N`ZINGA E O FALA KALADO
NA ILHA DO CARLITOS – 6ª de Várias Partes – 27.04.2019
Por
T´Chingange - (No Nordeste brasileiro)
Ele, Fala Kalado, quis ficar longe das vistas e já na Ilha do Carlitos foi-me dizendo que tem andado recatado, metido na sombra e no mato, para fugir de toda aquela vida de kazucuteiro, da venda e compra de armas. Kamanguista, já era - trespassei por bom dinheiro! Agora só quero mesmo gozar minha velhice com a tranquilidade permitida pelo reumático.
Quero ir à Serra da barriga depositar em selo, as vontades dos próceres matumbolas (mortos vivos) de N´Gola, N´Zinga, Hoji-ya-Henda e Monstro Imortal, heróis da guerra do Tundamunjila descansando sua eternidade junto dos seus antepassados, no Quilombo de Poconé; aliás já falei nisso! Pois, quero ir lá contigo porque sei que conheces bem, as antigas terras de Zumbi dos Palmares.
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Quer-se dizer, vais acabar cm a minha estória do Fala Kalado! disse-lhe eu. Tu é que sabes! Foi a resposta. Mas, há muito que contar - assim queiras, conclui... Por agora vou lá deixar as placas comemorativas, última vontade daqueles tais, para culminar esta etapa de familiaridade muito relegada no tempo.
T´Chingange fala: Tua vida tem sido complicada depois que o Mais-Velho Jonas te mandou "fazer a folha". Também, a desviares tanto "feijão branco", daquele jeito, só poderia dar nisso. Só quando te vi no terminal de Guarulhos é que fiquei a saber e, com muito espanto que estavas vivinho da costa. Para mim, tu já estavas no eternamente do mukifo do céu...
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Recordo-te quando nos vimos de relance em ótxicoto lake da Namibia, faz tempo, com um tal de Mike Guiver, angolano preto, mas depois escafedeste-te da minha memória - tua t´xipala ficou baça e grudada no cerebelo como torrão de alicante preto.
Durante algum tempo até recordei esse ximbicador de mambos, tocador de viola e baladas das anharas mas tudo se foi esbatendo. fazia-te morto naqueles confins, terras do fim do Mundo do Dirico, Divundu ou Rundu... Pois! Como disse (era o FK a falar) tu, T´Chingange ainda tens muito para contar pois que, foste Secretário de Informação e Propaganda naquela fase embrionária do Comité da Caála do Huambo aonde estava nosso comum amigo Kalacata.
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É verdade - falei eu: Nesse tempo ambos sonhávamos com imagens inteiras mas, depois nossos destinos foram-se fragmentando, tal e qual como aquelas molas helicoidais das granadas ofensivas.
Lembro, disse! Ficavam quase em nada quando estilhaçavam. Tal como nossas vidas, rematou FK. A conversa estava boa de lembranças recordando aquele passado feito "NADA" neste "TUDO" de agora a falar de outros tempos... Soube que o Mais-Velho Jonas, reformando o Comité da Caála deu-te novas funções de Secretário de Relações Publicas, que quase morreste em Kalukembe na curva da morte.
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Hó, se lembro! Desse tempo em que me mataram junto com o galo desenhado no capôt do meu renault major - em Kalukembe! Pensavas que eras o único morto nesta estória? Já relembrei por aqui e por ali o que foi essa minha vida; como dizes ainda haverá muito para dizer - de forma aleatória correndo no tempo para lá e para cá.
Afinal, ambos fomos abençoados. Estarmos aqui a contar isto que é uma estória quase igual à do Lampião, muito cheia de espinhos. Temos de andar com cuidado porque os cactos têm acerados picos, os mesmos que o cegaram sem nunca ter vingado a morte de seu pai Virgulino Ferreira. Virgulino, que nome mais traiçoeiro - cheio de virgulas...
O Soba T´Chingange
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