TEMPOS DE USUCAPIÃO – A malandragem prolifera desregularizando a democracia e, entretanto, sentado na praia, dou descanso aos olhos e artelhos…
Malamba é a palavra
Por
Sentado em minha cadeira de praia e depois de ter feito minha gimnástica de talassoterapia, olhos meus artelhos muito cheios de manchas vermelhas assim como sendo uma alergia aos elásticos das meias que uso quando caminho ao longo de Pajuçara até à Jatiúca ou para o outro lado chamado de Jaraguá. Estas pintalgadelas como desenho de estrelas do universo, mostrando as veias com vermelhidão como se fosse uma folha seca de physális, talvez nem seja uma alergia nas ramificações pintadas de sangue.
Vêm-me à ideia que assim de vez em quando sinto como que uma ligeira coceira como se estivesse a ser invadido por formigas minúsculas e, olhando, nada vejo. Fica-se naquela de que talvez seja uma corrente de ar que buliu nos cabelos ou uma aranha que num repente passou e se escapuliu; sempre tendências negativas que nos suprem vontades. Em verdade, o mais certo será concluir-se serem mazelas da idade, um nervo ciático meio frouxo ou um beliscão do tipo neutrão no cerebelo.
Mas, entretanto olho o mar imenso, hoje sereno sem bulir os sete coqueiros, nome da praia com dezenas desses altos paus que farfalhando suas ramadas verde tornam a panorâmica paradisíaca. Desde a piscinas naturais, no meio do mar da baía, pode-se ver depois do verde e azul da água, a língua de areia amarelada, depois os paus de coqueiro, uns tortos outro direitos encobrindo parte dos prédios coloridos em azulejos que ora brilham ora ficam baços conforma as nuvens filtram o sol em sua direcção.
E, na serenidade do espelho de água surge uma chata, uma balsa com um homem sentado e outro e pé ximbicando ou espetando um bordão no fundo fazendo desloca-la na quietude. Vão largando uma rede de forma suave fechando um semicírculo com suas pontas de corda do lado da praia. Batendo os cordames, dão susto aos peixes que a seguir se aprisionam na malha. E, vão puxando e enrolando em cima da balsa, pronta para outra largada lá mais à frente, outro suposto cardume; ximbicando e espetando o bordão afastam-se de vez.
Admiro estes homens do mar que vivem desta azáfama, uma vida feita ao sabor da sorte, dependendo das fases da lua, das marés, do vento e ondas sem saber que há uma teoria da incerteza a dar corpo aos enigmas da natureza. Estes sim, vivem com Deus. Eles só buscam um cardume, depois cercam e, já numa ex-lata de tinta vendem no posto seu pecúlio, sua sobrevivência. Amanhã ora dará, ora seja o que Deus quiser. Mais longe, fazendo silhuetas no infinito, separação do azul do mar e do céu, podem-se admirar as velas triangulares das jangadas distinguindo-se as cores garridas; é a azáfama do vaivém levando turistas do Sul e da Xirgosia para as piscinas naturais e, ao jeito de Maragoji, dar pão esfarelado aos peixes para inchar os olhos nas coisas belas da natureza.
Neste meio tempo de escrita, vou sendo rodeado de chapéus coloridos, cadeiras e mesas, caixas térmicas isopor ou esferovite com estampas de cerveja a estalar de frio, gulosas que chega, gente gira e barulhos com linguajar de Cabrobó, musica de forró e anedotas de repentistas caboclos, matutos e gente gira de cu ao léu, sereia mostrando a barbatana, os fios entalados na alegria dos olhos e cheiros de entaladinhos mais coxinhas de galinha e o acarajé da tia Alzira. Nesta forma de ver a vida parece não haver tristeza, um dia de cada vez! Saravá!...
O Soba T´Chingange
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