MULOLAS DO TEMPO – Antes de aparecer a Penicilina, morria-se mais das infecções do que da cirurgia…
Mulola só é rio quando chove a montante…
Por
Normalmente junto-me ao meu amigo e vizinho Sousa, que tem uma vivenda frente ao bloco de apartamentos onde vivo, somos quase da mesma idade, ambos funcionários da Câmara, ele topógrafo na de Luanda e eu desenhador na de Sã da Bandeira. Conversamos sobre qualquer tema actual, mas a conversa acaba sempre por recordar os nossos bons tempos de Angola.
:::::
Quando, muito antes de aparecer a Penicilina, se morria mais das infecções do que propriamente das operações, usava-se a Beladona, pomada para determinados tratamentos, o permanganato milagroso no tratamento de feridas e algumas infecções, nas ventosas para serem tratadas as pneumonias, as papas de linhaça, o famoso Vick para as constipações e o óleo de fígado de bacalhau tomado no tempo do frio.
Surgiu o leite em pó pasteurizado, as sulfamidas que tratavam tudo; sobretudo, eram tempos de vida difícil nesses tempos, em que m tempo de chuvas, para se fazer uma viagem tínhamos de estar precavidos, porque tanto podia durar um dia como perto de uma semana.
:::::
A África, e neste caso especial Angola, vivia muito da solidariedade das pessoas, e os camionistas, eram uma classe muito especial nesse aspecto, pelas enormes dificuldades encontradas nas viagens que faziam, chegando a juntarem-se em grupo, por ter surgido um obstáculo que os impedia de continuar a jornada, e todos juntos, conhecidos ou não, utilizavam em conjunto, os meios de que dispunham para resolverem o problema; tornavam-se amigos e essa amizade nascida de uma causa que fora comum a todos, simbolizava a força da união na estrada.
Os comerciantes no mato eram sempre ponto de paragem obrigatório, para se beber uma cerveja, saber das novidades, estar a par dos acontecimentos. Todos se conheciam, e cada um, à sua maneira, procurava ser solidário na resolução de qualquer problema. Eles, os camionistas, eram o traço de união das gentes que viviam no interior e das outras, que viviam em aglomerados populacionais.
:::::
Eram o sangue vigoroso que circulava nas veias difíceis, as estradas, e que fazia bater forte o coração forte dessa imensa e grandiosa terra, inóspita, difícil, mas singularmente terna e amante. São recordações que só desaparecerão com o tempo, quando o tempo determina o fim de ciclo de vida.
Enquanto isso não suceder, procurarei deixar bem explícito que Africa não era a terra das patacas, como muitos pensavam, porque viam os verdadeiros colonialistas bem instalados aqui no Continente, a viverem do trabalho de quem mantinha a produção das sua roças de café, do algodão, do sisal, dos administradores da Diamang e de todas as outras imensas riquezas que contribuíam para o enriquecimento do tesouro nacional.
As escolhas e T´Chingnge
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA