CONHECER MELHOR O BRASIL – QUILOMBOS
3ª Parte - Crónica 3421 – 12.06.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)
Por T´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió
Nem sempre a relação entre quilombolas (moradores do quilombo) eram as melhores, dependendo muito do seu lí der ou do Concelho de Mais-Velhos que no d`jango (lapa grande) determinavam as leis ou regras. Por vezes havia contratempos com os escravos residentes de linhagem e, origem de parte diferentes, de onde eles, ou seus ancestrais, saíram.
Em geral, os quilombos possuíam economia própria e tinham algum sucesso no comércio de seus excedentes destacando-se destes o quilombo Moquim no norte fluminense entre outros espalhados pelo país em áreas de mineração a céu abeto, combinando com a agricultura de subsistência o garimpo de pedras preciosas e ouro. Entre estes e as sanzalas próximas, surgiam vendeiros e taberneiros dando aos quilombos melhor condição de fixação de vida.
Muitos quilombos do Maranhão envolveram-se em agitações políticas entre a população livre que, após a independência entre 1838 e 1841 foram intensas, designando-se na história com o nome de Balaiadas. Mais a norte de São Luiz do Maranhão, grupos de quilombolas organizaram-se em comunidades camponesas construindo sua memória com identidade protegidos pela imensidão das matas atlântica e amazónica.
E, sempre no sentido Norte, estenderam sua influência e organização aos quilombos vizinhos do vizinho território de Suriname e outros centros urbanos dispostos ao longo da costa marítima com uma forte interferência de índios indígenas com os quais se miscigenaram. A partir da metade do século XIX, estes grupos tomaram cada vez mais um carácter reivindicativo, reunindo escravos de uma mesma fazenda, negociando directamente as condições de cativeiro.
Como uma associação de Mais-Velhos, discutiam sua progressiva liberdade com o senhor “coronel”- o dono do sítio, ou um outro posto de mando social á revelia das instituições governamentais. Em outos casos os quilombos, passaram a desafiar a legitimidade da ordem esclavagista forçando os representantes da autoridade a alterarem os propósitos ou procedimentos que até aí não eram contestados.
Neste contexto as insurreições escravas, assessoradas pelos quilombolas forjavam técnicas de fuga colectiva quando a negociações ficavam emperradas; Manuel Congo, foi um dos líderes escravos que montava novas estratégias de fuga através das matas circundantes próximo ao lugar de Vassouras no vale da Paraíba – actual estado com a capital em João Pessoa. Em 1867 em Vianna do Maranhão, quilombos, desceram do morro para agitar a escravidão das sanzalas, exigindo a abolição na sua forma mais simples de soltura.
Na repressão aos quilombos actuavam milhares de capitães-do-mato (capatazes de fazenda), e a maior parte de efectivos policiais com ou sem volantes, das vilas e cidades de todo o Brasil. Os capitães-do-mato usavam cães de fila para perseguir fugitivos e, eram-no muito eficazes pelo faro, pelo porte e pela fúria. O quilombo de Vila Matias em Santos, liderado por Pai Filipe, sobressaiu em seu movimento abolicionista paulista tonando-se peça fundamental nas estratégias de soltura no eixo São Paulo - Santos. O quilombo urbano de Jabaquara situado em plena Cidade de Santos, foi símbolo maior pelas alianças assumidas entre escravos e movimentos abolicionistas tendo um forte peso no término de escravidão em todo o Brasil.
FIM
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