ANGOLA DA LUUA XL - TEMPOS PARA ESQUECER – 20.03.2018
- «Muitos dos “libertadores” sonhavam com a casa, o carro, os privilégios e as posições dos colonos. Conquistaram-nas e tornaram-se piores do que estes… »
Por
T´Chingange - Desde o Nordeste brasileiro
Em Kampala, o presidente da OUA, idi Amim, insistia para que a data da independência fosse mantida sendo Portugal a responsabilizar os nacionalistas por um não acordo. O Secretário-geral da UNITA presente à conferência acusou as FAP de não se oporem à entrada de armamento e mercenários a ajudarem o MPLA no Lobito, Sá da Bandeira e Pereira D´Eça. Em Pereira D´Eça o comandante português entregou o aquartelamento a elementos do MPLA tendo-os vestido com camuflados do exército português, uma clara desobediência e afronta por ser esta região afecta à UNITA.
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Este procedimento foi de uma nítida e grosseira degradação moral para as autoridades portuguesas. Manuel Resende Ferreira disse neste então: -Ainda havia esperança e soldados que não nos abandonavam. Referia-se ao Tenente Fernando Paulo e alguns dos seus homens que resolveram desobedecer ao comando para protegerem um grupo de refugiados no Chitado. Para o efeito criaram ali uma zona de segurança.
São estes os heróis esquecidos, soldados de Portugal que abandonam o exército comunista Português para protegerem cidadãos e, lutar contra a anarquia comunista. E, que foi feito do Tenente Fernando Paulo? Pesando nele dei-me conta que era o fim do império colonial. As feras foram largadas das jaulas com a lei 7 barra 74 do MFA. A Luua eclipsava-se! Tarde piaste! E, agora vamos fazer o quê para o M´Puto?
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As NT - Nossas Tropas já não eram nossas. Davam cunhetes, canhões e até carros de combate numa perfeita cooperação de entreajuda FAP- FAPLA mandando prólixo os acordos de Alvor, da Penina… O MPLA da Luua inventava a maka! Inventava os pioneiros! Depois o Poder Popular! E surgiu o Kaporroto, o kuduro e a victória é certa. Eles já tinham inventado o monstro Imortal, o Valodia e o Monacaxito…
As makas organizadas com o objectivo de criar o caos, originar pancadaria e depois a vitimização já tinham características de sofisticada mentira; meter tudo no barulho, pressionar psicologicamente e criar condições de favorecimento por parte dos militares do MFA, as NT, o CCPA – Comissão de Coordenação do Programa do MFA e o Alto-Comissário…Já se fazia tudo às claras.
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Em um encontro de Melo Antunes com Henry Kissinger, aquele responsável português e a pedido do Secretário Americano disse que era difícil de lidar com Neto; que era difícil de o classificar politicamente como um comunista ortodoxo! À coisa dada (Angola) teve a desfaçatez de dizer que a liberdade, não se recebe, arranca-se! Mas que pulha! Com estes laivos de poeta dava dicas torpes de mau agradecimento aos militares revolucionários do M´Puto. Bem feito, cambada! Alguns não gostaram…
Quanto a Holdem Roberto não tinha solida formação política, era um fraco e facilmente corrompido; dependia de Mobutu! Dos três líderes nacionalistas, era Savimbi o mais inteligente, o mais hábil e o mais forte politicamente. Cada qual fazia o que lhe dava na gana com a Kalash na mão. A lei e a ordem, a justiça eram coisas inexistentes ou anedóticas pela pior das negativas… Disto, o Melo Antunes nem falou mas, nós assistíamos martelando caixotes com raiva, rilhando o dente; naquele agora, mais não podíamos fazer.
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A tropa portuguesa continuaria a fazer segurança nos terminais de comunicações marítimas e aéreas de Luanda, aeroporto civil e militar do porto e Ilha do Cabo controlando o eixo Ilha – Fortaleza de S. Miguel, Palácio da Cidade Alta e Quartel-general. Nova Lisboa, a cinco de Outubro de 1975 era uma cidade morta, aonde ficaram somente trinta brancos. Na terceira semana de Outubro a evacuação do Lobito, benguela e Moçâmedes estava concluída.
Em Luanda a quantidade de deslocados era já muita; superior à capacidade diária de escoamento. O conflito não parecia afectar a produção da Golf Oil Americana que continuava a extrair mais de cem mil barris de petróleo por dia. As obrigações financeiras iam direitinhas para o Banco de Angola com a gestão do MPLA na pessoa de Said Mingas, um antigo colega meu por cinco anos, na Escola Industrial de Luanda.
Nenhum daquele rendimento ia no momento para Portugal. No dia 23 de Outubro a pretexto da invasão Sul-africana e a incursão Zairense, o Estado-maior das FAPLA decreta a mobilização geral de todos os homens entre os 18 e os 35 anos. Este recrutamento abrangia todos os naturais de Angola ou lá radicados. Os estrangeiros teriam de se apresentar nos Postos Policiais para validar e autenticar os documentos a fim de registar sua permanência. Era-lhes dado três dias!
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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