TEMPOS PARA ESQUECER – 05.11.2016 - ANGOLA DA LUUA XXIV ... NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA. … Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo… Portugal fizera o máximo possível no auxílio ao MPLA …
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Em fins de Junho de 1975, Melo Antunes, diria enfatizado ser ponto assente: Colaborar com o MPLA sem beneficiar a FNLA ou a UNITA! O clima de terror não abandonou o MPLA não tendo mostrado qualquer gesto positivo em função do dito, na pessoa dum alto mandatário do Concelho da Revolução do M´Puto. Portugal fizera o máximo possível na ajuda ao MPLA e, este serviu-se desse apoio para fazer o assalto ao poder.
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Neto a 2 de Agosto referia que a FNLA não tinha qualquer papel a desempenhar em Angola e a UNITA seria tolerada até ver e, por os brancos considerarem ser a sua “tábua de salvação”; que queriam continuar a manter seus privilégios! Estas formas de falar comprometeram seriamente Jonas Savimbi, uma arma forte em sua dialéctica. O procedimento de Neto de dar uma no cravo, outra na ferradura tinha a clara intenção de não permitir que Portugal recorresse à ONU.
Neto não queria ouvir falar em ONU e, só por isso atenuava seu discurso quando as ameaças surgiam, embora de forma velada, do lado português. Iko Carreira expressou bem esta posição! Leonel Cardoso andava em pulgas e, admitiu mais tarde ter-se mantido numa inércia justificando-se no reconhecimento de cumplicidade por parte do Ministro Melo Antunes; fazendo-se de bobo, não o queria demonstrar em praça pública! Afirmou.
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Angola ficou assim presa a futilidades mesquinhas de gente pequena a pensar-se grande. Uma grande traição, direi eu! Por fim, o dito moderado do CR, Melo Antunes o apregoado “africanista”, denunciava a violação do Acordo de Alvor e de Makuru pelo Movimentos que levaram à dissolução do Governo de Transição em Angola.
Ficou por isso mesmo, sem penas ou agravos para o MPLA. A FNLA foi confinada à fortaleza de São Pedro da Barra em termos de guerra. Só não foi bombardeada porque tinham lá detidos prisioneiros do MPLA. “Os soviéticos continuam a enviar armas para Angola enquanto estamos aqui sentados a conversar” – foi o que disse Mobutu a dado momento, dando a entender que Portugal usava estes processos dilatórios para servir o MPLA e, não estava nada errado.
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Entre os dias 15 e 17 de Julho militares e familiares do ELNA, foram evacuados pela Força Aérea para Carmona. A população africana (entenda-se, pretos) continuava a ser a mais penalizada, vítimas de caprichos políticos dos Movimentos que diziam defendê-la. Silva Cardoso queria ser substituído por já não acreditar numa situação pacífica e, de já não ser possível qualquer forma de entendimento.
Na noite de 21 de Julho de 1975 Silva Cardoso escreveu sua carta de demissão. Silva Cardoso opondo-se às operações das FAP e, por se colocarem abertamente ao lado do MPLA contra a FNLA e partiu para Lisboa em definitivo. O ELNA sairia do quartel de Santo António à Cuca à força no dia 26 de Julho de 1975. Dois dias antes, as forças do ELNA tinham tomado a Barra do Dande e o Caxito mas, o MPLA, tornava intransitável a ponte sobre o rio Dande em Porto Quipiri, tendo destruído parte do seu tabuleiro.
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Agora, era Leonel Cardoso o interlocutor da parte portuguesa; as FAPLA continuavam a disparar tiro curvo sobre a fortaleza de São Pedro da Barra; tivesse ou não prisioneiros vivos do MPLA, isso passou a não ser problema; a ordem era de fogo, fogo! Em 29 de Julho, Melo Antunes, demitia-se do Governo. Em Lisboa, o presidente Costa Gomes que popularmente era designado de “a rolha”, segurava as pontas bem presas aos homens de esquerda do Concelho da Revolução. O 25 de Abril estava a dar os frutos a alguém! Viva o PCP, a victória ou morte mais o PREC; que página mais vergonhosa!
Os ratos saiam das tocas! As divergências na CCPA atingiram seu clímax! A linha progressista partia nozes com o nariz! Entretanto, Otelo Saraiva de Carvalho chegava ao seu gabinete COPCOM com a prometida ajuda de Havana ao MPLA. Este militar, visto como o novo Ché Guevara, encontrava-se em Cuba desde o dia 21 de Julho para assistir no dia 26 à celebração do ataque ao quartel de Moncada. Isto era o que se fazia constar para não se depararem com embaraços diplomáticos em relações internacionais. Mas, afinal como é que Costa Gomes, o presidente de todos os portugueses alinhava nisto!?
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Costa Gomes nunca se comprometeu em concordar com Otelo no envio de tropas e, em força de cubanos para Angola. Ele, simplesmente ia flutuando como uma rolha ao sabor dos conselheiros que o manietavam ou comprometiam. Garcia Marquez do alto comando cubano, refere isto mais tarde. Agustin Quintana da 10ª Divisão e mais cinco oficiais cubanos chefiados por Arguelles, fazendo escala em Lisboa, chegavam a Luanda a 3 de Agosto de 1975. Foi mais ou menos nesta data que me inscrevi no 13ª voo da Ponte Aérea com guia de Marcha para embarcar para Lisboa com o resto da família.
No Norte do M´Puto, são atacadas várias sedes do PCP a 22 e 25 de Julho. A 27 de Julho Vasco Gonçalves, presente no encerramento do Congresso dos Sindicatos afirma: ”eu vejo nesta aliança Povo/MFA uma vanguarda constituída pelas classes trabalhadoras e pelo MFA, movimento revolucionário autónomo das Forças Armadas, aliado aos pequenos industriais, aos pequenos comerciantes, aos pequenos e médios agricultores, porque essa gente também era trucidada e explorada pelo capitalismo monopolista de Estado”.
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As assembleias de punho no ar sucediam-se na Metrópole. Havia uma confusão muito grande entre o povo nada habituado a estas novas práticas que quase sempre eram sujeitas a manobras obscuras com paralisações. O chavão de “o povo é quem mais ordena” estava sempre constante nas grandes manifestações fazendo crer que o povo em tudo, decidiria.
Tudo indicava estar em execução uma democracia dita popular. Realiza-se em Coimbra o 1º Congresso Nacional das Autarquias Locais, com a participação de Comissões de Moradores de Lugar, Aldeia e Bairro, Juntas de Freguesia, Município e Comissões de Trabalhadores, com o objectivo de discutir as formas de intervenção efectiva na resolução dos problemas comunitários, através da transferência de poderes de decisão e gestão da vida local e regional.
(Continua…)
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