NAS FRINCHAS DO TEMPO . Quando tudo nos ultrapassa no tempo, apalpamos as medidas da natureza, sarando as feridas da mente e do corpo…
MALAMBA: É a palavra.
Por
T´Chingange
Nas longas e quentes tardes do Kavango eu e João Miranda deitávamos conversa fora na companhia de frescas cervejas taifel, heineken lager ou windohek lager beer recordando coisas já conhecidas sem nunca formular perguntas embaraçantes. Das ligações perigosas recordou-se o que nesse tempo era dito da família Soares do M´Puto pelo jornal oficial de Angola nos momentos mais quentes da guerra com a Unita e, em que Mário Soares é injuriado: “É mesmo um boelo (burro, em kimbundo) esse bochechas. Nem vergonha tem naquela kalanga (cara) por tão grandes desavergonhices que estampam o seu mau carácter e maldade.
O ministro angolano da Comunicação Social, Hendrick Vaal Neto, acusava Mário Soares e seu filho João (na altura presidente da Câmara de Lisboa) de «beneficiarem do tráfico de diamantes». Entretanto a UNITA chamava de “criminosos de guerra” a Almeida Santos, António Guterres, Jaime Gama e Durão Barroso. Em 1988, no Palácio de Belém, Mário Soares, na qualidade de Presidente da República, agracia com a Ordem do Infante Dom Henrique o empresário Horácio Roque, cuja mulher, Fátima Roque, acompanha Savimbi num périplo por vários países. Só em 1992, pela primeira vez, é que João Soares se demarca de Savimbi ao certificar-se de que este mandara fuzilar os dirigentes da UNITA Tito Chingondji e Wilson dos Santos.
Em politica, mesmo aqueles de quem se pensa serem estadistas, cada dia é um novo dia, tendo outros interesses por detrás daquilo que nos parece ser verdadeiro! Entretanto continuando a conversa, já depois da guerra acabar, João Miranda é convidado a abrir um estabelecimento na capital do Kuando Kubango, Menongue mas, depois de concretizar o envio de géneros de primeira necessidade para um super mercado, vê-se na periclitante situação de ficar sem nada pois que os senhores da nomenclatura local, cada qual tratou de se apetrechar desordenadamente, remetendo o pagamento para o estado, uma coisa assim parecida como um saque.
Disto, nada vim a receber! Disse Miranda já muito habituado a estas truculências de dirigentes mwangolés. Como tudo é tão feito em cima do joelho, disparo eu, confundido na ética de ordem e progresso e, sabendo de antemão que neste mundo só os anjos não têm costas! Isto é mato, amigo! Rematou Miranda como um finalmente àquele dia…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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