CONHECER MELHOR O BRASIL – CANDOMBLÉ
2ª Parte - Crónica 3409 – 31.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)
Por T´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió
AR - As diferentes identificações dos candomblés entretanto, não impediram que solidariedades mais amplas fo- - ssem ali tecidas, entre africanos e crioulos, entre escravos e homens livres e entre negros e homens brancos de posses, incluindo autoridades - algo difícil de ocorrer em outros espaços sociais. Tal solidariedade também se expressou em termos religiosos pois as divindades de origem africana e os santos católicos eram reunidos no mesmo espaço de culto.
Para lutarem contra a opressão e discriminação, os afro-brasileiros criaram uma das religiões mais tolerantes e flexíveis diversificando matrizes cuja raiz ainda existe em Angola e, sendo praticada nos dias de hoje com o nome de Tocoismo. Interessa por gora, dar um resumo desta prática que foi motivo de perseguição pelas autoridades coloniais portuguesas, antes da independência a 11 de Novembro do ano de 1975.
Tocoismo é um movimento formado por seguidores do “profeta angolano” Simão Gonçalves Toco (1918-1984). Igreja constituída administrativa-mente de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo. Trata-se de um dos maiores movimentos cristãos em Angola, contando igualmente com sucursais em vários outros países. Simão Toco, concluiu os estudos liceais no Liceu Salvador Correia em Luanda. Terá conhecido um acontecimento milagroso que lhe despoletou a missão religiosa: o encontro com Deus em Catete em 17 de Abril de 1935.
Tendo ido para Leopoldville (Congo Belga) para colaborar com uma missão local, dirigiu um coro musical com cantores zombos, oriundos da mesma região dele - Maquela do Zombo. A este coro dará o título de Coro de Kibokolo. Em um momento de “vento tremido” em que o Espírito Santo desceu em África, por sua invocação, a igreja cristã foi “relembrada”, de forma a retomar o caminho da igreja original do tempo dos Apóstolos.
ar - Expandindo sua actuação, por esta altura, ano de 1990, é inaugurada a primeira Igreja Tocoísta em Lisboa, pouco tempo depois, seguir-lhe-iam núcleos em Madrid, Paris, Londres e Roterdão…O Tocoismo sendo um tema de religiosidade a descrever lá mais à frente, daremos um salto para dar continuidade do tal de Candomblé no Brasil.
Assim, apesar de toda a tradição que pretendem ostentar e manter vivas, sendo considerados como uma constituição central de representação politica, reinvenção cultural e negociação dos negros na Baia oitocentista. Os candomblés foram quase sempre vistos pelas autoridades da época um bárbaro costume religioso de africanos, preponderantes entre os escravos da Bahia na primeira metade do século XIX.
Se no período colonial os motivos para a condenação dos encontros religiosos negros conhecido como calundus, baseavam-se na suspeição de que neles, havia feitiçaria. Quanto a esta insinuação de feitiçaria com prática de seita, também Simon Toco teve problemas com as autoridades administrativas lá em Angola, pois que num dado dia e em um momento, sentiram um vento diferente começando a tremer.
Assim, realizando supostos milagres invocando algumas passagens bíblicas tal como se podem observar nos dias de hoje em muitas igrejas; igrejas que curam com cuspo no rosto e coisas bem difíceis de o serem credíveis pela lógica que os olhos observam e que os ouvidos escutam. No Brasil em uma carta oficial, no ano de 1824, apesar de se estabelecer a tolerância para as religiões não católicas, desde que os cultos fossem domésticos, esteve longe de garantir a liberdade religiosa para os escravos e libertos, pois a concessão estava obviamente voltada, para outras religiões importadas de nações europeias.
(Continua)
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA