ANGOLA . MATRINDINDE - O RUDOLFO VALENTINO DO KALUMBIRI - 3ª de III partes
Por
Dy - Dionísio de Sousa (Reis Vissapa)
Enquanto o Faneca tratava da encomenda por trás do balcão dirigiu-se à mesa e após um boa-noite com vénia indagou. – Matilde, posso te oferecer uma sanduíche? – Sanduíche é a tua mãe seu vadio, vai-te catar. Voltou desalentado e cabisbaixo para o meu lado como um káfi esfomeado. Foi quando ouvi a Matilde perguntar à Filomena o que era mesmo essa tal de sanduíche. – Tu não sabe Matilde sanduíche é um casqueiro com chouriço no meio, é bom mesmo. – Háka prima se soubera eu aceitara. - Pela primeira vez fui dançar um slow com a Filomena e deixei em cima da mesa delas os pães com chouriço e as gasosas. Não vou falar da Filomena que me encheu a noite mas da prima que olhava com olhos de carneiro mal morto e arrependimento o Rudolfo. Foi bom vê-los abraçados num tango uns minutos mais tarde. E, como dançou bem o Matrindinde nessa noite com a Matilde, com a bundinha dela remexendo a um ritmo estonteante, tal cobra rateira.
Tudo se perdeu anos mais tarde por razões óbvias. Deixei de ver os “Keds” fluorescentes do Matrindinde, deixei de dormir de contrabando com a Filomena à socapa e à revelia da minha avó, e quanto à Matilde nada sei. Estou na galeria da discoteca “Trigonometria” no Algarve, depois de espezinhar um mar de cerveja no chão e quase a iniciar uma briga com um bando de labregos que se entretinham a dizer palavrões e a arremessarem beatas para pista tendo uma delas aterrado no decote de uma donzela.
Foi neste então que o vi junto a uma mesa de controlo a colocar discos-vinis com os sons do “tchuck, tchuck” horroroso a invadirem-me os ouvidos. – Matrindinde!!! – Gritei! – Coloca música do Kalumbiri meu mano. – E ele colocou enquanto me acenava lá de longe. E eu vi o chão da rebita limpo, as pessoas ordeiras sem dizerem palavrões e os mais etilizados irem deitar água ao mar bem longe do recinto, e as ancas roliças da Matilde e os seios saborosos da Filomena, e os “Keds” fluorescentes, e as sanduíches de chouriço perdidas sobre o balcão. Então deu-me a saudade.
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