NAS FRINCHAS DO TEMPO - 22.07.2016 …. É por estas e por outras que eu prefiro ir à Tasca do Galo comer uma bruta entremeada regada com um bom tintol da Terra de Lavas...
Mokanda : É uma carta
Por
MOKANDA DUM AMIGO … Fui ao gourmet e tramei-me!
Tu sabes o quanto eu sou um tipo moderno, também chique, diga-se! Por isso não pude deixar de entrar num restaurante gourmet da moda aqui no burgo de Lxa. Vesti um Armani que comprei num saldo na Baixa da Banheira, calcei umas sapatilhas com uma vírgula estampada que regateei ao cigano e esfreguei-me em meio frasco de Chanel marroquino. Foi assim, cheio de cagança, nossa banga, como mandam as regras dum pelintra luso, que fui jantar ao tal restaurante, gerido por um “chef” reputado e internacional.
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Tramei-me! Antes tivesse ido ao tasco da esquina aviar uma bifana! Confesso que já levei muita tanga, mas como esta, nunca! Passei fome, fui gozado e fui roubado! Sempre achei que cozinhar era um acto de descontracção, de partilha, de alegria, de afecto. Tu bem sabes pelos convívios aí em teu pátio Andaluz a que tu chamas de Pátio Havanero.
Bom! Eu até deveria desconfiar, porque aqueles concursos gastronómicos das TêVês transformaram as comezainas duma kizomba social sadia, em gratuitas agressões de stressante provocação com lágrimas e depressões. Enfim! Bom! Nós até já temos falado nisto mas, as parvoíces dos mestres cozinheiros da moda deixam-me em pulgas… arranjam pratos estapafúrdios e minimalistas apelidando-os de “criatividade culinária” e por aí…
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Colocaram-me um prato à frente que foi mais difícil de decifrar que as palavras cruzadas do JN ao domingo. Um prato que exibia 5 cm quadrados de um pobre robalo que pereceu inutilmente só para lhe extraírem um pedacito do cachaço, meia batata engalanada com um pé de salsa, e 2 ervilhas a nadarem numa colher de chá de um azeitado molho de escabeche, bem disfarçado com um nome afrancesado que nem vem nos dicionários.
E, às tantas era uma liça de alto mar ou boga da Ria do Alvor. Para remate, três riscos de uma substância pastosa, estilo Miró, para preencher o restante do prato. Estava bonito, lá isso estava! Mas, o bruto do português, (que não eu, claro) habituado à sua travessa de cozido e ao panelo de feijoada, olha para aquilo, tu sabes, assim com uma cara de parvo capaz de assustar o menino Jesus. Esboça-se um sorriso amarelo ao empregado de mesa, uma melga à nossa volta, tudo óptimo sabes….
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E, enfiam-se dois Xanaxs quando nos metem a conta à frente. A muito custo, cala-se o berro de duas peixeiradas de cumcamano que nos vai na alma e pagas e não bufas! Nunca mais lá volto! E sabes que mais? Sempre é melhor comer aperitivos, como bolinhos de bacalhau e tremoços na tasca do Luís de Fornos de Algodres, que são muito mais saudáveis e muito mais baratos.
Ou o pica no chão de Alguidares de Cima. Isto de encher o cu a pançudos já bastos, basta… Nunca mais, juro! Para ver pintura abstracta, vou à página do teu amigo, Mano Corvo Costa Araújo ou às coloridas flores de Assunção Roxo! Um regalo prós olhos noééé! Para ser roubado basta ir à Autoridade Tributária, vulgo Finanças... Olha, isto serviu.me de lição!
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Mas além de chique, maniento como tu me chamas, deveria ser mais desconfiado! Eu explico: Deveremos sim, de desconfiar destes cozinheiros que têm a ambição obsessiva de ser medalhados pela Michelin, Isso! Essa marca de pneus que agora se bandeou para a gastronomia! Quanto mais não vale esses convívios, tertúlias em teu Pátio Havanero com aqueles refrescantes mujitos com hortelã do teu quintal. Coisas que aprendeste com esse tal de Hemingway … Olha….Só posso ir aí, lá para o fim de Agosto! Um abraço…
Mano Andaluz
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