TEMPOS PARA ESQUECER - ANGOLA DA LUUA . IV … 22.06.2016 - O Mundo sempre andou mentiroso - Também, e por isso, as fronteiras mentais transportadas por mim em estórias, embora aumentando em capacidade de criar ilusões, diminuem-me a veracidade (dizem).
Por
Em 16 de Junho de 2016 mencionei o espírita Chico Xavier numa frase que deve estar sempre presente em nossas atitudes: -Você não pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas você pode começar agora e fazer um novo fim! Vamos então seguir o seu conselho…
(...) Luanda ficou restringida à circulação nocturna automóvel para evitar o cortejo de protestos e, foi vedado ao público o acesso ao aeroporto de Belas (antigo Craveiro Lopes); só quem era portador de bilhete de embarque poderia aceder aos balcões do “check in”. Este procedimento resultou assim, porque o Palácio da Cidade Alta foi invadido por centenas de brancos irados com as iniciativas militares que os não protegiam. Todos, ou em sua grande maioria, os moradores de Luanda se aperceberam que as forças armadas do M´Puto não estavam ali para defender os interesses dos brancos mas, isso sim, para preparar, apetrechar, municiar, aconselhar, instruir e ajudar em tudo o MPLA da facção de Agostinho Neto.
A facção do Agostinho Neto não tinha nenhuma estrutura montada para acudir a tamanha oferta que os portugueses lhe estavam dando. A facção Neto era no campo militar insipiente porque a facção do Daniel Chipenda ficou com toda a estrutura militar. Este tinha sido o escolhido para presidente pela direcção do então MPLA quando e, ainda na mata. Neto tinha isso sim, muito apoio dos intelectuais, do bem organizado partido comunista português e, pseudo-intelectuais de última hora maioritariamente miscigenados, estudantes da ala Coimbrã vindas de células clandestinas, bem politizados.
Estava em marcha o PREC, processo de revolução em curso e nós ilustres ignorantes habitantes da Luua, nessa matéria, estávamos abaixo do zero e, ali andávamos entretidos ouvindo este e aquele vendedor de ideologias e procedimentos pouco transparentes em nossos hábitos. Nossa cultura como disse antes, era a do cinema e praia. Com este “know-how”, um termo anglófono utilizado para descrever o conhecimento prático sobre como trabalhar a nossa mente de sociedade imberbe; estávamos no ponto certo!
Tudo o dito aliado ao apoio dos ditos progressistas barbudos militares de aviário mais os estudantes feitos aspirantes pelo MFA, fomos ficando entalados de forma paulatina; assim e, como um bando de galinhas que se preparam para ir para o matadouro, pouco a pouco tomaram conta das nossas vidas. Nos ainda nem conhecíamos o “savoir-faire” com os conhecimentos hodiernos de processamento! Estávamos a anos-luz destes galfarros comedores de neurónios à esquerda, sempre à esquerda e, vindos do M´Puto às paletes como se diz hoje na gíria. Estávamos prontos para sermos degolados, nem mais!
Eles tinham o conhecimento prático de como executar uma qualquer tarefa; nós ali andávamos engalfinhados entre os pareceres de pequenos partidos que só tinham assento na rádio tacticamente arrebanhada por estes e por ali ficávamos de boca aberta engolindo mosquitos, dizendo umas patacoadas assim como se fala de futebol! Cada qual tratando de si. Nós fomos mesmo uns coitados dirigidos por desclassificados como esse tal de Fernando Falcão da FUA, um ilustre desconhecido que serviu à justa medida àqueles sabidões do M´Puto. Foi um desclassificado traidor sem se aperceber que era manobrado! Até ele foi enganado.
Coarctados da nossa própria propriedade intelectual o “know-how” do MFA, Movimento das Forças Armadas e da JSN, Junta de Salvação nacional, nomes de pomposidade com todos os componente de transferência de tecnologia ideológica e afins, confortável em ambiente nacional e internacional, coexistente com, insondáveis outros direitos de propriedade intelectual, adquiridos por via obrigacional ficamos quilhados! É o termo certo, quilhados!
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Fizeram o que quiseram com sobra de tempo; Savimbi foi o único líder dos três movimentos armados que advertiu que tudo se teria de processar com tempo! Os demais tinham pressa! Então o MFA, tinha muito mais presa. Usando suas patentes, marcas e direitos autorais, de punho sempre para cima, fornicava-nos nos activos económicos; cancelaram transferências para o M´Puto e o dinheiro passou a ser casca de amendoim!
Estávamos mesmo a ser preparados para ser os “tinhas”, candidatos à penúria e uns cobertores da Cruz vermelha, Verde, Azul e associações maquiavélicas montadas a jeito de nos trapacear com pancadinhas nas costas! Foi tudo assim, duma forma subtil, metendo-nos os dedos pelos olhos e, nós tolerando até que… Camionistas e Comerciantes da Luua protestavam contra o desarmamento dos brancos, a sua expulsão dos subúrbios, leia-se musseques de Luanda, alegando insegurança provocada pelos constantes tiroteios que eles mesmo davam fora de horas.
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Procedimentos planeados pra desmobilizar qualquer eventual ousadia por parte da população urbana, maioritariamente branca e mulata. Esta turba de gente que entrou de rompante no Gabinete do Alto Comando, pois então do excelentíssimo Rosa Coutinho de Tuji, o almirante vermelho. Obrigaram-no a ficar de pé em cima de sua secretária tentando fazer-se ouvir. O almirante estava ensanduichado entre uma multidão completamente desgovernada e em jeito de o linchar. Foi realmente pena que ninguém lhe tivesse dado um tiro nos cornos! Pena foi que tal não tivesse acontecido. Angola no seu todo só teria a ganhar com a sua ida para o paralém.
Entretanto eu que estava na Caála, trabalhando no Município tendo como presidente Delmiro gouveia e morando junto à igreja na casa anexa à escola primária, lugar central da pequena cidade, junto à igreja, apreciava uns guedelhudos brancos a falar axim, besugos de tez alvina quasequase, comandando um grupo de rapazes, candengues a fingir de militares. E levavam paus a fingir de armas, assim uma coisa parecida com aquelas maneiras já vistas na guerra dos Simbas no Congo. E para baixo e, para cima sem qualquer impedimento seguiam esquerda…direita, esquerda…direita! Eram os futuros militares do MPLA a serem preparados como pioneiros.
E cantavam coisas nunca ouvidas; os pioneiros. Claro! Tal macacada dava para assustar qualquer um e de qualquer cor ou coro…Não tentem pintar a coisa enaltecendo as coisas da forma que não vi! Os amigos que por aqui andam, tentam fintar-se e enganando-se também nos querem torcer o pensamento! Não direi nada a qualquer outro… a alguém, mas contarei o meu ponto de vista! Não irei passar a luva em quem nos quer fazer crer que não era bem assim edecéteras e tal! Como diz meu amigo engenheiro Fuca-Fuca, fico hoje por aqui, mas volto!... Se há aqui um mais branco feito preto, esse serei eu porque senti na pele a escuridão… continua a sentir.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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