MEDITAÇÃO DO T'CHINGAS... A maioria de nós tem ou já teve um apelido… Crónica 3179 de 12.08.2021
Por Soba T'Chingange - no AlGharb do M´Puto
A maioria de nós tem ou já teve um apelido. Alguns gostam do apelido que recebem; outros, nem tanto. Estes apelidos têm diferentes origens. Uma delas associa características das pessoas com animais. Assim, alguém pode ser chamado de leão, porque é muito forte; raposa, porque é muito esperto; ou cobra, porque é muito astuta. Meu apelido é característico da terra que me viu crescer depois de minha singularidade no porão dum barco chamado de NIASSA; lugar escolhido por mim para nascer, mesmo antes de o ser, gente.
Assim, meu primeirissimo apelido é esse, o de NIASSALÊS que tem como origem o lago que deu o nome ao VAPOR e, que agora se chama MALAWI. O mesmo que levou os primeiros militares para a Angola em levante com o chamado "terrorismo" no ano de 1961... Talqualmente, o mesmo navio, vapor, paquete, que fechou o círculo colonial transportando a última bandeira içada no dia 10 de Novembro de 1975 e retirada sem pompa nem fanfarra, embrulhada murcha e recambiado para a Metrópole em Lisboa. Antes do grito de "independência com vitória ou morte" no cerne do acontecido, a bandeira Lusa era retirada quase à surdina no Palácio da Luua Alta e, escapulida sorrateiramente numa lancha que a levou àquele barco, bem ao largo, no mar, desde o largo até aí chamado de Diogo Can.
Pude ler muito superficialmente nas Escrituras, que Deus usou alguns apelidos para designar Seu povo. Daí que não precisaríamos preocupar-nos por sermos conhecidos por águia, se leão ou até mabeco, Urubu ou abutre que é o mesmíssimo predador. Mas, porque essa Ave chamada de águia está associada com agilidade, soberania e imponência assim sendo, encontramos um clube do M'Puto com seu desenho no equipamento - O Benfica, com aqueles sempre auspiciosos encejos e desejos de ser campeão. Também não ficaremos tristes se nos chamarem de leão, sinónimo de força e poder também associado a outro grande clube chamado de Sporting. E, embora eu seja sportinguista, não deixo de querer ser também Pantera, por via da bandeira de minha singularidade, a NIASSALÂNDIA, símbolo de um país que já não o é!
Triste sina, esta de já não ter "meu país" e meu berço que agora é viveiro de cachuchos, corvinas, garoupas, pargos e patas-roxas entre outros peixes que me dão serventia por via das maravilhosas caldeiradas. As comezainas que me permitem alimentarem a vida gulosa neste lindo AlGharb do M'Puto. Bem! Também temos as chamadas raposas, ágeis e espertas. Entretanto, o Nosso Senhor escolheu um animal inexpressivo para nos apelidar: As ovelhas que são animais indefesas, pois não lutam nem correm e até servem de petisco... Trata-se de um bom apelido para quem carrega muitos medos, diga-se... Jesus, no entanto, insiste em chamar-nos dessa maneira: “Eu os estou enviando como ovelhas...”; “Eu sou o bom pastor; conheço as Minhas ovelhas, e elas Me conhecem...” (Jo 10:14); “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz...” (Jo 10:27); “Pastoreie as Minhas ovelhas...” (Jo 21:16). E, mas então, porquê Ele nos chama assim?
Há muitos motivos. Talvez o melhor deles seja porque a ovelha parece ter aprendido algo que garante sua segurança: Depender totalmente do pastor. Naturalmente, o ser humano luta por independência; na juventude, experimentamos essa condição de maneira bem intensa. O problema neste processo, é o de que podemos nos atrapalhar na busca de independência pois que isso de ser-se livre é, bem perigoso... Está a ver-se...
O Soba T'Chingange
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