NO TEMPO DAS CINZAS . Infusas combinações com açorda de poejos…
MALAMBA: É a palavra.
Por
T´Chingange
Um livro, uma crónica, um conto, mussendo ou missosso, embora que sejam de breves falas e aparentemente de poucos frutos, na maioria das vezes trata-se de uma longa caminhada meditada que nem sempre tem os caminhos com rumos rectilíneos, terrenos enxutos; cada passo é uma conquista dentro de um terreno pantanoso, cheio de inimigos, por vezes até muito cheios de conceitos teóricos misturando a estória em nebulosas teologias de preconceitos mal alinhavados, assim como falrripos de coisa nenhuma, baralhando-nos o mundo físico num reflexo espiritual. Atarantados pela nossa própria mente, sem capítulo, ao relermos o texto desencontramo-nos do contexto.
Poejo
Ao relento, envolto em uma grande confusão por mistura de leituras de três distintos livros, com o brilho da luz do sol peneirando-me o olhar em fim de tarde, dispus-me a deixar o príncipe das trevas a falar sozinho com o escritor José Rodrigues dos Santos acompanhado do seu sacrificador Zaratustra, um mago da Pérsia que influenciou a estória no conceito dos três reis magos que correram atrás da estrela de Belém, aquela gruta aonde nasceu Jesus. Eles levaram ao menino Messias, ouro, incenso e mirra e, nada de referência ao poejo, essa rasteira planta, apetitosa e que nasce espontaneamente para deleite dos humildes alentejanos, tão cheio de zaotares e, com cheiros desse oriente.
E, porque Zoroastro estabeleceu haver um só Deus, Sábio e criador do Céu, do Alentejo e da Terra, acomodo esta na caqueira, terra fértil recolhida do galinheiro; plantei vários rebentos de poejo com carinho de vontade e, reli de novo a ementa que curiosamente não aparece nos livro-dos-livros, que dentro de algum tempo espero concretizar pelo que e, para que me não esqueça, aqui deixo escrito para mim e aos vindouros: - Um molho de Poejos; - Pão alentejano, de preferência com 3 dias (rijo); - Uma cabeça de alho; - Azeite; - Bacalhau; - Cebola; - 1 ovo por pessoa (também se pode acrescentar uma folha de louro). Coloca-se o bacalhau a cozer e enquanto este cozinha em águas escaldantes, pica-se a cabeça de alho toda e coloca-se no almofariz. De seguida junta-se um pouco de azeite e esmaga-se tudo muito bem (o suficiente para o alho e o poejo assimilarem o sabor da kúkia). - Quando tudo estiver esmagado, coloca-se numa tigela grande, aonde vai ser servida a açorda e junta-se um pouco de sal grosso; - Entretanto faz-se um refogado com alhos e cebola. Assim que o refogado estiver feito, aproveita-se a água em que o bacalhau está a cozer e junta-se toda ao refogado (depois do bacalhau estar cozido, obviamente). Assim que a água voltar a ferver, escalfam-se nela os ovos. Entretanto coloca-se o pão cortado em pedaços dentro da tigela e, quando os ovos estiverem prontos, colocam-se com aquela água por cima do pão;e pronto! Está feito! Depois é só servir a açorda com os ovos escalfados podendo juntar-se-lhe as postas de bacalhau. O livro do Diabo, ficará para outra altura
Notai: kúkia é o brilho do Sol no poente.
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA