MU UKULU ... Luanda do Antigamente - 03.09.2018
Neste e próximos episódios vamos dar uma volta pela Luua reavivando memórias do baú do kota Luís Martins Soares com adendas também elas minuciosas de T´Chingange…
De
Luís Martins Soares – No Brasil
As escolhas de T´Chingange – No M´Puto
Foi com grande satisfação que recebi uma mokanda no ano de 2017 do meu amigo kota, mais-velho da Luua residente no Brasil dizendo ter escolhido o título por mim indicado para seu livro de “Mu Ukulu”. No dia dois de Agosto de 2018, autografou seu livro que me foi remetido recentemente por correio pela amiga comum Assunção Roxo. A pintora mais fosforescente da EIL por nós reconhecida mestra em pintura digital e, que teve o privilégio de o contactar lá na terra grande da "ORDEM E PROGRESSO" no lugar de Sampas do Rio de Janeiro – Brasil.
Os relatos verídicos de Luís Martins Soares são uma contribuição para todos aqueles que se interessam por saber como em outros tempos era o dia-a-dia naquela cidade de Luanda entre seus habitantes camundongos, muxiluandas ou mwadiés do M´Puto, que com o tempo, passaram a considerar aquela terra como sua. Algo valioso para nos preencher o vazio que a saudade alimenta e, também para todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a valorizar. E, assim mesmo, completando ou não um sonho acalentado pela maioria mas e, na qual a estória para alguns, ficou sem o agá!
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Angola foi uma Nação que como tal já nasceu feita, burilada na labuta por alguém. Este e alguém, fomos todos nós, angolanos do coração. Dizeres que só o tempo reconhecerá como sendo verdadeiros e, porque neste nosso curso de enfrentar os conhecimentos com verdade, todos os dias serão uma prova à adaptabilidade humana com o manuseio de instituições e gentes que nos governam ou governaram. Sempre foi assim e assim continuará a ser!
No nascimento de Angola, teremos forçosamente de modificar nosso caracter de existência para aprender esta permanente transitoriedade pois que sempre seremos um fruto de mudança. A aceleração do conhecimento é uma das mais importantes e talvez a menos compreendida de todas as formas sociais e, que naturalmente abala as nossas instituições e a nós mesmos. O ritmo crescente de mudança perturba o nosso equilíbrio interior e, até modifica a própria maneira de como experimentar a vida acelerando a integridade de cada qual. Mas diga-se em abono da verdade, é difícil ficar-se indiferente…
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Esta aceleração de mudança que foi longa e lenta, teve quinhentos anos de complicada vivência mudando muito a estrutura de nossas vidas, na vida de nossos ancestrais, diversificando-nos nas formas que temos de representar e o número de papéis com uma inerente opção de obrigatoriedade. Assim, a breve resenha de cariz colonial de Luís, tem início a 3 de Maio de 1560 com a chegada à baia de M´Bungu de Paulo Dias de Novais sua primeira viagem, tendo sido preso por alguns anos no reino de N´Dongo. Em uma segunda ida, a 11 de Fevereiro de 1575, Paulo Dias de Novais, já encontrou 40 portugueses estabelecidos e com sete embarcações fundeadas na baia da Luua.
Aquelas naus eram destinadas ao transporte de escravos, uma prática social e comercial corrente entre tribos negras daquela parte do mundo, reinos de N´Dongo e N´Gola; a necessidade passou a partir daqui a ser gerida com coisa pouca - como um negócio de búzios, zimbros, caurins e libongos como mão barata para os novos empreendimentos agrícolas nas américas – o chamado Novo Mundo em terras de Brasis.
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Era a nova era do Ouro Branco, do açúcar a ser extraído da cana a que se lhes seguiu a cultura e manufactura do cacau, do café, do garimpo, afazeres menores a troco de comida de sarapatel, muitas chicotadas e nenhures da vida. Numa labuta diplomática de encantamento o rei N´Jinga N´Gola também conhecido por Kilwange Kazenda, envia uma amistosa embaixada a Paulo Dias a 2 de Junho de 1575 – era em verdade uma forma de iniciação comercial com os Mwene-Putos, donos da sabedoria e portadores do pau-trovão que cuspia fogo.
Foi neste então que ali montaram bivaque fundando a vila de São Paulo de Loanda; isto a 25 de Janeiro de 1576. Aquela vila teve início na forma de fortificação no morro de São Miguel composta por trincheiras de pipas cheias de areia e, por forma a guarnecer o lugar de acostagem ou precário porto, local aonde se situavam as naus – baia de Loanda e à distância protectora de peças de canhão situadas no bivaque-trincheira; com a água batendo no sopé do Morro as naus estariam à distância de um grito de marinheiro e tiro de arcabuz.
A 24 de Agosto do ano de 1641 aparece ao largo da larga embocadura da baia entre a ilha da mazenga ou das cabras e as falésias do M´Bungu, lugar designado mais tarde por Barra de São Pedro, uma poderosa armada composta de vinte e uma naus e dois mil homens de tropa flibusteiros, arqueiros cobertos de metais e portando arcabuzes de cuspir fogo, cavalgaduras e peças de troar ventos para além da guarnição. Entra-se num outro capitulo - o tempo dos Mafulos ou Holandeses enviados a propósito para conquistar terras de N´Gola. O M´Puto estava agora debaixo do mando dos Filipes de Espanha – Filipe I era o novo monarca da terra Metrópole…
(Continua…)
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