamos à perseguição dos aviões inimigos fugindo rio acima, rio abaixo sem nunca pararmos por longo tempo. Era a guerra de Angola!
Definhados na sobrevivência, envolvidos de mistérios, e por imperfeitas sentenças das minhas virtudes, fazíamos façanhas aninhados num destino lendário, lugares esquecidos duma terra que no correr do tempo se esqueceu, se omitiu em nos reconhecer como filhos da terra; terra que se esqueceu de nos lembrar, relegar ou, simplesmente desconhecer. Os guerrilheiros da Unita chamavam-me de Kato, porque, e não sei porquê, eu era um Japonês de olhos rasgados, desmilinguidos mesmo, e com o nome completo de Katochimotokima que quer dizer António naquela língua de muitos kapas.
A razão de estar ali, nunca chegarei a saber porque tal como nas profecias, crenças e rezas com parábolas, ninguém pode fazer todas as perguntas, nem ninguém pode dar todas as respostas. Tenho assim de carregar na vida a minha cruz, na convicção de nunca poder justificar em pleno e, tal como vós, nosso orgulho, porque deles podem sair falsidades com blasfémias. Já quase no fim do sonho, surge-me um pássaro chamado de xirikwata a comer-me as malaguetas picantes mas, e também, dando-me consolo m sua forma de chilrear.
Tropeçando nas silabas e invisíveis protozoários dum palavrório perdido nas bagatelas dum destino vibrado, acordo com as luzes da aeronave Padre António Vieira, Airbus A330-223. Passageiros, obrigado por vossa preferência! Não se esqueçam de visitar a linda Ilha da Madeira no meio do atlântico, leve seu Chihuahua e siga seu instinto ao longo de suas levadas, procurando o mirtilo, blá-blá-blá. Façam o favor de apertarem os cintos, endireitar vossas poltronas e tenham uma boa estada na linda cidade de Recife.
Olhei a ver o mar de luzes cada vez mais próximas. Lá fora um agradável bafo quente! Já no quinto piso duma torre da linda cidade e, na companhia de Aucicleide da Silva, psicóloga de mão-cheia, mão de Reiki, pude analisar sua força de chocurei e, até compreender as mensagens de ontem no momento de aterrizar. Tudo isto, porque hoje, um outro dia, olhando para longe e através doutros arranha-céus, descortinou o mar de Boa Viagem. Bem cedo e, bem por debaixo de nós, as pessoas passeando seus Chihuahuás ao longo dos passeios, uns para cá, outros para lá, cruzando empatias com bons dias. Terras de Boa-Viagem de Vera Cruz…
O Soba T´Chingange
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