CINZAS DO TEMPO – Tento aprender a viver com o vazio das coisas … Fui para longe, no tempo, para ver bem os recantos que em política, não podem ser vistos de perto… II
T´Chingange
Estou a escrever três estórias em simultâneo para poder matar o tempo, uma forma de dizer, porque este nunca se extingue e nem eu sou um experto em matéria do buraco negro. Nesta forma de matar a monotonia reconduzi-me nas lonjuras do Kongo, no tempo e no espaço. Depois de vender a roça Boyoma a Mustafá Joshua Naili desci o rio Lualaba até chegar a Matadi, contornar os rápidos e quedas de água até chegar às cataratas Yelaba.
Entre Kisangani e Kinshasa a navegação foi tranquila; em Matadi far-se-ia o transbordo final para a saída ao atlântico, chegar a Lândana de Cabinda e vender a carga de cacau que transportava. O calor vermelho das margens com a zoada da fechada mata verde, entorpeciam-me numa embriagues desconhecida. Em língua Kikongo, Matadi significa “pedra” pois foi construída empinada nas colinas pedregosas. Entre mim e N´Zau Tati, meu colaborador saído dos rápidos Stanley Falls na fazenda Boyoma, cresciam conhecimentos novos em trocas de impressões quanto ao futuro de África.
Falávamos longamente sobre aquele enclave Imbinda, bastante húmido, um bom clima para o cultivo de cacau na região do Buco-Zau; revíamos com alguns pormenores o tratado de Simulambuco que tinha sucedido há dois anos, feito no intuito de Portugal ser reconhecido nas diplomacias que decorreram em Berlim. E, foi ali no labirinto de covas e pedregais, aonde o navegador português Diogo Cão em 1485 deixou marcas a justificar a sua passagem. O mesmo rio por onde avançou para o interior a partir da foz e, que por ser vasto, o induziu ao erro de que seria aquele o caminho marítimo para as Índias.
Bandeira do Estado livre do Congo e Leopoldo II - O Estado Livre do Congo foi um reino privado, propriedade pessoal deLeopoldo II da Bélgica entre 1877 e 1908
Custou-lhe caro esse erro perante o rei D. João II que o relegou na história para descobridor de segunda linha. Não obstante, depois de ter deixado inscrições comprovando a sua chegada na catarata Yelala, estabeleceu as primeiras relações com o Reino do Congo. Naquele então, dissertamos na incompreensão de a Bélgica ser contemplada com tão grande imensidão, o Congo. As artimanhas de Otto Von Bismarck a juntar aos países da linha da frente, menosprezaram os feitos de Portugal; isso preenchia a maior parte da nossa conversa. O Congo ou Zaire com toda aquela extensão era um país-fazenda, propriedade do rei Leopoldo da Bélgica mantido e explorado à revelia de seus súbditos, europeus e africanos.
O Soba T´Chingange
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