TEMPOS PARA ESQUECER – 14.08.2016 - ANGOLA DA LUUA XII . NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA. … Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo. E, bastava manter os 60.000 efectivos militares da incorporação de Angola …
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(…) Houve nitidamente, ingenuidade e até desconhecimento real por parte dos negociadores no Acordo de Alvor. Até a própria UNITA na pessoa do seu presidente Savimbi, referiu que nesta Cimeira, os negociadores portugueses não defenderam os interesses pátrios (referia-se a Portugal). Costa Gomes, o presidente de então, conhecido por rolha, afirmava ter havido equilíbrio dando notas de concordância àquele acordo. Acordo que nem sequer durou dois meses!
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Claramente, os intervenientes portugueses referiram que este acordo era para cada um dos líderes angolanos uma plataforma de conquista do poder! Tomara! Com esta inépcia, ingenuidade de alguns e incompetência de muitos, a equipa negocial portuguesa não poderia dizer outra qualquer coisa. Hoje, podemos fazer lembrar o quanto fomos vilipendiados neste processo e, havia seguramente outras formas de se fazer a descolonização.
Melo Antunes, o chefe da delegação de Portugal, assumiu mais tarde ter falhado! O modelo falhou porque foi baseado numa perspectiva de esquerda com uma análise desvirtuada do colonialismo numa tonta convicção de preservar só os direitos dos africanos, leia-se negros! Uma total e generalizada afirmação nacional diga-se. Com desfaçatez, justificaram-se de que não tinham outra saída; uma falácia feia e difícil de digerir.
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Foi um desresponsabilização má, dos portugueses, do “lavo daqui as minhas mãos” com má-fé de todas as outras partes. Eles, os Movimentos sabiam que iria ser assim mas, eles tinham pressa; e, eles eram os militares do M´Puto. Tudo um erro gravíssimo e, cujos cordeiros a imolar seriam os que se viriam a chamar de retornados, cidadãos brancos em sua maioria, quase catalogados de segunda categoria, gente para canhão.
E, bastava manter os 60.000 efectivos militares da incorporação de Angola a assegurar a ordem aceitando os movimentos sem armas para conversar. Os três movimentos não teriam recurso a retaliar esta postura porque simplesmente estavam quase desmobilizados, de braços quase caídos. Eles, movimentos tiveram de recorrer a exércitos privados ou feitos às pressas como os do MPLA de Neto que nem somavam 100 homens!
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E o pior de tudo era a inoperância do tal acordo tricéfalo porque não haveria punição, porque nem estava assim previsto para controlar ou castigar qualquer incumpridor e, se o houvesse teria de ser pela via militar, uma coacção inviável por parte de Portugal com um exército apático e desmantelado entregando as armas, as botas, os quarteis e paióis ao MPLA e distribuindo outros pelos restantes beligerantes.
Em um artigo, Pinheiro de Azevedo relembrou a seguinte postura: - “Portugal poderia orientar a descolonização salvaguardado os interesses dos portugueses radicados em Angola se o povo português e seus dirigentes tivessem reagido violentamente à entrega daquela colonia a movimentos comunistas armados”. Isso não foi possível porque as forças de esquerda determinaram: A não saída de soldados para as colónias depois do 25 de Abril lavando o cérebro a mentalizar aos que vieram a partir para entrega do poder ao MPLA.
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Aqueles militares guedelhudos idos à última hora da Metrópole transformados em covardes entreguistas, proporcionaram aos demais ainda em Angola uma visão de derrotistas incentivando ao abandono e, por modo a tornar inviável outra qualquer via que não a entrega ao Movimento de esquerda, o MPLA. Portugal e os militares não se empenharam verdadeiramente na defesa de interesses pátrios.
O cepticismo dos portugueses radicados em Angola resultava da total desconfiança não só do comportamento dos militares como e também dos governantes da Metrópole. O abandono dos brancos, sabia-se serem uma ameaça às estruturas produtivas do território que resultaria no seu colapso pelo êxodo total e, porque Angola não era só constituída por endinheirados fazendeiros.
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A maioria representava uma força de trabalho mantendo estável o motor económico do território. E, não era só em gestão; havia uma grande percentagem de trabalhadores sem qualificação especial ou semiqualificados, pequenos comerciantes, artesãos e funcionários públicos com ou sem o tal de colarinho branco. Era o cenário perfeito para o início da segunda guerra de libertação. A desobediência, insulto e agressões gratuitas.
Como um dos muitos exemplos a população de Dalaceia entregou o regedor ao MPLA e cinco dias depois este surgia enforcado. Os militares do MPLA proferiam as frases de ordem: “Agora é que vai começar. Brancos de merda, agarrem suas malas e sigam para a vossa terra”. Lembre-se que ao contrário das colónias britânicas francesas ou belgas, Angola possuía um grande número de brancos bastante pobres e, cujo estatuto de vida não era muito melhor do que o de muitos pretos.
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Ninguém de mando considerou ou quis considerar esta sociedade. Em fins de Janeiro de 1975 houve uma grande infiltração de material de guerra por parte do MPLA através de Cabinda e de Santo António do Zaire aonde existiam bases destes mas, também da FNLA. A estes o MPLA contava as espingardas e estudava estratégias para os afastar dali; era uma questão de dias
Na segunda quinzena de Janeiro e para comemorar a assinatura do Alvor, o MFA promoveu “espectáculos culturais para civis e militares em Cabinda, Carmona, Nova Lisboa, Luanda e Luso. Os artistas eram todos frentistas do PCP; artistas idealistas, com cantigas de intervenção para explodir as mentes.
(Continua…)
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