NO TEMPO DAS MALAMBAS . Responso ao Santo António…
MALAMBA: É a palavra
Por
T´Chingange
Será muita ousadia mas, apetece-me dizer ao mundo de que quando eu morrer quero levar comigo um computador com internet e uma grafonola, daquelas que tem um cachorro ouvindo no orelhão a musica do tempo, um tempo do qual eu não sei a verdadeira medida nem se, se mede com um relógio, um quartilho de emoções ou um suspiro de sonho, porque julgo que tudo é falso, que somos uma ilusão e que o tempo nada mais é que uma moldura para nela tudo encerrar o que é estranho. Pois, quero ficar ligado a um canal de música as 24 horas do dia com toque espacial das doze badaladas da meia-noite. A eternidade nunca nos dá a possibilidade de ser escolhida em vida e, são sempre os outros que gozam esse privilégio, nosso próprio responso e, sinceramente eu acho mal! Dito assim, as palavras são tão certas e únicas que ninguém sente meus passos rebeldes a dançar verdades.
Os lugares que carrego comigo também se riem dos silêncios do meu pensar ondulando-se em meu aprumo ou capricho, é neste então que reparo nos brilhos vermelhos do mar quase calado, no azul do céu misturando-se na água em tons vermelhos fazendo pazes, capitulando-se na frente de minha alegria; é neste preciso momento que as n´nhufas das kúkias (os medos do sol poente) se marimbam nas cagufas do mundo e nas cerimónias em que todos mandam p´ro céu cunhas ao santo António ou mesmo ao são Pedro com regras e protocolo. Falo isto porque minha mãe Arminda Loureiro Topete de Barbeita, quando eu viajava, mandava escondido em minha mala ou sacola, um responso entregando-me ao destino a expensas do santo dito. Talvez funcionasse! Quero acreditar que sim! Um desejo uterino é para ser devidamente respeitado nos conformes da decência e eu, tenho-me por decente.
No malembemalembe (devagar, devagarinho) compassado do caminho de todos os dias vadio-me na sabedoria cristalizada em comprimidos que tomo matinalmente para segurar a pressão; prendendo seus malefícios à minha pele e, pelo lado de dentro, dissolve-me as ureias, o colesterol, os triglicéridos e os aminoácidos saindo ás postas pela sola dos pés com borbotos floridos a ácido úrico. Se não aguente de pé firme minhas próprias mazelas, assassinar-me-ei no desprezo caligrafado desses olhinhos amarelados; se não banho em águas do mar essas condecorações com flúor e iodo, deito a perder minha própria admiração em vulgares salmonelas, Minhas cicatrizes desse jeito bangulam-me átoa (gozam-me) e, fico assim, mareado e até marafado.
Agora o tal de responso de vida a Santo António :
Se milagres desejais, Recorrei a Santo António; Vereis fugir o demónio E as tentações infernais.
Recupera-se o perdido, Rompe-se a dura prisão E no auge do furacão Cede o mar embravecido.
Todos os males humanos Se moderam, se retiram, Digam-no aqueles que o viram, E digam-no os paduanos.
Repete-se: Recupera-se o perdido... Pela sua intercessão Foge a peste, o erro, a morte, O fraco torna-se forte E torna-se o enfermo são.
O soba T´Chingange
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