CONHECER MELHOR O BRASIL
– TROPEIROS
3ª Parte - Crónica 3432 – 08.07.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)
Por T´Chingange (Otchingandji) – Na Lagoa do M´Puto
A viagem da frota aonde ia D. João VI em sua ida apressada para o Brasil, era composta de dezanove navios; transportando entre 12 a 15 mil pessoas, demoraram 54 dias até aportarem a Salvador da Bahia. O destino que era Rio de Janeiro, foi encurtado para Salvador, porque surgiram contratempos de tempestade com sequente dispersão de naus e, cansaço de gente desabituada às agruras do mar.
Chegados a Salvador a sete de Março de 1807, por ali ficaram um mês; D. João foi instalado no palácio “A quinta da Boa Vista”, cedido por um traficante de escravos. Carlota Joaquina, sua esposa (a Rainha), foi instalada em Botafogo com os seus filhos. Muitas casas foram por isso, requisitadas para instalar os demais elementos da corte e séquito de altos funcionários, assessores e suas respectivas famílias. Para isso iniciaram a marcação das casas escolhidas, escrevendo nas respectivas portas as iniciais PR de Príncipe Regente. A picardia Carioca, que já começava a expandir-se em tertúlias marialvas, logo interpretaram como sendo “PR - Ponha-se na Rua”.
Por falta de higiene, em algumas das 19 embarcações, desencadeou-se tamanha praga de piolhos que até as damas tiveram de cortar rente suas cabeleiras. Ao lado do Príncipe Regente vinha a senhora sua esposa, Carlota Joaquina que de olhos rebrilhantes, seca de carnes num rosto de nariz e queixo compridos, se via feia de amedrontar.
No meio do séquito desleixado, as mulheres apresentavam-se com turbantes a cobrir totalmente a cabeça; era uma nova moda trazida da europa, assim pensaram as mulheres que recepcionavam a corte. Pelo já descrito, por via da praga de piolhos que grassou em algumas naus, aquelas damas tinham sido obrigadas a tapar as inestéticas carecas. Nos meses que se seguiram, as damas cariocas passaram a usar tal turbante como coisa chique.
E Já em terras de Vera Cruz, de novo se vai falar dos Tropeiros (condutores de mulas) que na interpretação historiográfica, sobre estes, recaiam relatos depreciativos considerando-os de viajantes estrangeiros; aliás muitos comentadores diziam que ter essa função, não era motivo de orgulho para ninguém. Sob o titulo de “transportes arcaicos” foi Pandiá Calógeres jornalista de “O Jornal” no ano de 1927, criou novos contornos à tipologia social do tropeio recuperando-o como lo de aproximação entre o mundo rural e urbano, como o portador de noticias ou recados que surtiam alguma simpatia entre os populares.
Em verdade foi através deste transporte com mulas que se impulsionou parte da produção agrícola e exportação ou abastecimento, a partir dos portos e mercados por todo o Brasil. Em meados do século XIX, em Pernambuco, as tropas de mulas foram de mais eficácia do que as carretas conduzidas por bois, principalmente no transporte de açúcar saído dos engenhos em sacas de 60 a 80 quilos.
Em Minas Gerais, sem saída para o mar, por vias terrestes ou vias fluviais, todo o comércio era feito por mulas, ‘inclusive outros produtos de difícil transporte como o vidro. Tudo isto proporcionou o aparecimento de pousos na forma de estalagens precárias, barracões sustentados por pilares e abetos dos lados. As tropas de mulas só começaram a decair quando surgiram estradas macadamizadas aonde as carroças percorriam mais velozes. Ao redor das mudas criavam-se roças, plantações de milho e sequente fixação de gente.
Com os seus 170 quilómetros de extinção a via de macadame ligando a colónia de Filadélfia em Minas e o litoral ligando Petrópolis a Juiz de Fora, com pontes metálicas e estações de muda tipo “far west” anunciaram a modernidade com a criação de carreiras regulares do tipo das diligências americanas. O aparecimento das ferrovias declinaram a importância tanto das carroças como das tropas de mulas a partir da década de 1870, impondo-se na ultimas décadas do Império. O “Brasil Império”, uma época da História do Brasil, teve início a 07 de Setembro de 1822 – quando ocorreu a Independência do Brasil. O Período Imperial teve fim a15 de Novembro de 1889 – quando ocorreu a Proclamação da República.
FIM
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