TEMPOS DORMIDOS - Entre o entender e o poder do crer, no estágio imaturo do raciocínio… Coisas no discurso indefinido da fábrica de Letras in Kizomba com estórias da vida …
Por
T´Chingange
No quase fim de ano de 2016 rapidamente cheguei ao posfácio dos singelos poemas de Emanoel Fay. E, passando pelas mensagens as correcções, os elogios, as ornamentadas homenagens com prémios e comendas e, sempre em letras volumétricas, perfumei-me nas simples palavras de tocar sinos em dias de Nossa Senhora da Aparecida, uma santa que três pescadores acharam numa das muitas lagoas da costa brasileira.
Escultura de pau escuro, quem sabe saída do tal naufrágio em que os índios comeram o primeiríssimo bispo do Brasil de nome Sardinha. Também com este nome não se poderia esperar um fim mais apropriado e digno. Dom Pedro Fernandes Sardinha, ou Pero Sardinha, nascido em Évora em 1496 e papado pelos Caetés de Alagoas, Coruripe do Brasil no ano de 1556.
Essa vila de Coruripe ainda hoje paga um laudémio à Santa Igreja por tamanho forró descabido em que gente desnuda, musculosa e de tez parda que assou mais de oitenta náufragos. Ao lugar chamam agora de Feliz Deserto. Como pode ter acontecido estas coisas numa terra tão linda e pacífica aonde os biquínis deram lugar ao fio tapador de bunda.
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Voltando aos três pescadores, como nesse dia o peixe foi avondo, a crença milagrou o acontecido. Creio que meu avô Loureiro estava por perto e, porque misteriosamente, encontro na sala da casa de um primo meu, no lugar de Barbeita da Beira Alta, perto de Viseu, uma imagem dessa Senhora. Coisa inaudita porque ali no M´Puto não há nenhuma Nossa Senhora preta.
Só podia mesmo ter sido do Senhor Manuel Loureiro, meu avô que depois de deixar duas filhas em sítio incerto, rumou de novo para Portugal, tísico chupado das mulatas, como se dizia nesse então. Em Barbeita há sim a Nossa Senhora do Parto muito carregada de oiros nos dias de festa. No quinze de Agosto saem com Ela a dar um passeio pela urbe meia medieval e é bonito de ver as bandeiras estandartes. Homens de batina branca esvoaçando ternuras alinhada entre muros graníticos de pedra solta, musgosas.
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Homens da hermandade de Santo António da qual eu pertenço desde que nasci. Sou sim, membro desde que dei o primeiríssimo berro balouçado em um barco com o nome de Niassa em águas territoriais de N´Gola. Bom! Voltando ao livro e da frente para trás chego às miniografias, letra grande e esparsa com referência eméritas à terra dos Marechais aonde se fala de seus pecados enaltecendo as almas.
Muitas almas, que agora andarão penadas com suas grandes espadas enfiadas em coiros e mistérios de palavras doces como sempre convém constar em prosas versejadas e versos singelos dedicados àquela Nossa Senhora duma vasta eucaristia de muitas Marias na terra. Coisas de dedicação mariana de quem sabe as paradas de todos os calvários.
Com egos engravidados solo suspiros de sonhos na forma de louros de oliveira, solto pétalas e folhas acerosas de chá caxinde, capim-santo ou cidreira chegando ao prefácio. Aqui, mergulho todinho na água benta, água da vida presenteando difusas carícias, como brisas esbarrando nos ventos e também questiúnculas de métrica e rima.
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Da singeleza de tudo assim fiquei ungido de sem regras no linguajar e formas nova, revolucionárias talvez e desprovidas de regras. Nesta vanguarda estética dizer que desgostei, não faz parte do meu Adeus porque gosto das pessoas e seu lado bom em detrimento do outro lado que não serve nem ao próprio nem a ninguém.
*Paracuca: - 500 gr de ginguba sem ser torrada, 250 gr de açúcar (ou mais), 2 chávenas de água - Preparação: Juntar todos os ingredientes numa vasilha e levar a lume brando. Vá mexendo, sempre, até a mistura ficar solta. Deite num tabuleiro (agitando para ficar solta) para arrefecer.
O Soba T´Chingange
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