- Escritos da minha mochila
-Um amigo receitou-me Pimenta Caiena para controlar a pressão arterial – Por agora passeio o esqueleto no reino bushmen...
Mulungu: Pode ser árvore, mas também, homem branco em língua Xhosa (Cosa)
Por
T´Chingange
Estando eu no Reino Xhoba, reino sem rei com cerca de 100.000 súbditos, pertença de vários países de África não posso deixar de falar deles. Soube porque li em algum lugar que o anterior presidente da África do Sul, Nelson Mandela atribui a estes um território de quarenta mil hectares. Ora se um hectare tem dez mil metros quadrados, quatrocentos ha darão 400 Km quadrados. Se para aí transplantarem o cacto Xhoba, vai dar muito cacto para amaciar barrigas inchadas por esse mundo.
A maioria do povo bushmen continua a viver em casas cobertas a capim em pequenos aglomerados, por vezes a centenas de quilómetros de distância da cidade mais próxima. Estas palhotas são circulares tendo a altura de uma pessoa no seu centro. Para sua execução juntam uma boa quantidade de paus direitos que depois são curvados e enterrados no solo pelas extremidades. Estes são amarrados ao centro com mateba, uma casca retirada de uma árvore que entrelaçada faz de corda.
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Com outras varas mais finas e longas formam uns arcos progressivamente maiores à medida que são postos do centro da cobertura para o solo; estes paus tipo verguinhas mais finas, são amarrados aos outros mais grossos que estão na vertical tipo meridianos. É deixado um pequeno rectângulo por forma a permitir a entrada e saída de uma pessoa.
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Os seus instrumentos são bem escassos pois com muita frequência, mudam de sítio por via de seguir a caça, seu sustento. Têm lanças com ponta de ferro como nossos primitivos ascendentes que envenenam com a banha de um verme que apanham ainda em casulo. Chegam a matar girafas com o uso de sua astucia e modo felino de andar na mata, pé ante pé e sempre nas mesmas pegadas sem fazer estalar qualquer tronco seco.
Usam lanças e arcos de flexas, transportando mantas para suportarem o frio das noites que chega a graus negativos. Seus pratos são feitos de aboboras e os copos de massala ou maboque. São óptimos pisteiros e conhecedores de raízes cheias de água que espremem para vasilhas ou ovos de avestruz.
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As autoridades estão dando alguns apoios por meio de lhes facilitar a fixação colocando em sítios estratégicos poços de água alimentados por energia solar! Creio também que lhes fornecem mantas e facilidades de transporte para levar seus frutos a postos de venda. Fazem artesanato a partir de espinhos de porco, ovos de avestruz, cascas de massala e lindos colares de missangas e frutos do mato. Usam uma quinda ou balaio maleável aonde colocam seus parcos pertences.
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Seus conhecimentos milenares estão sendo estudados ao pormenor em algumas universidades da África do Sul por forma a conhecerem melhor sua tradição de estórias verbais com lendas e dando a estes benefícios na forma sustentável sem os viciar. O Xhoba cacto inibidor do apetite vai através de convénio governamental contribuir para lhes criar hábitos de sedentarismo.
Não sei se os exploradores Tugas de outros tempos davam importância a alguns factos e se o fizeram ficaram relegados para segundas núpcias de estudo. Serpa Pinto recebeu a missão de estudar no Alto Chire a construção de uma linha de caminho de ferro que assegurasse a ligação do lago Niassa com o mar, apoiado numa forte coluna militar, que mais tarde se ligaria no baixo Catanga a outra coluna portuguesa vinda do Bié, sob o comando de Paiva Couceiro
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Portugal deu início a várias acções de ocupação: entre 1887 e 1890; Artur de Paiva ocupou o Bié e Paiva Couceiro foi enviado para o Barotze. Numerosos sobas prestaram vassalagem a Portugal. Tendo isto em vista, os ingleses começaram a aliciar os chefes indígenas das regiões visadas, incluindo aqueles que já tinham prestado vassalagem a Portugal como os Macololos e os Machonas e até o célebre régulo de Gaza, Gungunhana.
O envio de tropas e de funcionários para todos os lugares onde se fazia sentir a sua falta era, porém, virtualmente impossível para Portugal. Por outro lado, o acordado na Conferência de Berlim dizia respeito fundamentalmente aos territórios junto á costa, já que o “hinterland” africano era muito mal conhecido. Daí as numerosas expedições organizadas de reconhecimento.
Os resultados da Conferência acordaram Portugal para a realidade. Se bem que o esforço estratégico tivesse sido orientado para África após a perda do Brasil, pouco se tinha feito por via da instabilidade da vida político-social da Metrópole, M´Puto e das extensas vulnerabilidades existentes.
FIM
O Soba T´Chingange
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