ANGOLA NAS MALAMBAS DO TEMPO . Foi no Hotel Presidente em Cuba… Na marginal “Malécon”… Pestana gamou-me o certificado de mwangolé.
MALAMBA: É a palavra; GAMAR: É roubar
Nas falas de
T´Chingange
Um dia, fiquei chateado de verdade com o meu filho M´Fumo Manhanga, branco como eu, só que, de olhos azuis; este meu kandengue com pressa de vir ao mundo abortou minha pesca de matonas, roncadores e peixe-agulha na ilha de Luanda. Branco que nasce no Sambizanga só pode sair atravessado, revolucionário, turra mesmo! Foi num dia 31 de Dezembro que este meu loiro e chanfrado dos pirolitos nasceu no Hospital Universitário. Já praticamente nasceu doutor e com a particularidade de gostar de catanas, naifas, flechas, machetes, armas de vikings, setas de besta e tiro ao arco. Colecciona canivetes de ponta e mola, só ponta, dupla mola, pontudos, incrustados em madrepérola e madeira exótica que só os índios do ipé-roxo sabem pronunciar.
Dei-lhe um papel de cidadania angolana tirado na Igreja da Sagrada Família da Lua, já carimbado pela Secretaria das Relações Exteriores, reconhecimento e gasosa aos mwadies kambas para ele sua excelência o M´Fumo tratar junto da Embaixada de Angola e, este documento que lhe dei em mão, escafedeu-se na confusão dele; não dá mais para me chatear com esses documentos. Diz o gajo que meteu num livro, não sabe bem qual e agora está em crer que fui eu que o levei na minha viagem a Cuba; até pode ter razão e ,às vezes ponho-me a pensar se não seria o General Alicate, vulgo Pepetela mas de nome Pestana, que me desviou tal papel quando o importunei em uma missão diplomática do glorioso Éme. Isto foi em Havana. Eu, turista de ver o carnival na marginal “Malécon”, deparei com aquele pseudo-guerrilheiro; conversa puxa conversa, durante um lapso de tempo de fazer necessidades, o Alicate gamou meu livro de leitura; até me recordo de ele ter contestado a intermitência da morte de Saramargo. Isto é só um suponhamos... É que Figueiredo Pestana Pepetela e eu, entre outros camaradas do m´puto, algures entre Dolizie do Kongo e a velha picada que passa por Miconge Velho do Mayombe de Cabinda, tivemos um encontro com beijos de fogo! Ele, o Alicate, estava do outro lado; eu de G3 e ele de kalashnikov, terrorista,mesmo!
Eu é que sou burro, preocupar-me com este desinfeliz destino dum filho mwangolé, duplamente licenciado e desprezando sua natalidade num mukifo cheio de livros de arte, com correntes de bicicleta, roda pedaleira, pedais shimano e o catano de zingarelhos espalhados por tudo quanto é canto; bikuatas e corotos sarapintados de cagadelas de moscas, e ratos de pestilentas mijadas nos silenciosos e antiquíssimos pés de Bartolomeu Dias e suas pedras assustadiças, parideiras, cruzes de marcar presença, padrões. Simples como soele, sem aquele certificado de kamundongo, deitar sua vida no mukifo e naquele chão da garagem sem chorar nem botar nódoa no tapete da minha vida, meu loando de nobre estirpe; como capota maluca, carregado de esculturas, projectos de kubatas e trastes, cagou no meu sentimento de puro mazombo; bufando-se em minhas moralidades cagunfou-me de amarelo de tugi. Este meu filho maleducado do m´putu, de castigo está cheirando meu luto vomitado no tempo. Então não é que podia estar em sua terra, desenhando garinas a curtir sol no kafunfo ou pedras do Pungo e está aqui desempregadissimo, sem eira nem beira nem dinheiro de kúmbu p´ra mandar cantar um cego. Como é? Vou estar feliz? Claro que tenho mazé de desabafar!
O Soba T´Chingange
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