NAS CINSAS DO TEMPO . “Estamos hipotecados!”
Um destes dias, vamos ser uma qualquer coisa, menos portugueses.
MALAMBA: É a palavra.
Por
T´Chingange
Não entendo muito de economia mas, sei o bastante para afirmar que ninguém pode viver indefinidamente acima das suas possibilidades e, o dinheiro barato, adquirido sem esforço é como uma porta escancarada ao esbanjamento, uma porta aberta a mais crise. Quem não teve o bom censo de fazer como a formiga e amealhou em tempos maus para suportar invernias, corre o risco de ter de se submeter a ajudas externas, recorrer á família tal como o país que desbaratou suas poupanças em bens não produtivos e teve de recorrer à banca externa; não tendo riquezas soberanas, minas de ouro, petróleo, matéria-prima que suporte uma hipoteca, em geral fica-se na contingência de estender a mão a ajudas externas, pagando juros a contento dos emprestadores.
Dizer-se por isso que Portugal e os portugueses estão hipotecados ao exterior; sem ouro, sem eira nem beira nem pomba do espírito Santo a ajudar, estamos entregues ao grande capital vendendo-se a granel tudo o que se possa traduzir em dinheiro, onde quer que seja ou na China. Colocar os nossos produtos a baixo custo, torná-los mais apetecíveis ao mercado exterior e assim, se venderem melhor; vender escolas, quartéis, o gás, a electricidade, os comboios, a exploração de aeroportos e portos marítimos, os palacetes, os correios, vender cidadania a troco de cinco vinténs, exportar gente, enfim, tudo o que encha o olho ao cliente e este possa dar dinheiro, as divisas da sobrevivência. Não admirará começarem a vender concessões de exploração no nosso mar, tão mal explorado e, em verdade, a nossa maior riqueza soberana. Não demorará a implementar a prática de cuba e, como eles, transaccionar médicos e militares mercenários em troca de divisas para equilibrar a balança do deve e haver.
Um destes dias, vamos ser uma qualquer coisa, menos portugueses. Habituados a votar em políticos que nos vendem ilusões, facilidades, subsídios, pensões, salários mais altos mesmo não dando a devida produtividade, tachos e tachinhos e com toda a austeridade a servir praticamente só para pagar os juros da dívida, não propriamente para liquidar a divida. Estamos em um beco quase sem saída (falta o quase). Com tanta contestação e desprezo por aproveitar os recursos marinhos, só há uma saída, provocar a inflação dos produtos, uma maneira invisível de transferir para a população o pagamento da divida, uma vez que se torna inviável a desvalorização da moeda. De crise em crise caminhamos em agonia muito rápidamente para o fim da união; parece inevitável se a politica europeia não for um todo com um só orçamento ou a Alemanha assumir a “nossa governação”; mas, como cada qual político vê seu próprio interesse, vai ser o mexilhão a sofrer. A Alemanha perdeu a guerra com as armas mas acabou por vencer o resto da Europa com o cifrão e sua disciplina monetária, sessenta anos após a ajuda pelo plano marshall. E, porque se não lhes seguiu as pisadas, estamos mesmo lixados! Temos mesmo de recorrer à China! Boa sorte Senhor Vice-primeiro-ministro P.P.
Ilustrações de Costa Araújo Araújo
O Soba T´Chingange
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