É DUM CÃO - “Marley e Eu” – O meu rafeiro …
As escolhas de
Kimbolagoa
Por: Dy - Dionísio de Sousa (Reis Vissapa)
Pois a minha sombra durante treze anos apagou-se. O Marley viveu bem e foi um companheiro fiel e eu escrevi sobre ele tal como o via. No 4 de Outubro, celebra-se o Dia do Cão, data escolhida por coincidir com a época da morte de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais.
Ao vaguear pelo face naquele dia fiquei a saber que era o dia do cão. Podia ser o dia da pasta de dentes, do penso higiénico ou até quem sabe do percevejo, animal que habitava as camas de ferro do hospital militar em Luanda quando fiz tropa. Ainda tive a ousadia de mostrar alguns àquela megera chamada Sulpico Pinto que de vez em onde lá ia visitar os garbosos militares portugueses, e acabei por ser castigado por calúnia. Acabo por divagar sempre que resolvo escrever sobre algo. Ah já sei, dia do cão; montes deles em poses perfeitas no facebook. Quase todos da alta fidalguia nem um rafeiro como o meu. Uma injustiça, pois se há cães fiéis é os rafeiros; lembramo-nos dos “Kafis” que andavam debaixo da carroça dos ciganos, fiéis até à exaustão! Com uma vantagem, não precisam de gastar fortunas nos dietistas. Lá estou eu a misturar alhos com bugalhos.
Bem, o meu Marley é um caso único de pedigree. Marido da mãe, pai da mulher e filho de um irmão da primeira ninhada. Com este concubinato todo só podia dar um cão de alto gabarito. Aqui no bairro já me perguntaram se ele é cruzado com javali de bonito que era. Mas beleza nunca foi nem nunca será sinónimo de inteligência e lá que ele era esperto lá isso era. – Por volta das sete da tarde e depois de ter comido a carcaça de galinha cozida, que ração não é com ele, desata a fazer malabarismos à minha volta e eu já sei que estava na hora de ir desovar. – Marley vem para o dono que o idiota da capital, o do Mercedes que está a passar férias aqui ao lado ainda te atropela com a velocidade que vem.
E ele vem ligeirinho para ao pé de mim não vá o diabo tecê-las. – Não quero jurar mas acho que numa mensagem telepática ele perguntou. – Este estúpido não é o que pára em frente ao teu portão. – Não Marley, esse é aquele emigrante do Audi, o da praia que quando lá chega a catrefada toda joga areia para cima dos meus olhos. – Como é que lhe chamas. – Vien ici mon petit, filho dum cabrão. Mas deixemos estas coisas de somenos importância e voltemos ao Marley. – Não sabes como te estou grato por não me dares ração e nunca me teres vacinado, já lá vão treze anos e sinto-me em forma. Tive de lhe dar razão pois os cães da família vacinadinhos da silva e pedigree Pal, aos quatro anos batem a caçoleta, para não vos falar da factura do veterinário antes de partirem definitivamente para o além.
Devo dizer que adorei ver as fotografias da cachorrada toda no “Face”. Lindos de morrer e os elogios ao animal “Fiéis até morrer”, “Gosto mais dos cães do que dos homens”, Quanto mais conheço o meu cão menos gosto do meu marido” ou vice-versa, “Se querem maltratar alguém maltratem a minha sogra deixem o meu cão em paz”, coisas lindas de se dizer. Bem tenho de parar por aqui que o meu rafeiro está olhar para mim e a dizer-me. – Então hoje não se come Óh palerma. – Primeiro vou tirar-te uma fotografia para o face que tu também és filho de Deus, e fica a saber que gosto mais de ti que do Passos Coelho. – Vai à merda mais a comparação!!!!!!
Reis Vissapa
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