TEMPOS PARA ESQUECER – 22.08.2016 - ANGOLA DA LUUA XV . NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA. … Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo - Vasco Gonçalves, o louco, esbracejava na televisão atirando cravos para a multidão…
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(…) No chão barrento dos musseques da Luua ficam cadáveres e um rasto de destruição. No ar desses bairros de arruamentos labirínticos multiplicam-se os papagaios de papel que visavam impedir a visibilidade e o voo dos helicópteros de onde os militares davam instruções e orientação às patrulhas que em terra procuravam acudir aos focos de problemas. Esta dos papagaios de papel, vim a saber muito recentemente em conversa com outros kambas que também por ali estavam; uma coisa que só tinha viso em um filme do Vietname e guerrilha nas ilhas do Pacífico.
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Afinal havia muita gente formada na maldade e atenta a todas as artimanhas para lograr sucesso em seus objectivos. Estabelecer o medo com estrondos lançados para o ar e tracejantes para o espaço nas noites cálidas daquela Luua. No Verão do apocalipse de 1974 a inquietação dos portugueses de África, regia-se no conceito de nacionalidade pelo princípio do solo, pelo que eram portugueses todos aqueles que tivessem nascido em qualquer parcela do solo nacional…
Mas, isto não era isto nem aquilo, mas uma outra coisa qualquer a tirar dos manuais revolucionários entranhados no cerebelo de gente sem eira nem beira, ávida de serem donos de tudo e até da vida dos outros, uns abutres mais pretos que urubus a reacender um racismo que já estava moribundo! Tudo viria a ser uma outra coisa… A brancura da pele tornava-se perigosa! Os albinos começaram a ser perseguidos por ainda serem mais brancos e, decerto teriam cazumbi dentro deles; a superstição doentia, matou muitos e de formas bastantes trágicas.
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Ser angolano branco, era imediatamente querela apresentada como algo de marginal. Foi como o definiu Vasco Gonçalves a 24 de Julho de 1975 a uma televisão alemã: -“trata-se duma minoria teimosa e egoísta, que se recusa a reconhecer as perspectivas de futuro”. Quem tem amigos assim e, como primeiro-ministro do seu país, não necessita de mais inimigos! Este cidadão deveria era de estar numa casa de malucos a tratar-se… Na Luua, diríamos que deveria estar no “quintas”…
“Os deslocados”, como então a imprensa designava os primeiros desalojados de Angola, começaram a chegar às centenas de milhar em inícios de Agosto de 1975. Contudo eram raríssimas as suas fotografias mostradas na imprensa do M´Puto. Os jornais eram multados por terem falas anti-revolucionárias, qual PIDE para pior. Era uma fuga d gente a reter até que, os seus caixotes e os seus corpos deitados no chão do aeroporto da Portela se tornaram incomodamente visíveis, incontornáveis.
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Caixotes feitos de tabuas de camas, portas de armários, janelas de pau-ferro, pau-rosa ou indianuno. Era o fim da festa, comentavam jocosamente nossos patrícios, irmãos, tios, primos, gente de moral que ia à missa e, que todos os domingos batiam no peito; todos a enganarem Deus…
A censura do CR com seu activo PREC tentava esconder ao mundo a parte podre da revolução dos cravos! Imaginem! Algo inusitado é, uma notícia de 12 de Agosto de 1975 acompanhada por uma fotografia com recém-chegados ao aeroporto da Portela com jornalistas estrangeiros a cobrirem estes escolhos feitos gente, quase nada... Afinal “os colonos”, “os fazendeiros que fogem por medo”, os “mata pretos” sempre acabaram por fugir! Diaziam à boca cheia e sem espanto!
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Em Angola o PP - poder popular, tinha um órgão secreto formado com abrilistas do M´Puto, Cubanos e progressistas do MPLA. Estudantes vindos de países do Leste europeu, das terras frias aonde a revolução se alimentava com ódios, vodka e muita ideologia tonta. Era destes que saíam ordens e o apoio logístico com dinheiros dados à socapa por seus chefes, uns quantos perfilados com Rosa Coutinho e seus pare do CR- concelho da Revolução.
Angola seria em breve dos angolanos. Agora sim, não haveria recuo, era o pensamento generalizado da maioria com bom senso, de todas as cores. Se queriam matar-se uns aos outros que o fizessem! E, assim veio a ser! O incitamento à expulsão dos brancos já era transversal a todos os movimentos. Na diagonal, na vertical, lúcido ou bêbado, Agostinho Neto atiçava seus discursos, seus poemas despeitados, falas desajustadas de fazer tremer o susto. Nunca antes se tinha sentido tal racismo depois de sessenta e um. Com a partida dos colonos poderiam ficar com tudo, porque tudo lhes pertencia, dizia-o abertamente!
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Os lidere dos outros movimentos a partir de Julho não retaliavam Neto! Se o fizessem seriam mal vistos. Consentiam! Em Portugal a maioria sensata estava silenciosa, aturdizada muda e queda espantando o medo que o assustava. Vasco Gonçalves, o louco, esbracejava na televisão atirando cravos para a multidão que ébria, o ouvia. Os retornados seriam postos na tourada do campo grande para gaudio dos abrilistas. Quem o disse ainda anda por aí vivinho da costa!
Os anarquistas escreveram algures numa parede bem perto da terra do Riachos no Ribatejo: Otelo Saraiva de Carvalho, que lindo nome tu tens, retira o vê do carvalho, e mete o resto co cú! Assinado um “A” metido em um círculo! Tudo em vermelho! Começava a haver alguma indisposição em alguns pensadores do M´Puto… Em Angola o MPLA enviava grupos de jovens militantes para Cuba e URSS aonde recebiam treino político militar. E, entretanto os navios continuavam a desembarcar material de guerra próximo de Luanda assim em segredo dos portugueses; no princípio até foi assim mas, depois já era quase do conhecimento geral, mas tudo era inusitadamente tido como boato! Poderia lá ser! Ninguém queria acreditar…
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O MPLA aliciava principalmente quadros negros das FAP a desertarem com armas e equipamentos. Isto quase foi normal, permitido e acarinhado pelos militares portugueses e até figuras destacadas do próprio Concelho da Revolução e outros políticos que o tempo escondeu na penumbra!
Fantasmas que ainda se continuam a manter à custa de todos nós, que recebem do estado reformas chorudas. As NF – Nossas Forças da FAP, deram 30 navios operacionais, 21 aviões da Força Aérea, 2 Dornier, 6 Dakotas, 6 helicópteros Alouettes e Nord Atlas, entre outro variado equipamento ao Governo de Transição de Angola saído do Acordo do Alvor. Às supostas FAA – Forças Armadas de Angola.
(Continua…)
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