CONHECER MELHOR O BRASIL – CANDOMBLÉ
1ª Parte - Crónica 3407 – 29.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)
Por T´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió
Na passagem do século XIX para o XX, os etnólogos definiam o Candomblé como sendo a única forma organizada baseada na mitologia Jeje-ioruba, do que se conhecia do fetichismo africano na Bahia. Numa nova perspectiva poder-se-ia definir o candomblé como uma das maiores instituições religiosas criadas pelos afro-brasileiros na Bahia desde o início do século XIX quando pela primeira vez foram feitas referências à expressão em documentos policiais.
Em certos bairros das cidades, aonde contavam com a cumplicidade dos vizinhos próximos a quilombos urbanos e cortiços de libertos ou fujões associados a líderes de rebelião, que podiam estar relacionados a irmandades católicas, inicialmente formadas por africanos.
Era surpreendente a extraordinária resistência e vitalidade dessas crenças chamadas de africanas, especialmente depois da abolição de escravidão no ano de 1.888. Observou-se ainda que os candomblés em geral atraiam pessoas importantes a despeito de constantes reclamações da imprensa e medidas repressivas das autoridades.
Gente ligada a questões sociológicas, afirmavam nesse tempo que os candomblés, iriam permanecer por longo tempo, mesmo depois do desaparecimento dos velhos cotas africanos. No século XX, ressurgiram velhos candomblés modificados, confirmando as previsões tornando-se até uma das maiores manifestações de religiosidade afro-brasileira e uma das bases de afirmação de uma identidade especificamente afro-baiana.
Se os candomblés partilham muitas características comuns, como o culto aos orixás e santos católicos, a execução de uma série de festas, iniciações, incorporação de santos e obrigações através de seus ritos, ritmos, cânticos e tambores sagrados. Ritos que cada qual possuía vida e história própria, assim como segredos invioláveis.
Embora o termo candomblé apresente evidente filiação linguística ao mundo africano banto, os seus terreiros podiam identificar-se como herdeiros de diferentes tradições africanas, apresentando certas fontes culturais comuns como o “queto” pertencente ao que se costumava chamar de cultura “nagõ”; a mais influente nos candomblés.
A tradição de Daomé originou o “Jeje” enquanto Angola fez sobressair a cultura banta. Por muito tempo, os antropólogos e membros do “povo santo”, defenderam a tese de que os candomblés nagõs, foram os que mantiveram a forma mais autêntica das tradições africanas na Bahia. Isto implicou a construção de uma hierarquia entre os candomblés com alguma desvalorização de outras práticas religiosas afro-brasileiras.
Estas, foram relegadas ao campo das “ inferiores misturas” por veze rotuladas de sincréticas – que combinam princípios de diversas doutrinas ou de concepções heterogéneas. Entretanto diversos estudos evidenciaram o quanto esta auto-identidade “pureza” resulta de uma recriação de identidade do próprio grupo, fundamentais para legitimarem seu prestigioso culto, assim como para a solidariedade da “família-de-santo”.
(Continua)
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