MULOLAS DO TEMPO - 20
RECORDANDO: Do dia 22 para o 23 de Outubro de 2018, na cidade de CHIMOIO – ANTIGA Vila Pery de Moçambique no hotel BIDJOU - 36º dia da Odisseia “HÁJA PACIÊNCIA”. Nós, bazungus através de África …
Crónica 3248 – 02.03.2022 em Pajuçara de maceió e Republicada a 18.09.2022 na Lagoa do AlGharb do M´Puto
Por T´Chingange – Na Pajuçara do Nordeste brasileiro e M´Puto no AlGharb
Ficamos mesmo em frente ao quartel da tropa; pelas 6,15 horas da manhã deram o toque de alvorada mas, pelas 4 horas da manhã já estava acordado, conferindo mapas, vendo a rota que nos levaria mais a sul. Ontem fui bem cedo para a cama e devido ao cansaço e, ainda nem eram 9 horas, já estava ferrado mas, num dado momento ainda ouvi o comboio apitar ali bem perto, uma passagem de nível, depois uns barulhos de solavancos e guinchos de ferros e assim, lá entrei na 4ª mudança de levar o corpo ao infinito.
No dia de ontem e lá pelas 3 horas da tarde, eu e “el comandante” resolvemos ir a pé até bem ao centro do Chimoio. Apeteceu-nos comer um prego com ovo a cavalo seguindo indicações de gente do hotel; entramos no restaurante 2 L propriedade do senhor Couto. Não foi difícil arranjar conversa com um senhor grande e gordo de nome José que já ali estava ansioso de falas novas com gente de fora. Rapidamente, soubemos que tinha estado preso no Malawi, não disse do porquê mas foi dizendo que era ali o centro de drogas.
Em seguida surgiu um sujeito mulatão de nome comum de Zé Manel, meio a dar para indiano, um meio monhê, meio mestiço a viver de expedientes na cidade do Chimoio, suponho eu pela forma de gingar as palavras; com colares de missangas penduradas ao pescoço e um cofió colorido – enfim, um mwadié fantasiado de africano a repetir-me: - Só quem anda por gosto, não descansa! Isto foi quando me queixei com azedume dos muitos buracos por que passamos ao longo do trajecto já feito, desde a fronteira Norte de Tete.
Surgiram outro e mais outro dando a entender serem todos da mesma tropa e tendo este restaurante 2 L como base de suas operações de bons-kazukuteiros e bem à maneira de África, os chamados calcinhas urbanos confundidos com empresários de sucesso. Referiram que os chineses tinham o comando e controlo da polícia da Zâmbia, mostrando vídeos e fotos de seus telelês. Nenhum dos cinco presentes referiu boas contendas em relação aos chinocas; os que comandam vários negócios (senti um misto de inveja ...).
Pelo observado aqui, eu sempre caía no estremo de dizer só de pensamento e exclusivamente para mim o quanto os angolanos e moçambicanos deveriam estar gratos por terem tido os Tugas como colonos pois que também e, de novo aqui, verifica-se que todas as infra-estruturas foram obras dos Tugas. Sempre caía naquela satírica forma de dizer: - Estes africanos dito genuínos das antigas colónias, estão cheios de razão, os Tugas deveriam não só ter levado para o M´Puto as suas estátuas, Mouzinho de Albuquerque, Vasco da Gama e muitos outros, como também os prédios, escolas, pontes, hospitais, igrejas, barragens e estações férreas com máquinas e tudo; tudo o que por lá se deixou nos 500 anos antes do achamento ... Estava pior que estragado quando descrevi isto!
Mas, e porquê digo isto! Porque os filhos-da-mãe, negociante de diligências, vendedores de picos de acácia com missangas de casca de massala e cajus ressequidos, pelos vistos não podiam conceber um branco como africano. Um deles, enfarpelado de polícia, gordo e sebeiroso de andrajoso matumbo virou-se para Vissapa, o comandante da odisseia e disse assim como cuspindo vinagre feito bolinhas de visgo de apanhar xirikwatas: - Tu, branco, quereres ser africano!? Isso é uma miragem tua, meu! Também, bem que o mereceu por andar a mostrar sua cédula de identidade angolana a qualquer borra-botas desclassificado…
Bem! Eram horas de bazar daquele centro de informação e propaganda, mistura de Frelimo e Renamo sem nos descartarmos nas tendências – Nós só éramos turistas. Disseram-nos que a Reserva da Gorongosa estava a ser apetrechada com felinos e impalas entre outros, saídos do Kruger da África do Sul mas ainda não havia a ordem no processo de poder ser visitado. Bom! Nossas mulheres esperavam-nos no Bidjou Vermelho de Chimoio, eram horas de dizer àqueles kazucutas, um até sempre e obrigado pelas informações, como assaltos da polícia e outras vicissitudes de ofício - Criar dificuldades para comprar facilidades na forma de gasosa entre outras alvissaras… Ali mesmo ao lado da linha do caminho-de-ferro, Já em casa por assim dizer, de papo para o tecto iria piscar o olho àquelas falantes osgas gordas …
Inteirei-me por aquela turma de preguiçosos que um €uro valia aqui 70 Mzm; um Rand valia 45 Mzm, e um dólar da USA 60 Mzm. Ali no Bidjon Hotel, havia uma boa recepção do sinal de internet pelo que aproveitamos mandar notícias pelo FB para amigos e conhecidos à mistura com a família dispersa por três continentes. Também aproveitar para recolher dados do rumo que seguíamos na via Sul. Escrevia então: amanhã dia 23, teremos de Chimoio até Inhassoro a distância de 414 km. Pelo que cálculo, levaremos umas sete horas neste percurso lunar (os buracos sempre o foram mais que muitos) …
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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