ONGWEVA DE ANGOLA ... SAUDADE - Os chefes de Posto e os Comerciantes do Mato - A história de Angola é uma epopeia feita a caminhar, ou andar em tipóia...
As ecolhas de T´Chingange
Por: Eduardo Torres – Um Xicoronho de 3ª geração - Deus quando nos permitiu a faculdade de pensar garantiu-nos também o uso dessa liberdade
Quando escrevo sobre factos da minha vida em África, as histórias reais vão para além de mim. Angola, tem um significado mais abrangente, porque nasci e vivi nela quarenta e dois anos, e nesse espaço de tempo que compreendeu a minha vida até chegado o momento de abandoná-la, criança ainda ouvi o meu pai contar estórias! Da forma como viviam, de uma maneira geral os Chefes de Posto, em especial porque eram colocados em locais ou transferidos para Postos sem as mínimas condições.
Uma epopeia ou saga que deve ser enaltecida por quem ainda vive e a viveu e, porque seguramente será deturpada ou minimizada pelos novos senhores que a governam. Os chefes de Posto, entre outros administrativos acompanhados de familiares, a maior parte deles com filhos pequenos, sem hipótese de assistência médica e escola, estavam instalados para permutar gestão com os nativos intermediando os funantes.
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Os comerciantes do Mato, por sua vez, não viviam em melhores condições. Foi a forma encontrada de estabelecer soberania estabelecendo uma ordem social de quanto baste. Em caso de doença, na maior parte dos casos, beneficiavam esporadicamente do contacto com camionistas que transportavam mercadorias para as lojas. Hoje o funcionalismo e não só reclama das condições em seu trabalho mas estes nem sempre tinham viatura própria; pode parecer um absurdo mas assim era.
Tinham a seu favor o facto de ter sido aquela, sua opção de escolha de sua colocação. O lugar onde se haviam de se instalar, segundo critérios generalizados era o de servir melhor em primeiro lugar seus interesses e segundo regras emanadas da Administração. Estabelecer também com os nativos da região condições de negócio segundo regras de reciprocidade ou concorrência. Enfim, normas de vida civilizada!
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A importância que advinha de serem pontos de ocupação, soberania em terras do fim do mundo. Naquele isolamento, era içada todos os dias a Bandeira Portuguesa que simbolizava a Ordem, a autoridade e justiça. A protecção necessária a um progresso, independentemente de ser um pequeno aglomerado populacional, kimbo ou apenas e unicamente um Posto Administrativo. Era ali a verdadeira loja do cidadão, se compararmos isto aos dias de hoje.
Por assim dizer representava a presença dos portugueses nos mais variados e isolados pontos da imensidão angolana. Os sacrifícios e valentia de como encararam os momentos nada fáceis, eram corroborados por eles mesmos no enaltecimento da Fé e da Esperança, vertentes sempre presentes na defesa duma Portugalidade nem sempre presente pelo poder e lei longínqua.
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Quantas vezes e, porque lhes faltava tudo a vida ficava traduzida em morte. Na dimensão desse território, cabiam as biliosas, a doença do sono provocada pela mosca tsé-tsé, a malária e outras doenças tropicais que eram combatidas com o quinino, uns comprimidos do tamanho de hóstias, chás de plantas medicinais, e medicamentos primários, situações idênticas às dos colonos que vindos da Madeira fundaram a cidade onde nasci., Lubango.
Era suficiente descer a serra até Vila Arriaga, para se sujeitar, se a sorte não fosse bastante, para se morrer de uma biliosa, como foi o caso de um dos meus melhores amigos e colegas da escola primária, filho do Secretário Administrativo da vila. Era costume dizer-se que terra de imbondeiro não era terra saudável.
Até nisto, essa árvore grotesca e especial da flora de Angola, era o símbolo de se viver ou morrer, consoante a doença de que se viesse a padecer. Os climas saudáveis eram os dos planaltos mas, mesmo nestes, havia periclitantes cuidados com a saúde. Angola mudou muito desde os meus tempos de criança até a deixar. Mas, até sair nesse então, os administrativos continuavam a viver em muitos Postos isolados, em kimbos ou lugares de comércio e varejo beneficiando nos últimos tempos de acessibilidades com correio e outras condições que lhes faltavam antes, em meus tempos de menino e, eu já sou século…
EDU
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