MALAMBA: É a palavra - O OUVIDOR DO KIMBO
As escolhas de: Kimbo Lagoa
Publicada por
H. Nascimento Rodrigues - Licenciado em Direito, Jurista eminente e homem público que se destacou, em todas s funções que exerceu, pela sua elevada estatura moral, pela dedicação à causa pública e pelos relevantes serviços que prestou ao País - Nasceu no Luena (Kangamba), antiga Vila Luso em Angola…Faleceu no ano de 2010
(...) E assim teve de acontecer pela simples razão de que por toda a lonjura dos Luchazes não existia um médico, um enfermeiro ou uma parteira para mulher branca - as mulheres negras, essas tinham os filhos nas suas palhotas do kimbo, acompanhadas pelas mais velhas e por isso mais experimentadas. Claro que eu só soube disto mais tarde, quando, aos seis anos, tive de rumar, então de vez, ao Luena, para iniciar a escola primária. Nesta, formigavam sobretudo meninas e meninos brancos, que eram malta com quem eu nunca tinha brincado até aí.
Nunca mais na minha vida, que já vai funda no outono dos anos, voltei aos Luchazes. E, todavia, é curioso como guardo algumas, é certo que soltas e esfumadas, recordações dessa época que se me esvai na memória mas perdura nas profundezas do pensamento. A primeira tem a ver com o kimbo. O kimbo onde só vivia a gente negra, e que abraçava, a uns largos metros de distância, as duas isoladas casas em que moravam os únicos casais brancos do despovoado: os meus pais, por um lado, e um comerciante e sua mulher, por outro. De modo que eu fui, no início dessa década de quarenta, o quinto colonialista a irromper por aquele ignorado canto do leste angolano para lá assentar poiso por uns felizes seis anos.
Da minha casa só tenho a vaga ideia de que ela dispunha, ao belo estilo colonial, de uma larga varanda sem murete, que abria para o kimbo e, mais longe, para a floresta, lá a umas poucas dezenas de metros. O que nos separava do kimbo era terra batida, por vezes com capim que rapidamente minha mãe mandava desbastar por causa das cobras e de outra bicheza. A casa tinha cobertura a zinco, pelo menos nos primeiros tempos da minha vida. E por isso recordo também que fazia muito calor no tempo das chuvas, tantas vezes abundantes, torrenciais, de pingos grossos, e que as chuvas faziam uma enorme barulheira a zurzir o tecto de zinco; ao contrário, no tempo do cacimbo, o ar era mais seco e a casa mais fresca, por vezes até fazia frio.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA