TEMPOS PARA ESQUECER – 08.08.2016 - ANGOLA DA LUUA X . NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA. … Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo. Foram demasiados traidores…
Por
(…) Portugal, simplesmente se subjugou ao preceito da descolonização do MPLA de Neto! Quando se tomaram medidas para alterar o que estava mal, já era tarde demais! Rosa Coutinho sabia que isto iria acontecer e deixou tudo encaminhado por forma a fortalecer o inexistente MPLA de Agostinho Neto! Rosa Coutinho deveria simbolizar para Angola do MPLA a estátua da liberdade com um tamanho triplo da que se observa nos Estados Unidos da América.
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E, Neto disse isto mesmo aos emissários de Fidel de Castro: «Que não tencionava repartir o poder com os outros Movimentos nem conceder-lhe qualquer condução de áreas estratégicas». Todos se moviam em falsidade! Ouvia-se falácias atrás de falácias fazendo de nós, uns tristes coitados. Um nojo!... O Governo de Coligação saído do Acordo do Alvor viria a ser uma utópica armadilha, assim muito cheia de fios entrelaçados que a todos amarrava; até a eles, os fazedores das leis.
A maioria das mortes em Luanda saía dos canos das G3 e outras armas e também granadas dadas ou desviadas para o MPLA! Era o projecto dum movimento que só o era em ficção mas, que trabalhou o ódio na perfeição da “Victória ou Morte”. A Luua tornou-se a terra da maka, da confusão generalizada com os grupos de bandoleiros saídos dos comités populares, de bairro e outros que só mesmo Lúcio Lara saberá!
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Os mulatos encostaram-se aos pretos, os pretos que pertenciam à nomenclatura faziam seu jogo de inverdades e os pretos lá nos musseques morriam como tordos debaixo de chapas de zinco ou capim! Os brancos sem saber a quem recorrer moviam-se que nem salalé tresmalhados de medo; outros diziam-se progressistas a toda a prova! Eles andam por aqui e por ali lavando a imagem! A guerra do Tundamunjila estava aí! E, era isto mesmo que interessava passar à grande parte de gente, que por nada queria abandonar Angola! Mas, foi sem nada que tiveram de sair, revistados e revirados do avesso.
Lúcio Lara era um dos principais instigadores dos bandos armados juntamente com Iko Carreira entre outros. Os novos governantes portuguese aliados aos novos oficiais de aviário, desejando ser merecedores de créditos para com o resto do Mundo e países de África afirmavam com frequência: - “A transição vai ser feita sem nada se exigir em troca, nem dela retirar sequer um alfinete”. Esta operação de charme foi a visão real de tudo. Nós nem eramos assim importantes como um alfinete! Que poderíamos deduzir destas palavras proferidas por gente que dizia representar-nos?
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Àquela operação de charme, eu diria de merda…! Tudo orquestrado à revelia dos nossos interesses e dos da pátria; e, tudo muito suavemente ou virulentamente aceite pela maioria dos portugueses do M´Puto! Não me cansarei de dizer isto porque é a verdade que sinto, embora incomode muita gente que só agora se diz ter sido enganada! Será!? Uma vergonha sem perdão nem ponto final porque ainda falta muita cuspidela num texto nunca acabado. Já nem interessa fazer-se justiça porque a fzer-se, vai sendo acomodada e demasiado tardia!
Neto era tão paranóico que só debaixo de gotas ébrias, bêbado se quiserem, dizia algo com agrado e, sempre ficava subjacente em sua aparente preocupação a recear um potencial rival. Estava demasiado ansioso para ser o líder do MPLA, líder da Luua e o presidente de Angola. No dia 26 de Julho de 1974, três meses e um dia após o 25 de Abril, um dia depois da chegada de Rosa Coutinho a Luanda, Neto enviou uma delegação do MPLA a Cuba solicitando a Fidel ajuda económica, treino militar e armas.
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Nesta fase de tempo, Rosa Coutinho diria que os brancos ultra-revolucionários não seriam perigo na marcha idealizada por ele para a independência, afirmava que estes, nem consciência politica tinham para actuar! Que não estavam politizados e apenas queriam continuar em Angola afirmando: “ Os brancos não têm uma ideia concreta do que querem a não ser a segurança das pessoas e seus bens”. Terão de optar pelo Movimento que melhor assegure a sua protecção se os deixarem optar por essa via! E ele, sinceramente, não estava errado naquelas afirmações mas, fez de tudo para provocar a debandada.
O Embaixador Russo em Dar-es-Salam diria por alturas do Natal de 1974 que «O MPLA não se deve considerar um partido de vanguarda, nem sequer um partido mas antes, uma coligação de sindicalistas, intelectuais e afins progressistas, assimilados ou cristãos de largos segmentos da burguesia luandina» e que tinham os militares portugueses como seus parceiros! Estavam longe da realidade por via de ela andar estonteantemente rápida!
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Pode dizer-se que ainda nem sequer a tinta gasta em subscrever o Acordo de Alvor tinha secado e, já os conflitos eram evidentes em dissidências e confrontações armadas um pouco por todo o território angolano. O acordo de Alvor que viria a ser assinado na Penina pelos três representantes dos Movimentos e Portugal era um documento incongruente devido sobretudo à celeridade da sua feitura. A parte Angolana apresentava um texto mal elaborado e incompleto que suscitava logo à partida a sua exequibilidade mas, a pressa era tanta que superava o demasiado grande!
Este texto só por si era um atestado público de incompetência. Aos brancos formam simplesmente postos de lado com a anuência de Mário Soares, Almeida Santos, Melo Antunes e os militares mandatários do MFA, diga-se, todos exímios revolucionários de cartilha vermelhusca práfrentistas. Os brancos não iriam ter qualquer garantia de direito à nacionalidade. Não houve nem sondagem, nem referendo a dar força legal a esta postura. Uma negligente e confrangedora atitude por parte de gente que viria a estar no topo da hierarquia do M´Puto. Aliás, recomendaram às partes manter este capítulo em pasta “secreta”.
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Um bando de incompetentes de alto coturno! Isto não ficou salvaguardado no acordo de Alvor! Foi elaborada uma proposta chamada de Lei Fundamental elaborada em Maio de 1975, seu artigo 9º que estipulava serem angolanos todos os nascidos em Angola e, os não naturais, filhos de mãe e pai angolanos. Isto que foi elaborado só por angolanos, veio a vigorar só até 2014!
Dos três partidos MPLA, FNLA e UNITA, só este último apresentou a versão de que eram angolanos os que vivessem em Angola há pelo menos cinco anos ou há mais de três anos se tivessem filhos nascidos em solo angolano e os cônjuges, se residissem há um ano no território. Os negociadores portugueses recusaram-se a dar firmeza ao conceito de nacionalidade remetendo isto para os movimentos apos formarem um governo de transição! Mas que filhos da mãe, renegarem seus próprios irmãos e, meterem-nos a propósito numa pocilga de conceitos e preconceitos. A coisa não estava preta… era de pretos! Enfim!...
(Continua…)
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