Por
Porque a relatividade geral não permite a viagem no tempo para a frente ando encafifado nos espaços-tempo mais razoáveis e que o Nosso Senhor permite: viajar no passado! E assim como cordas cósmicas de velocidades sem comprimento visível mas, de secções transversais elásticas ou variáveis. O homem de borracha da ficção, que tanto me trabalhou a mente em pequeno, pivete e candengue, cabia nas fechaduras e nas frestas mais apertadas e labirinticamente complicadas. Estas cordas são mais elásticas em uns do que em outros; falo de gente com cabeça e dois olhos e um cérebro com todo o abecedário e miudezas.
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As tensões destas cordas da mente ou cósmicas são diferentes em cada um de nós mas há quem use permanentemente um fecho ecler para não dizer disparates, incongruências e outras asneiras. Quem não fala não erra, essa é uma não verdade porque o pensamento não corre do mesmo jeito jeitoso e, porque analisando e fazendo triagem das atitudes saberemos por A menos B que ele ou ela pensam dum jeito tal! Que são comunistas ou progressistas!
Que o digam os psicólogos que usam esta tecnologia de eliminação; assim se não é mau, só pode ser bom! Se não é do Benfica será do sporting! E, por aí… Lá pela décima pergunta que nos façam, já sabem nossos gostos e desgostos! Assim considerando isto como uma corda cósmica sem termos motivos para acreditar, iremos supor que na abundância de nossos pensamentos talvez Deus nos tenha proporcionado um universo dobrado. É por isso que prefiro ver-me como uma ficção, quebrando a simetria dos eventos e das perspectivas; uma característica de gente complicada… diz-se!
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Posto isto como introdução lá vamos de novo ao passado a recordar que em 1974 e em Luanda, capital de Angola, foi decretado o recolher obrigatório mas, a população branca em sua maioria recusou-se a cumprir. Houve passeios de automóveis com buzinansos feitos por taxistas e comerciantes! A FUA, partido dos brancos, nasceu já encostado às intermitências da morte com uma corda de sisal a fazer de cordão de enforcado e, tendo a ele pendurada um medalhão de traidor; aliança táctica ao criador de “a victória… é certa”
Seu líder Fernando Falcão, não mostrou ter atitudes concretas na defesa de suas supostas pretensões; não duvida que isto tivesse sido, ou que o foi mais concretamente, uma manobra de diversão orquestrada no sentido de imobilizar a etnia branca. Como se diz popularmente “nem faz nem sai de cima” mas, finge ser macho - Arre égua! No mês de Julho de 1975 os números oficiais indicavam ter havido 52 mortes e mais de duzentos feridos no perímetro urbano da Luua.
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Circulavam rumores de que os negros sairiam dos musseques para desacatar os brancos! Entretanto, durante quase as 24 horas do dia ouvia-se o matraquear de pregos selando caixotes; já ninguém acreditava naquilo! E, aquilo era a Junta de Salvação Nacional, o Alto-comissário e os muitos militares abrilistas. O médico tal já seguiu para o M´puto, o vizinho deixou de se ver; também foi! A dona Micas, a costureira seguiu para o Sul, foi para casa de familiares. Começava a debandada! O PREC, processo em curso estava a funcionar.
Fernando Falcão da Frente Unida e mentirosa duma suposta unidade angolana, tomou posse do executivo fantoche dum tal governo que logo no dia seguinte, 13 de Setembro de 1975 anunciava que o banco de Portugal, o banco de Angola o banco Ultramarino seriam propriedade do Estado! Mas qual estado!? Os últimos bailundos trabalhadores das roças do norte regressavam às terras do sul.
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Os ataques às fazendas eram o dia-a-dia. A debandada já tinha tido início com comboios de viaturas a fugir para sul e sempre acossados por guerrilheiros mal enquadrados, soltos ao seu contento; e, nem sempre eram militares da FNLA ou o MPLA pois campeava a maior das desorganizações! Coisas imagináveis. Revistas a viaturas, extorsão de gasosa a troco de nada ou duma suposta segurança ou até mesmo um cigarro!
De propósito quebravam coisas, usando um qualquer pretexto para mostrar prepotência de mando; gente impreparada para se gerir a si, tomando rédeas de áreas desprezando qualquer conceito, qualquer justificativa. Com o tempo, esta prática de controlo nas estradas estendeu-se a sul a áreas da Unita dando azo a arbitrariedades monstruosas; Num ápice já eram todos os movimentos a criar barragens para pedir, para amesquinhar, desmoralizar e roubar. Eu vi isto! Ninguém me contou.
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Traineiras fizeram-se ao mar rumo a sul, Namíbia seguindo a rota de terra-à-vista. As padarias já não tinham pão, não havia médicos nem enfermeiros e as repartições ditas estatais ficavam às moscas! A carne foi desaparecendo e os talhos fechando! De repente já faltavam roupas e os armazéns eram arrestados por turbas desordenadas; partiam ou queimavam coisas produtivas; tudo bem planeado, como ditam os manuais de insurreição… Os militares nunca estavam por ali, estranhamente!
Como bandos de formiga quiçonde cada cidadão, famílias inteiras tomavam o seu desnorte largando tudo, casa, carro e animais… Entretanto os rebentamentos estendiam-se aos bairros da Samba, Maianga, Maculusso, Coqueiros, Cuca, Bairro do Café, enfim, bairros centrais. Como seria possível ficar assim a ferro e fogo, sem escolas, sem farmácia, sem abastecimento de víveres já quase inexistentes.
(Continua…)
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