MULOLAS DO TEMPO - Embondeiros do Brasil - De Pajuçara até Ganga Zumba em Cruz das Almas de Maceió. Na volta da caminhada, parei no único embondeiro aqui existente…
Muxima e Ongweva são saudades
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Caminhando na orla marítima de Maceió, chamada de calçadão e, a partir da Pajuçara de Maceió andei uns bons quatro quilómetros até chegar à Praça de Ganga Zumba ou Ganazumba para lá da Lagoa das Antas. Enquanto caminhava pude rever que em 1445, navegantes portugueses conduzidos por Gomes Pires chegaram à ilha de Gorée, no Senegal tendo descoberto o brasão do Infante D. Henrique gravado num baobá (imbondeiro).
Foi o cronista Gomes Eanes de Zurara que assim descreveu essa árvore: Muito grande, de aparência estranha com um cinturão que pode ir além de 108 palmos em seu pé (cerca de 25 metros) que medimos nesta. Seu tronco é composto de uma fibra forte usada para cordas e pano; queima da mesma maneira como linho. Sua fruta é lenhosa como a abóbora cujas sementes são do tamanho de avelãs; os indígenas, comem sua fruta quando ainda verde, secam as sementes e armazenam-na. Os baobás, embondeiros, imbondeiros ou calabaceiras (Adansonia) são um gênero de árvore com oito espécies; Adansonia digitata e a espécie africana que, também existe em Madagáscar.
No Ceará, Fortaleza, existem cinco exemplares; no embondeiro da praça do Passeio Público, foram em tempos fuzilados alguns revolucionários da Confederação do Equador. Em Alagoas existe um exemplar na Praça do Skate, em Maceió ficando muito perto do apartamento aonde me encontro. É uma árvore que chega a alcançar excepcionalmente 30m de altura, e até 7m de diâmetro do tronco (excepcionalmente 11m). Alguns embondeiros têm a fama de terem vários milhares de anos, mas como a sua madeira não produz anéis de crescimento, é impossível isso poder ser verificado.
Sobre Ganga Zumba ou Ganazumba, consta ter nascido em 1630, no Reino do Kongo em N´Gola, Ganga Zumba ou Ganazumba Filho da princesa Aqualtune que trabalhou na organização do primeiro Estado Negro nas Américas, em Zumbi dos Palmares de Alagoas. Foi o primeiro grande líder desse Quilombo ou sanzala ou Janga Angolana, na então Capitania de Pernambuco, Brasil. Foi reconhecido historicamente, como um bom diplomata, exímio guerreiro e também bom estratega nas lutas.
Reinou durante mais de quarenta anos, levando o Quilombo dos Palmares ao apogeu e ao reconhecimento como nação dos macacos pela Coroa Portuguesa. Demarcou espaços e lugares históricos na luta contra a escravidão. A história omite o facto de que seu sobrinho, o Zumbi dos palmares o ter morto em 1678, na sequência de uma traição de sanzala.
Seu sobrinho Zumbi, jovem dado à luta e seus seguidores foram de novo escravizados pelos portugueses. Ganazumba que estava quase a obter alforria para seus súbditos por entendimento diplomático foi assim e desta forma retirado do processo. A história por vezes contorna as verdades; hoje sabemos mais sobre estas nuances que como o azeite e com o tempo, vêm ao de cima.
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