MEMORIAS - COISAS DO LUBANGO - Diamonds, transformadas em "Carreiras mistas de passageiros e carga"… COISAS DO MATO - Monteiro´s Hornbill…
Por
T´Chingange - Andamos com o credo na boca, motivo de causas alheias e à revelia da nossa vontade …
Eduardo Torres - Um Xicoronho de 3ª geração - "Se alguém lhe fechar a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.” - Gandhi
Na outra encarnação devo ter sido um pássaro da ordem dos Bucerotiformes – Tocku. Este hornbill do Monteiro (Tockus monteiro) é um pássaro Africano. É uma ave de tamanho médio com uns 45 centímetros de comprimento caracterizada por uma barriga branca, de colar preto, manchas brancas nas asas e penas de voo secundárias de cor branca. As penas exteriores da cauda longa, também são brancas.
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Estava compondo este texto do pássaro com meu nome quando me surge no écran do lado um passarão com o nome de Eduardson Torres e, com um assunto sem tema: quando quero escrever qualquer coisa, e não tenho tema para o fazer, a partir do nada invento qualquer coisa, que seja substancial, que justifique o tempo que vou usar. Pois começou assim e, continuou! Procuro escrever de lugares que conheci ou onde vivi; sítios tão diferentes uns dos outros! Aqui afinei minha astucia quando refere esta cena de falar dos outros.
Larguei a cena do Eduardson recomeçando minha descrição do pássaro: As fêmeas são menores do que os machos podendo ser reconhecidas pela pele facial turquesa. Os olhos são pretos e o bico é vermelho. Ao contrário de outras árvores, o hornbill do Monteiro alimenta-se exclusivamente de insectos e outros pequenos artrópodes. Seu habitat é a savana de espinhos secos nos campos do noroeste da Namíbia e sul de Angola.
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De novo as luzes piscando e é o EDU que continua: Pois falo de gente marcante na minha vida, muitas das vezes sem motivo aparente, mas cujo significado é uma razão forte para o mencionar. Estava aqui a pensar no meu pai e no velho Araújo. Recordo-me perfeitamente, ainda criança, ir lá à oficina para o meu pai resolver algum assunto relacionado com a viatura, por vezes era a Nash, aproveitarem para dois dedos de conversa, falar de suas figuras, de boné, óculos, corpo já ligeiramente curvada; conversas de boi dormir com umas graçolas pelo meio. Enquanto isso eu, curioso, via os trabalhos de mecânica que estavam a ser feitos entre os desperdícios impregnados de óleo.
Voltando ao meu hornbill, sei que na primavera migram para a região mais a sul de Windhoek para nidificar. Era aqui que vivia o Eduardson das canetas rotring e aparos graph; um mestre em linhas feitas à mão mostrando sua habilidade, assim tão grande quanta a sua calma. Nunca falei com ele destas aves, embora saiba que coabitava com elas na Mina de ferro das secas mulolas (creio que era algo como Rocing).
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Estas aves estão adaptadas ao ambiente árido; beber, não é uma necessidade vital para eles. Reproduzem-se no final de uma boa estação de chuvas, colocando 3 a 5 ovos branco-acinzentado, que chocam após aproximadamente 45 dias. O ninho é construído em paredões rochosos ou árvores. O hornbill do Monteiro é uma espécie endémica comum da Namíbia, com uma população total estimada em 340.000 indivíduos. Exposto isto, dedico-me por inteiro à descrição do EDU, de quando ele era um pequenote e usava aqueles calções de zuarte dum amarelo desmaiado, umas borrachas de fisga atiradeira a pender do bolso de trás.
Saídos dali, o meu pai passava pela farmácia Alexandre, conversava um pouco com o proprietário, magro, de nariz adunco, óculos, bata branca, lá no seu laboratório a fazer as pomadas que se usavam na época, e depois seguíamos para a camionagem do Venâncio Guimarães ao virar da esquina, e em que o meu pai era sócio gerente. Lá encontrava os motoristas Mateus, Luís Marques, João Correia, que em cada viagem levava a sua guitarra, para a ir dedilhando, quando fosse tempo disso; uma venda do mato para os lados da Chibia…
Eu ficava encantado, como ainda hoje fico, ao olhar as vermelhas Diamonds, transformadas em "Carreiras mistas de passageiros e carga", com as cabines concebidas e construídas localmente para o efeito. São recordações que perduram pelo tempo fora, lembranças de pessoas que marcaram uma época, e conhecidas por quase toda a população da cidade. É por este motivo que de quando em vez vou à Internet consultar automóveis de outras épocas, procurar viaturas de marcas diferentes que fizeram o meu encanto de criança.
EDU
Com suas memórias do Lubango e
T´Chingange com suas estórias do Mato
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