TEMPOS PARA ESQUECER – 01.10.2016 - ANGOLA DA LUUA XXI. NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA. … Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo. Spínola o herói do monóculo e pingalim, escapa-se de helicóptero para Talavera de La Reina, em Espanha…
Por
(…) Holdem Roberto a partir do Zaire, nada fazia mudar e, só se fazia notar por sua falta de bravura. Era um acomodado na mão dos americanos. A posição da FNLA tornou-se difícil de manter em Luanda. O MPLA, conjuntamente com as N.F. (Forças portuguesas) iniciaram uma perseguição tenaz nas Avenidas D. João II, à entrada da Rua Coronel Artur de Paiva. “Chaimites da tropa portuguesa” disparavam sobre soldados da FNLA que fugiam desarmados; enquanto corriam despiam a farda para mostrarem estar indefesos. Eles, simplesmente queriam salvar-se!
:::
Iriam buscar socorro no Bairro do Saneamento da Cidade Alta aonde viviam os ministros da FNLA sob protecção de forças especiais portuguesas e conjuntas de guarda ao Palácio que lhe ficava ao lado. Em frente da Rádio Eclésia – Emissora Católica, a tropa portuguesa em apoio ao MPLA provocaram um espectáculo bem macabro: Abriam fogo contra todos na Calçada de Santo António; isto era feito debaixo de risos e desaforos como se coelhos fossem, e vão dois e, mais outro!
Ainda haverá militares vivos que possam confirmar isto se entretanto a consciência já não lhes tirou o tino. Os mortos por ali ficaram estirados no passeio e rua tendo sido mais tarde retirados por militares da UNITA. Neto radicalizava-se no “esquerdismo”; jogava com todos os trunfos no populismo com os inerentes reflexos do processo revolucionário em curso português; Havia gente do PREC do M´Puto a instruir os dirigentes no como fazer e fazer querer!
:::::
As FMM ao invés de apagar o fogo como o deveria ser, ateavam ainda mais os incêndios. Lopo do Nascimento mentia com todos os dentes dando força ao tal exército popular do seu MPLA – “victória ou morte”. A 8 de Junho voltaram a ocorrer rebentamentos nos Bairros Cazenga, Lixeira, Sarmento Rodrigues e Cassequel. O MPLA fazia isto com elevado volume de fogo; havia munições à farta. Os militares dos movimentos FNLA e UNITA, refugiavam-se nos quarteis à guarda das N.F. agora mais comedidas no seu ímpeto esquerdista por pressão e vigilância do Alto-comissário Silva Cardoso.
As FAPLA, atacaram e destruíram com blindados o quartel da FNLA em Kifangondo. Ninguém se insurgiu neste uso de blindados! Deveriam ser apreendidos pelas N.F. mas, ou as ordens se perderam no caminho ou lhes faltou coragem para actuar. Podemos acreditar em tudo porque nada foi feito! Era mais fácil desconhecer tal gravidade. Lobito, Benguela e Sá da bandeira eram agora as cidades refugia dos deslocados de guerra.
:::::
A etnia branca já não acreditava nos nacionalistas; desesperavam por não ver a situação normalizar. Não dava para esperar! As escolas começaram a não funcionar, os dispensários médicos iam ficando sem gente capacitada, as instituições iam ficando desertas de gente com poder de decidir. O “lar do Namibe” uma cooperativa de construção comunicou-me que já tinha direito à tal casa mas, esta carta por ali ficou em cima duma estante a desaguardar.
O Tenente-Coronel Gonçalves Ribeiro insistia desde Junho de 1975 à Comissão de Descolonização na necessidade de se ultimarem transportes para os brancos e demais desalojados que quisessem abandonar Angola. Agora, os Delegado dos Movimentos que estavam no vasto território, ocasionavam abusos de autoridade, extorsões, detenções, agressões desmedidas e até mortes de forma gratuita.
:::::
A 9 de Março de 1975, no M´Puto, Spínola foi informado por oficiais amigos da operação matança da páscoa, um plano do Partido Comunista Português e os militares mais radicais do COPCON e da 5ª Divisão, apoiados pela União Soviética, para realizar uma campanha de assassinatos políticos, onde Spínola e seus apoiantes constavam como alvos, como parte de um golpe de estado para tomar o país.
No dia 11 de Março de 1975 deu-se o golpe. Pelas 9h, a força que iria desencadear o golpe estava pronta na pista de Tancos. Pelas11h45, dois aviões T6 e quatro helicópteros oriundos ao comando de Spínola sobrevoaram e atacaram com rajadas de metralhadora o quartel do RAL1, perto do aeroporto de Lisboa. Pelas 14h00 o golpe é dado como perdido. Coisa pouca!
:::::
Pelas 17h, Spínola o herói do monóculo e pingalim escapa-se de helicóptero para Talavera de La Reina, em Espanha. O falhanço do golpe deixa o caminho aberto à ala radical do Movimento das Forças Armadas, tanto militar como político. A festança do PREC continua com a maioria silenciosa de viola no saco.
Em Portugal Continental, Miguel Judas diria que Spínola por inépcia militar e psicológica perderia essa tal de “Maioria Silenciosa”. Que ninguém lhe tinha pregado rasteira; que não levaram a melhor porque tinham um General fraco como estratega. E acrescenta: "Também houve tropas que estavam para sair e não saíram do quartel”. Também Manuel Alfredo de Mello consideraria que no 11 de Março "foi estendida uma casca de banana ao Spínola e os seus apaniguados caíram, deixando a retaguarda de um lado da resistência ao PCP desmantelada".
::::
Para Alfredo de Mello o PCP "tentou a sua sorte para poder desempenhar um papel determinante na evolução do país. "A verdade é que a descolonização de Angola estava à porta. " E, uma facção dos comunistas, pressionados pela URSS, queria controlar o processo".
Em Angola, as N.T. já nem saíam dos quarteis! Tinham sim um enorme desejo de serem rendidos e regressar à Metrópole do M´Puto. Nem pareceria ser relevante acudir a casos graves em defesa de gente Lusa. As teses do PCP vingavam em Portugal e Angola. Estes do PCP mudariam funcionários, quadros e militantes com acções reais no terreno. Preparava-se mais uma cimeira no Quénia mas ninguém acreditava nisto; Nem os próprios intervenientes!
(Continua…)
O Soba T´Chingange (Otchingandji)
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA