TEMPOS PARA ESQUECER … 09.07.2016 - ANGOLA DA LUUA . VII … Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo - (haverá um ou outro que pensa ser o SOL).
Por
Também, e por isso, as fronteiras mentais transportadas por mim em estórias, embora aumentando em capacidade de criar ilusões, diminuem-me a veracidade do que foi a guerra de tundamunjila (do espantar - do vai-te embora!). Na percepção parcial das vitais contingências, tecidas e compostas nas mentirosas coincidências de que a vida é feita, encontraremos o rigoroso sentido do passado, por fortuitos efeitos que nos determinam o futuro: o agora!
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Aos velhos será cruel deixá-los privados de respostas e será de bom senso até, não se lhes fazer perguntas de passados não amistosos porque dos muitos dias, das muitas noites, das muitas injustiças pode sem se querer saírem à luz do tempo a mostrar as gigantescas presenças de feridas mortais. Daí abrirem-se gavetas com choros ranhosos, ou mesmo gavetões, com ossários feitos pó. Dói ser traído por nossos irmãos…
E, infelizmente, até sabíamos estar quilhados até os tornozelos mas, só agora podemos ir dum extremo à direita ao outro da esquerda; agora há falas bonitas p´ra boi dormir, muito roubo e corruptos à solta! Peneirando no tempo as ténues memórias dos acontecimentos, apagando os rastos dos passos que aqui nos trouxeram à terra de M´Puto, de novo volto a abrir o postigo da memória antropológica sem romance condescendente e, sem alvoroçar os espíritos que omitiram as leis não cumpridas.
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Falarei duma terra que tudo tinha para ser de promissão - Angola! Na nossa vida, com os afins descobertos hodiernamente em pegadas politólogas e, como se fossemos monstros colonialistas, surgem cheiros encarquilhados misturados quase na leitura de carbono e eteceteras complicadíssimos… Cada um de nós foi o que foi por uma coisa que dizem ter sido pequena, assim como dum primeiro choro! Mas outros choros que se lhe seguiram e, como um risco feito no chão, não nos permitiram escolher o dedo ou arado, nem por onde fazer os regos que por coisa pouca, assim dizem … mudou nossas vidas.
A tropa fandanga da FNLA ateava fogo a tudo e, já no mês de Outubro de 1974, um total de quinze fazendas tinham sido devassadas. Por vezes os grupos nem eram identificados; de noite, gente furtiva atirava para os carros que se aventuravam a circular. Da CCPA - Comissão de Coordenação do programa do MFA para Angola, pouco ou nada se via fazer de ter agora notoriedade, tudo pelo contrário, salvo raras e honrosas excepções.
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A Câmara Municipal de Luanda foi tomada de assalto por militantes brancos, mestiços e pretos do MPLA que numa mascarada sem algum primor a enaltecer, apresentaram uma moção com vivas ao seu movimento alegando destituição da Vereação, hasteando a bandeira daquele grupelho que, feito chusma, a substituiu pela bandeira portuguesa. A este procedimento foi dado um alarde heróico na Rádio Voz de Angola: “ Um momento histórico “ afirmavam a cada minuto derramando coisas nunca escutadas.
A rádio já estava nas mãos dos PREC`s guedelhudos idos da metrópole, todos embebedados ou enredados num ideário de ché com “vida ou morte”, como se tudo isto tivesse um lado romântico…Dentro da sala da Vereação, cantaram o hino do MPLA. Notoriamente eram acções propositadas e permitidas pela tal CCPA. Quase posso jurar que as ideias tenham saído daquela pseudo instituição, desses generais de aviário levados às pressas para Angola a contrariar qualquer reacção dos brancos. Generais que hoje recebem chorudas reformas, meio escondidos na sombra, brincando como pokémons.
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E, dos já defuntados, ainda legam às famílias benesses da revolução de túji da qual deveriam ter vergonha. Alguém até hoje falou em ressarcir-nos? Antes pelo contrário, gozam do nosso legado, contas e tractos entre mwangolés corruptos, generais da gasosa. Efectivamente as reacções não foram as correctas e até aqui parece ter havido a mão comuna camuflada no como de se fazer! Eles tinham lido todas as cartilhas de revolução! Não sou só eu a pensar deste modo, porque as evidencias já nesse então, se viam serem demasiado torpes.
Nesse mesmo dia e pelas 19 horas e perante Pezaret Correia, o frentista da comissão organizada “had hoc” deu andamento ao processo (lembre-se PREC). Nessa mesma noite Rosa Coutinho, o almirante de Túji, vermelhusco, exarou um despacho com a exoneração do Executivo Camarário. É óbvio que tudo isto tinha sido orquestrado por este vermelho ao serviço do MPLA. Ninguém o travou como deveria! O homem do pingalim, das luvas, do monóculo, da petulância, foi vilipendiado - um galo vaidoso…
O arquitecto das rotundas da Luua, Troufa Real, branco e residente em Luanda, estava nesta leva de gente afecta ao MPLA. Registe-se qui o que este arquitecto funcionário daquele Município disse aos microfones da emissora Voz de Angola: - “Fora com a Vereação” e, dirigindo-se à turba convidou-os a tomarem aleatoriamente ou simbolicamente aquela sala nobre. E continuou: “Isto é vosso - o povo é quem mais ordena” - viva o MPLA”… estranho que os mwangolés actuais não tenham erigido uma estátua a esta trágica figura que creio estar agora e também com uma reconfortada aposentação no M´Puto…Quem o vir por aí faça-lhe um carrinho-de-molas à maneira.
Após aquele acto de bandalheira e punhos no ar, os manifestantes retiraram-se para fora do salão substituindo antes a moldura do General António de Spínola, o come-futuros, colocada no topo da sala pela foto de Agostinho Neto. No meio daquela turba alguém disse: “ Agora é a nossa vez de fazer mulatos, ter carros e morar no asfalto”. Neste esboço de rebelião o MPLA e o MDA (Movimento Democrático de Angola) assumiram na rádio essa sua postura. Neste estado de coisas e, sabendo de antemão terem o apoio tácito, técnico e afins da CCPA, quem poderia controlar quem? Num ápice, tudo ficou irreversível, sem ter passado pelo provável.
(Continua…)
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